Hoje faz 5 anos

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Oi gente. Peço desculpa pelo sumiço sem explicação, eu tive problemas pra escrever e estava com a cabeça cheia. Decidi para por um tempo antes de escrever algo que faria me arrepender depois.
Prometo voltar a escrever e postar com mais frequência.

2beijos e leiam o capítulo novo.

Dois meses depois

A médica sai da sala após a minha ultima sessão de fisioterapia. Observo o meu pulso, apesar de estar curado ainda tem um tom esverdeado.
Me levanto da cadeira, pego minha bolsa e saio do consultório onde estive pela última hora.

Entrei no meu carro e joguei os meus sapatos no banco de trás. Dei partida e sai do estacionamento do hospital.
Me assustei quando o celular tocou e parou a música que eu estava escutando.
- Oi, amor. - Chan falou - Já saiu do hospital?
- Sim, tô indo pra casa.
- Passa aqui em casa? - perguntou.
- Tudo bem eu vou. - fiz uma pausa - Sabe o que eu tava pensando?
- O que?
- Em viajar. Sair dessa cidade, do país se possível.
- Porque? O que tá acontecendo? Você parece triste.
- Eu tô tão cansada desse lugar. Sei lá. - me arrumei no banco do carro - Eu não sei direito o que tá acontecendo comigo, eu tô com a cabeça cheia. Acho que eu só preciso de um tempo.
- Olha amor, eu não tenho certeza se eu posso resolver o seu problema da cabeça cheia, mas posso conversar com você e te ajudar a esvazia-lá. Quanto a sair daqui, a gente conversa quando você chegar. Ok? - perguntou. - Ok. - eu sorri sozinha - Eu tenho que desligar agora. Tchau, amor.
- Tchau, encrenca. - desliguei o telefone.

Estacionei na frente da casa do Chan, peguei meus sapatos, meu celular e saí do carro.
Entrei na sala e não vi ninguém, então subi para o quarto dele.
- Oi. - abri a porta e entrei me jogando ao lado dele na cama.
- Então? Você quer conversar sobre? Por que você tá assim? - ele se virou pra mim.
Minha respiração estava pesada e minha garganta doía, o momento mais temido por mim chegou. Eu estava prestes a contar como meus pais haviam morrido.
- Eu já te contei como meus pais morreram? - perguntei.
Ele negou com a cabeça e eu comecei a falar.

Flashback on

- Katelyn Nacon! Desça logo. - escutei minha mãe gritar da sala de casa - Você sabe que não vai escapar desse jantar.
- Eu estou indo, mãe. - falei descendo a escada - Não quero, porém estou indo. - cheguei na sala - Viu? Tô aqui.
Vi minha mãe, uma mulher de estatura média com longos cabelos castanhos e olhos verdes, parada na sala me esperando com os braços cruzados.
- Ok, vamos. Seu pai tá esperando lá fora.
Saímos de casa e entramos no carro, onde meu pai estava esperando para nós irmos em um almoço com a família do Peter, noivo da minha tia na época.
- A Jessie me ligou. - minha mãe disse - Queria ter certeza que estávamos indo.
Meu pai deu partida no carro e nós fomos para a rodovia.
- Eu não tô nada afim de ir, Lucy. - meu pai quebrou o silêncio dentro do carro.
- Eu sei, Leo. Olha, eu amo a minha irmã, mas eu não suporto o Peter, ainda mais a família dele. - minha mãe falou.
- Se a minha opinião conta. - falei - Quero que vocês saibam que vocês que se eu tiver que encontrar eles mais uma vez, eu vou cavar um buraco e me jogar lá dentro.
- Eu sei, é triste. - minha mãe se virou pra mim - Mas eu vou lá pra apoiar a minha irmã e acho bom vocês fazerem o mesmo.
Nós dois concordamos com ela, seria difícil fazer o contrário com ela nos lançando um olhar mortal.
Ainda estávamos na estrada, à caminho da casa de Peter. Apesar das controvérsias, estávamos felizes por estarmos juntos. Nós estávamos rindo de uma piada sem graça do meu pai, quando um caminhão surgiu do nada e nos atingiu. O carro saiu da pista e capotou até quando parou de ponta cabeça ao lado do acostamento.
Eu apaguei e quando voltei à minha consciência, estava pendurada de cabeça pra baixo pelo cinto de segurança.
O caminhão atingiu o lado do meu pai primeiro, ele teve morte instantânea. Minha mãe ainda estava apagada, e assim ela ficou até o dia em que ela morreu, ainda presa no coma.
Eu fiquei lá, presa, chorando e tentando gritar, mas minha voz não saía.
Algum tempo depois, as ambulâncias, a polícia e os bombeiros chegaram e me tiraram de lá.

Flashback off

- Hoje dia 20 de Março faz cinco anos. - completei.
Ele me olhava com tristeza, logo veio pra perto de mim e me abraçou.
- Sinto muito. - ele me abraçou ainda mais forte.
Eu não disse mais nada e acho que não conseguiria, mesmo se eu tentasse, então como resposta, o abracei o mais forte que pude.

Mais tarde naquele dia eu estava sentada na varanda na casa do Chan. Observei o por do sol, coisa que não fazia à um bom tempo. Logo ele se juntou à mim, se sentando na cadeira ao lado.
- Lembra quando eu te pedi em namoro? - perguntou e eu me virei pra ele.
- Como se tivesse sido ontem.
E eu realmente lembrava, eu não demonstrava, mas ainda morria de medo de sair de perto dele e não encontra-lo quando voltasse. Pensava seriamente em me mudar pra lá com ele e não largar, pra ter certeza que ele estava bem.
- Eu me lembro que eu amarrei uma fita vermelha no seu dedo. - falou pensativo.
- Sim, e eu ainda tenho ela. - arqueei a sombrancelha - Aonde você quer chegar com isso?
- Lembro também - ele ignorou minha pergunta e continou - que prometi te dar um anel de verdade.
Nesse momento ele se mexeu na cadeira e pegou uma caixinha vermelha do bolso, abriu e me mostrou em seguida. Eu estava um pouco aérea, então o que saiu da minha boca foi:
- É pra mim? - coloquei a mão sobre a boca.
- Não, boba. - ele fez uma cara de "sério?" - Eu te prometi. - ele sorriu - Me dê a sua mão.
Eu sorri, e meus olhos já estavam enchendo de lágrimas. Ele se levantou e eu o acompanhei, estendendo a mão na qual ele colocou o anel.
- Eu amo você. - eu disse e ele sorriu - Sério, amo tanto que até dói.
- Eu também te amo, encrenca. - ele me abraçou - E eu te admiro demais, sabe? Você é uma pessoa incrível, que me deixa feliz, dia após dia. Essa é uma das razões pelas quais eu te amo.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora