Madrugada Agitada

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Era pouco mais de 4 horas da manhã, Rick ainda não havia voltado para casa. Moroe, Rosalee ainda estavam em casa e todos nós, exceto Trubel, estávamos sentados no sofá da sala, ainda muito agitados para poder dormir, Chan agora estava mais acordado e estava sentado do meu lado quando minha tia começou a se contorcer no sofá.
- O que você está sentindo? - eu a olhei quando Rosalee falou.
- Eu não sei. - ela estava com a mão na barriga - Está doendo muito.
- Será que ela vai entrar em trabalho de parto? - eu me aproximo.
- Qual o tempo de gestação do bebê?
- Oito meses. - eu falo - 34 ou 35 semanas, eu acho.
- Jessie? - ela a chama.
- Está melhor agora. - ela abre os olhos. Seu rosto está molhado pelo suor e ela está com a respiração pesada.
- Se tiver outra contração vamos ter que levá-la ao hospital. - Rosalee fala - Sempre tem casos assim no hospital, com partos prematuros.
Poucos minutos depois minha tia voltou a sentir as dores e decidimos levá-la ao hospital.
- Eu vou chamar a Trubel, tenho que ligar pro Rick, e arrumar alguém pra olhar a Jud. - eu andava de um lado para o outro.
- Katelyn. Se acalme. - Rosalee me parou - Moroe e eu vamos levá-la ao hospital, você faz o que tiver que fazer e vai nos encontrar lá, ok?
- Ok. Vocês estão com carro? -pergunto.
- Eu estava com o Nick e ele foi com o carro dele para a delegacia. - Monroe se pronunciou.
- Eu vim com a Juliette. - Rosalee fala.
- Peguem o meu. - eu pego a chave em cima da mesa e a dou para Monroe - Eu vou pegar outro na garagem.
- Tudo bem. - eles saíram com a minha tia em direção à garagem.

Entrei no meu quarto e Trubel estava deitada na cama olhando o celular e Vênus estava dormindo ao seu lado.
- O que aconteceu? - ela me olhou.
- Minha tia foi para o hospital com a Rosalee. A gente acha que ela está entrando em trabalho de parto.
Ela se sentou na cama.
- Eu vim ver se você quer ir, ou não sei... - eu respiro - Acho que eu só estou desesperada. E ainda tenho que ver se a Ana vem aqui ficar com a Jud.
- Vamos fazer assim. - ela se levantou - Eu fico olhando a bebê até de manhã e quando a moça que trabalha aqui vier, eu peço pra ela ficar com a neném, e depois eu encontro vocês no hospital.
- Obrigado, Trub. - eu a abraço - A gente se vê depois, ok?
- Ok. - ela diz e eu saio do quarto.

Saímos da casa e vamos para a garagem e enquanto eu pego a chave do carro, Chan me fala:
- Posso dirigir? - eu o olho.
- Sério? - eu destravo o carro - Você tá bêbado. Com quem você veio pra casa? - eu abro a porta e me sento no banco do motorista vendo ele se sentar no outro lado.
- A gente veio de taxi.
Eu saio da garagem e logo me lembro de Rick.
- Liga para o seu pai. - eu falo e o espanto. Pelo visto ele ainda está bem desligado - A gente tem que avisa-lo.
- Tudo bem. - ele logo liga para o pai e começa a falar com ele.

Chegamos no hospital e nós dois corremos para dentro, e eu quase perco minha paciência com uma balconista antes de ver Monroe na sala de espera e corro até ele.
- Cadê elas? - eu pergunto respirando fundo, cansada de correr de um lado para o outro.
- Estão lá dentro desde que chegamos, e a Rosalee disse que as contrações dela estão aumentando. Mas ela não veio aqui falar mais nada.
- Queria poder entrar. - eu falo e me sento.
- Logo ela vem... - Chan se senta ao meu lado - Eu acho...
Ele passa o braço ao redor dos meus ombros e eu coloquei meu rosto entre as minhas mãos.
- Eu vou pegar um café. - eu o olho - Você quer?
- Sim, por favor.
- E você... - ele aponta Monroe e faz uma cara confusa.
- Monroe. - ele completou.
- E você Monroe? - ele repetiu - Você quer?
- Não, obrigado. - ele acenou com a cabeça - Eu estou bem.
- Ok. - ele deu de ombros e saiu.
- Ele não está muito bem, está? - me perguntou e eu neguei com a cabeça.
- Ele está bem bêbado. - eu dei uma risadinha - Na verdade está bem melhor agora.

- Cadê a Jess? - Rick finalmente chegou, praticamente desnorteado.
- Ela ainda está lá dentro. A gente não tem novas notícias.
Ele se jogou na cadeira ao lado.
- Como foi na delegacia? - eu lembrei de tudo que aconteceu mais cedo.
- O garoto ficou detido e o Detetive Burkhardt foi advertido, mas pôde ir embora.
- Quem? - eu pergunto. Acho que o sono e todos os acontecimentos da madrugada me deixaram meio lesada.
- O Nicholas. - ele me olhou.
- Ah tá...
Nós somos interrompidos por Rosalee, que aparece com o uniforme do hospital e o cabelo preso em uma toca.
- Ela está indo para sala de operação - Rosalee está em um ritmo acelerado.
- Agora? - eu pergunto me levantando e Rick me acompanha.
- Sim, estávamos tentando atrasar o parto, mas algo está acontecendo com o bebê, os batimentos dele diminuiram e teremos que fazer uma cesariana de emergência. Você é o pai? - ela aponta Rick.
- Sim. - ele fala em um tom desolado de Rick.
- Faremos o possivel pelos dois. - ela fala e corre de volta para o corredor de onde veio.
Eu me sento novamente, eu falo de Rick, mas eu estou igualmente desolada. Eu só espero que os dois fiquem bem.

- 5h57. - eu falo olhando o celular.
- Está demorando demais. - Rick fala e se encosta na cadeira e respirando fundo.
Faz um bom tempo que ela está lá dentro, ninguém veio nos dar notícias, eu estou me sentindo mal por tudo, e essa sensação só irá embora quando eu ver a minha tia.
Eu olho para nós, Chandler está encostado em mim, Rick está em uma cadeira, com a cabeça entre as mãos e Monroe está sentado no sofá ao lado do nosso, ele nem nos conhece, mas está aqui conosco a madrugada inteira.
- Gente? - a voz doce e familiar de Rosalee nos desperta de nossos devaneios.
- Como eles estão? - Rick se levanta.
- Bom... - ela começa - A Jessie está bem, está no quarto, ela está dormindo pela sedação, logo ela acorda.
- E o bebê? - eu pergunto.
- Ele é um bebê prematuro, mas até agora ele não apresentou sinais de doenças, então ele tem que ser monitorado e receber todos os cuidados devidos de um bebê prematuro. - ela nos olha - Eu irei ver se vocês podem vê-lo.
- Obrigada, Rosalee. - eu me levanto e a abraço - Por tudo.

A manhã passou rápido, eu não pude entrar para vê-la, mas Rick entrou e disse que ela só queria ver o filho, posso imaginar como ela se sente, depois de todo esse tempo, não poder ver o seu bebê quando ele nasce, deve ser decepcionante.

O tempo antes o próximo horário de visitas, nós fomos pra casa e aproveitamos para dormir um pouco, todos estávamos esgotados pelos acontecimentos da madrugada.

Quando estávamos indo para lá novamente, eu levei as coisas necessárias para ela e para o bebê, que ela havia comprado nesse tempo em que estamos aqui, ninguém contava que o apressadinho iria querer nascer agora.
Eu terei que providenciar mais coisas pra ele e como ele resolveu nascer aqui em Seattle, nós teremos que ficar um tempo por aqui.

Nós chegamos no hospital, e Rosalee, que ainda está de plantão, nos leva até a UTI Neonatal.
Quando Rick vê o bebê, pela primeira vez, se emociona, e eu não consigo me conter também, quando vejo, já estou sentindo as lágrimas descerem pelo meu rosto.
Ele tem alguns fios e tubos conectado a seu corpo, mas apesar disso, Andy é um bebê lindo. Não vejo a hora de tê-lo em casa.
- Como se sente pai? - Chan pergunta - Pelo terceiro filho.
- Nem sei o que dizer. - Rick tem um sorriso no rosto.
Eu sorrio.
- Vocês vão ficar? - pergunto - Vou ver a minha tia.
- Manda um beijo pra ela. Depois a gente se vê. - Chan me dá um beijo na tempora

Eu abro a porta e ela está deitada na cama, logo me olha e eu sorrio pra ela.
- Como a nova mamãe está se sentindo? - eu a abraço.
- Bem... - ela diz.
- Mas...
- Eu quero ver o meu filho. - ela me olha.
- Logo você vai vê-lo. - eu me sento em uma cadeira ao lado de sua cama.
- Você o viu? Como ele é? - pergunta.
- Ele é um bebê lindo. - eu sorrio - E segundo os médicos ele não aparenta ter nenhum problema de saúde, apesar de ser um bebê prematuro.
- Que bom. - ela suspira aliviada.
Nós estávamos conversando quando uma enfermeira entrou com a incubadora.
- Eu não disse que você logo iria vê-lo. - falei.
A enfermeira explicou os cuidados que deveria ter com ele enquanto ela amamentava. Ela poderia ficar e alimentar o bebê, mas ele teria que continuar na incubadora por mais alguns dias.
Minha tia estava emocionada, mas sorria como nunca por ter finalmente o seu filho com ela.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora