A vida em rosa

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A noite passou devagar pois eu não consegui dormir muito. Eram 4h30 quando eu consegui pegar no sono. Acordei e estava dando nove. Me troquei coloquei uma calça jeans e um moletom preto.
- Bom dia. - falei.
- Bom dia.
- Dormiu bem? - minha tia perguntou. Eu neguei com a cabeça e fiz uma careta enquanto colocava café na minha caneca.

Já havia tomado café e estava sentada no sofá, quando meu celular tocou.
- Oi, L. - falei quando atendi.
- Sua vaca. - ela falou com um ar brincalhão - Você deveria ter me ligado quando chegou.
- Desculpa, eu esqueci completamente. Mas agora eu tô aqui. Ainda tá de pé nossa saída hoje? - perguntei.
- Ainda tô brava com você. Mas sim, tá de pé. - rimos.
- A Pepe também vai? - perguntei.
- Sim, ela vai. 19h30 a gente se vê. Beijo, K.

- Vamos comigo? - pedi pela terceira vez aquele dia - Por favor?!
- Porque você quer que eu vá? Elas são suas amigas.
- O problema não é as amigas. Eu perdi o costume de andar por aqui, eu não quero ir só. - falei fazendo um bico pra ele.
- Tá bom. Eu vou. - revirou os olhos e eu sorri.
- Te vejo daqui à pouco. - falei subindo a escada, e ele resmungou algo que eu não entendi.

Coloquei uma calça jeans, meu tênis da Adidas, a camisa do Chan (ainda não devolvi) e a minha jaqueta preta.
Fiquei meia hora deitada na minha cama, e desci as 19h pra sala.
- Vamos? - perguntei.
- Vamos. - ele disse se levantando e pegando a jaqueta.
Coloquei o cachecol, ele pegou as chaves e nós saímos.

No caminho pegamos um pouco de trânsito, mas chegamos no horário.
- Nervosa? - ele perguntou.
Neguei com a cabeça, mas sim eu estava um pouco nervosa por reve-las.

Chegamos no café e logo entramos. Elas estavam sentadas em uma mesa na janela. No meio do caminho eu parei pra guardar aquela imagem na minha mente. Mas, ela logo me viram, e vieram quase correndo me abraçar.
- Meu Deus. Que saudade de vocês. - as abracei forte.
- Nós sentimos saudades também. - a L falou.
- E ele quem é? - a Pepe perguntou. Ela sempre foi a mais atrevida de nós três.
- Esse é meu amigo o Chandler. - apresentei pra elas.
- Essa é a Peyton, a.k.a Pepê. - ela acenou.
- E essa é a Lizza, mas eu chamo ela de L.
Eles se comprimentaram e todos nos sentamos.

- Eu cheguei a mencionar que ele é irmão do bebê da minha tia? - perguntei após algum tempo de conversa.
- Essa é nova pra mim. - a L falou.
- Eu sabia. - a pepê disse.

A noite havia passado muito rápido com todos nós conversando e rindo muito.
- Tchau minhas vaquinhas. - dei um beijo e um abraço nelas.
- Tchau, a gente se vê. - a Peyton disse.
Acenei e entrei no carro.
- Eai, gostou delas?
-Elas são bem loucas. - ri - Mas, são legais.

Chegamos em casa e fomos pros nossos quartos.
- Boa noite. - disse entrando.
- Boa noite.

Coloquei meu pijama e deitei na cama. 1h depois, eu ainda não havia conseguido dormir e resolvi beber água.
Desci a escada descalça, andando meio rápido por causa do chão gelado. Bebi a água e subi de novo.

Mas, ao passar pela porta do quarto do Chan, eu resolvi voltar. Abri a porta e entrei sem fazer barulho.
- Não consigo dormir. De novo. - falei ao notar que ele estava acordado - Posso ficar aqui? - perguntei sem pensar.

Ele não falou nada, apenas puxou o cobertor de modo em que eu pudesse entrar.

Me deitei e virei de costas pra ele, mas algum tempo depois, senti suas mãos me puxarem pra um abraço. Me arrepiei ao sentir a sua pele nua em contato com a minha.

Não demorou muito, pra mim dormir, sentindo o calor dele junto ao meu.

Abri os olhos e demorei a reconhecer o quarto aonde estava. Nós dois estavamos abraçados, tentei me levantar e sair do quarto, antes que alguém me visse. Mas quando eu estava chegando na porta, o ouvi falar:
- Fugindo? - perguntou me olhando.
- Não. - fiz uma pausa - Só estava indo pro meu quarto, antes que alguém me visse.
- Você tava fugindo.
- Ok. Talvez eu estivesse fugindo. - falei fazendo sinal de rendição - Me julgue. Tô indo. Te vejo depois.

Passei pelo corredor e vi a porta do quarto da minha tia aberta, e me apressei pra chegar no meu quarto.

Eu entrei e fechei a porta. Quando me virei, levei um susto ao ver minha tia sentada na cama com os braços cruzados.
- Meu Senhor... - falei colocando a mão no peito.
- Oi, Kat. Porque o susto? Tava fazendo algo errado? - disse com a sobrancelha erguida.
- Eu não... Eu só tava... - aparentemente perdi a habilidade de falar também.
Então ela riu e falou:
- Eu só tava brincando, boba. Eu vi que você não dormiu aqui e nem na sala. - ela fez uma pausa e me encarou - Vocês dormiram juntos?
- Não, Deus. Não. - falei rápido - A gente só dormiu.
Ela me olhou com uma expressão "se tem mais alguma coisa a hora é agora".
- Só isso. - Completei.

Conforme os dias passavam, nós estávamos nos divertindo demais. Minha tia estava arrumando a papelada que estava pendente no trabalho. Eu e o Chan estávamos rodando por toda Nova York com a L e a Pepê. Nesses dias que estamos aqui, felizmente não ouvi ou vi o traste do Ronald.

Já era sábado, véspera do Natal. Passamos o dia juntos e a noite nós jantamos também juntos.

- A nossa família, aos novos integrantes e aqueles que nós perdemos mas sabemos que vão estar sempre conosco. - Rick disse quando fez um brinde.
- Feliz Natal. - falamos juntos.

Fomos abrir os presentes, e todos pareciam criancas.
- Esse é seu. - Eu disse dando a sacola da Forever 21 pra minha tia.
- Que lindo. - ela disse quando viu o vestido listrado com duas fendas - Obrigado, Kat. E esse é seu. - me deu uma sacolinha da Vivara.
- Que maravilhoso. - falei olhando o bracelete Pandora.

Eu dei um relógio para o Rick, que ficou feliz, e disse que agora iria parar de perder a hora.
E ele me deu um Headphone preto lindo, cujo me apaixonei.

- O da Judith é esse aqui. - dei a sacola da Toys R Us.
- E por fim. Esse é seu. - dei ao Chan uma caixa.
Eu comprei uma jaqueta de couro e uma blusa de caveira parecida com a que ele me emprestou.
- Não diga que eu não devolvi. - rimos.

- Chegou a sua hora. - ele falou pegando uma caixa atrás dele - Meu presente.

Me deu e eu comecei a abrir. Quando abri, logo sorri. Era um Ukelele que eu havia visto na vitrine de uma loja no dia em que nós chegamos.
- Como você sabia? - perguntei olhando-o.
- Eu percebi que você gostou dele quando ficou dez minutos na frente da vitrine.
- Não foi difícil não perceber. - Rick falou.
- Melhor presente. - eu disse e comecei a tocar algumas notas.

- Toca La Vie En Rose. - minha tia pediu.
- Mas eu não toco essa desde que eu perdi o meu antigo.
- Por favor. - disse juntando as mãos e fazendo bico, igual à uma criança.
- Tá bom. - ri - Mas eu to um pouco enferrujada, faz tempo que não toco.

Eu comecei a tocar devagar e logo peguei o ritmo.

"Hold me close and hold me fast,
The magic spell you cast,
This is la vie en rose.

When you kiss me Heaven sighs,
And though I close my eyes
I see la vie en rose.

When you press me to your heart,
I'm in a world apart,
A world where roses bloom.

And when you speak
Angels sing from above,
Every day words seem
To turn into love songs.

Give your heart and soul to me
And life will always be
La vie en rose."

Essa é uma música muito importante, porque minha mãe cantava pra mim quando eu era criança. Cantei com olhos fechados e quando os abri, vi minha tia de olhos vermelhos e o Rick e o Chan aplaudindo.
- Obrigado, meus fãs. - eu disse brincando enquanto fazia uma reverência.

Um pouco mais tarde naquela mesma noite. Chan e eu fomos pra Times Square, encontrar a Lizza e a Peyton.
Nós ficamos por lá algum tempo e admito que lá pelas 1h30 da manhã todo mundo já estava meio bêbado.

Encontramos alguns amigos, e lá estava o Ronald, como sempre, agindo como se fosse superior à tudo e a todos.

Eu fiquei na minha. Mas após algum tempo, ele começou a caminhar em minha direção.

Ele quase chegou perto de mim, quando algo veio em sua direção e o atingiu no rosto fazendo-o cair no chão.

...
Pra quem quiser ver:
Lá em cima nas midias, tem um video da música que a Kat canta.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora