Eu te amo, idiota

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A foto acima, é uma referência à Megan.

Passado algum tempo, vi a porta do quarto se abrir. A Esther entrou, acompanhada de uma menina de cabelos cor de mel.
- Chan! - a ouvi gritar, antes de se jogar em cima do meu namorado.
- Megan. - falou tentando afasta-lá de si - Calma aí, eu tenho que respirar.
- Você não sabe o medo que eu senti quando soube do acidente. Achei que você fosse morrer. Fiquei aborrecida de não terem me avisado antes. - falou se afastando e sentando ao seu lado na cama.
Me levantei e fiquei de braços cruzados, encarando a cena.
- Como você deve saber eu tava em coma. Eu não pude fazer nada.
- O importante é que você está bem agora. - disse colocando a mão no peito dele.
Ok, isso é demais.
- Ei! - chamei, fazendo-a olhar pra mim pela primeira vez.
- O quê? - falou grossa.
- Tira a patinha.
- Quem é você pra me falar o que fazer?
- Ela é minha namorada. - Chan falou, tirando a mão dela de cima.
- Namorada?
- Sim. - respondi - Você entende o que essa palavra significa ou tem algum tipo de atraso?
Ela me olhou boquiaberta.
- Não. Perguntei porque achei difícil alguém querer namorar um Smurf.
Eu não acredito que ela disse isso, meu primeiro pensamento é ir para cima dela, mas lembro que não estou muito bem. A que se dane.
- Nem pense. - diz Chan - você não devia ter dito isso, Megan.
- Olha a Patinha falando. - digo - Posso ser baixa, mas eu não saio correndo atrás de macho, igual umas e outras.
- Querida, eu sou perfeita, então nem tente colocar defeito em mim. E eu não corro atrás, eles correm. - Chandler começa a rir em voz alta, e ela o encara. - Chan!
- Tanto, que ele é meu namorado.
- Por pouco tempo.
- Isso já sou eu quem escolhe, meninas. - eu o encaro de olhos serrados.
- Então escolhe, Chandler. - falei, cruzando os braços.
- Eu escolho a Smurf.
- Não por muito tempo. - Megan disse, andando em direção à saída.
- O que você vai fazer, patinha. Chamar a mamãe? Pedir pra ela defender a princesinha?
- Smurfette, você pode fazer mais que isso. Não é só por ser baixinha. - ela fala - Tchau Chan. Tchau narizinho.
Quando estou prestes a perder o controle, ela fecha a porta.
Me viro pro Chan e digo:
- Qual o problema com o meu nariz?
- Nenhum, vem cá. - enquanto vou até ele, coloco a mão no nariz.
- Já disse não a nada de errado com ele, só é um pouco grande. - bato no braço dele
- idiota.
- Também te adoro. - brincou.

- Aí está você! - Anna apareceu na porta do quarto - Você tem noção do tanto que eu te procurei? O pessoal estava prestes à declarar o seu desaparecimento.
- Deixa de drama, Anna. Se vocês tivessem pensando um pouquinho mais, saberiam que eu iria estar com o meu namorado.
- Namorado?
- Sim. - falei sorrindo.
- Então, felicidades para os dois.
- Obrigado. - dissemos.
- Mas você não vai escapar. Tem que tomar o remédio.
- Af - revirei os olhos.
- Quanto mais rápido você melhorar, mais rápido você vai pra casa. E pra você melhorar, tem que tomar o remédio.
- Ok, Anna. Eu entendi, não sou mais uma criança. Só não quero remédio.
Dei um beijo rápido no Chan e a segui pelo corredor.

- Toma. - ela falou me dando o remédio.
Tomei o remédio e olhei, quando ela se virou pra mim.
- Ele foi o motivo do seu ataque de pânico.
- Sim. - confirmei - Tive tanto medo de perde-lo.
- Algo do tipo já aconteceu comigo. Mas eu não tive sorte e perdi meu marido.
- Sinto muito. - falei.
- Oque eu quero dizer. É que se você realmente gosta dele, não perca tempo, aproveite o tempo com ele. - sorriu.
- Eu vou. Pode ter certeza.

À noite, fugi pro quarto dele, contra as indicações da Anna, claro.
- Cheguei. - falei e sentei na cama.
- A Anna já falou quando você vai receber alta?
- Tá com pressa? - disse fingindo indignação.
- Não. Eu quero saber porque eu ainda vou demorar.
- Ela disse que daqui à uns dois dias. Só preciso fazer alguns exames.
- Sorte.
Passamos algum tempo conversando.

- Vem cá. - falou.
- Fazer?
- Você não vai vir? Sabe, eu podia estar morto ou em coma ainda. - falou.
- Você não disse isso. - falei me levantando.
- Oque?
- Você sabe o que eu senti, quando acordei e descobri que você estava em coma? - perguntei alto - Não, você não sabe. Eu fiquei desesperada, a ponto de ter um ataque de pânico. Senti como se eu fosse morrer, por sua causa. Eu chorei como uma desesperada. Porque se você morresse, seria como se um pedaço meu, fosse levado com você. Então não, você não tem direito de brincar com uma coisa dessas.

Comecei a chorar novamente, pelas lembranças e do medo que eu senti naquele momento. Senti os seus braços me envolverem e o ouvi falar:
- Desculpa. Eu realmente não tinha direito de brincar desse jeito. Eu não tinha noção do que você sentiu.
- Sabe o por que de todo o meu desespero? - olhei seu rosto.
- Por que?
- Eu te amo, idiota.
Ele me abraçou novamente, e me beijou.
- Eu também te amo, encrenca.

Era Pra Ser (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora