Especial

601 48 45
                                    

Uma semana depois...

- Todos estão prontos? - Rick veio para a sala onde nós estávamos esperando a hora de ir para o aeroporto.
- Sim. - Chan fala em um bocejo.
- Ainda não entendo porque temos que ir tão cedo. - eu me apoio nos cotovelos.
- Kat, são oito horas da manhã. - Rick me olha.
- É cedo. - eu dou de ombros.
- Vocês dois são um casal de preguiços, isso sim. - minha tia desce as escadas com Andy no colo.
- Nós podemos ir agora. - ela continua.

O vôo foi bem tranquilo, chegamos em Miami pouco mais de uma e meia.
Diferente de Seattle, que tem um clima mais chuvoso e com menos sol, Miami tem um clima árido, pouca chuva e sol escaldante.
Hoje não seria diferente, o sol estava quente, mas tinha uma brisa salgada gostosa.

Logo chegamos na casa, nem sabia mas estava com um caso sério de saudade.
Rick, Chan e Ju foram para a casa deles e eu, minha tia e Andy ficamos.
Fazia pouco mais de uma hora, quando o pessoal da mudança que também iria ajudar na parte de empacotar as coisas chegou.
Eu fiquei arrumando as coisas do meu quarto e minha tia as dela, passamos o dia inteiro nessa arrumação e quando a noite chegou, só faltava os móveis grandes, como armários, camas e etc.

À noite os meninos vieram para casa. Contaram que a casa deles também está quase toda desmontada, e amanhã Rick iria na delegacia tratar da transferência dele para a delegacia de Seattle, ele provavelmente irá ficar no mesmo DP que Nick trabalha.
Durante todo o jantar, a ju ficou perto de mim, e quando nós não estávamos perto ela vinha para o meu lado.
Eu passei à noite praticamente toda com ela brincando de princesa, de esconde-esconde e várias outras brincadeiras.
Hoje eu me senti mais próxima dela que nunca. E descobri que a ela fala muito, antes eu pensava que ela era uma criança calada.
Quando ela se cansou nós ficamos no sofá - que ainda está na sala - e ela acabou dormindo no meu colo.
Eu a coloquei na minha cama e sai do quarto, esbarrando em Chan no corredor.
- Ela já está dormindo. - eu falo encostando na parede.
- Ela gosta de você. - ele encosta na parede em minha frente.
Eu sorrio.
- A Ju é linda, e ela vai ter um futuro brilhante. - eu sorrio novamente - Eu consigo ver isso nela.
Ele que sorri agora, e me puxa pela nuca para um abraço.
- Ela chamou a Jess de mãe sabia? - ele me pergunta.
- Ela me contou. - respondo e levanto a cabeça para olha-lo - Você...
- Eu estou bem com isso. - ele me corta - Eu só fico triste em pensar que minha mãe não vai ver ela ser brilhante.
Eu não sabia o que dizer pra ele, eu sou órfã também, conheço o sentimento, mas não tenho idéia do que falar.
- Sua mãe vai estar com ela, e com você também, amor. Bem aqui, no seu coração. - eu aponto em seu peito - Eu não acredito em céu, a única coisa em que eu acredito é no amor, e sei que ela amava vocês incondicionalmente, e que ela vai estar sempre com vocês.
- Eu... - ele começa, porém para, ficando em silêncio - Eu nem sei o que dizer...
- Não diga nada. - eu falo - Você não precisa dizer nada.

Na dia seguinte, o pessoal da mudança iria terminar de tirar os móveis, minha tia teria que ir no hotel, e eu iria junto e ficaria com Andy.
Chegamos no hotel em menos de meia hora, passamos pela recepção e subimos direto para a presidência, que basicamente é um andar do hotel onde só os funcionários de altos cargos podem trabalhar.
Ela entrou na sala dela e eu entrei atrás, parando perto da grande janela de vidro, que ia do chão ao teto e dava vista para o mar.
- Jessie! - eu avisto Julien Morgado, o grande e robusto gerente do Hotel Marbella, entrar na sala da presidência, aparentemente surpreso, com a presença de minha tia aqui.
- Julien, sente-se. - minha tia assume uma postura séria e o olha por cima de seus óculos - Por que a surpresa? Não se lembrava que eu viria hoje?
- Não, senhora. - ele sacode a cabeça negativamente, parecendo estar assustado - Eu sabia que viria, só estava desatento com o horário.
Ela continua a olha-lo com uma postura rigida.
- Está ciente que eu irei me mudar para Seattle, e que irei administrar os hotéis de lá, não está?
- Sim, senhora. - acena positivamente.
- Pois bem. - ela se senta em sua cadeira - Hoje iremos assinar o termo que te deixa responsável por esse hotel. - eu posso ver uma sombra de sorriso passar pelo rosto de Julien - O senhor irá ser a minha mão direita nessa unidade e irá cuidar dele como se fosse seu próprio bebê. - ela para e o olha - Posso confiar em você com a vida do meu filho, Julien?
- Sim, senhora. - ele diz novamente. Será que ele só fala isso? - A senhora pode confiar, farei um ótimo trabalho.
- Ótimo. - sorri.
- Srt. Martell? - ela chama sua secretaria - Eu vou precisar daqueles papéis agora.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora