Capítulo 41

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Madu
JV: O que tu veio fazer aqui? - ele apertou meu braço. Olhei para sua mão no meu braço, depois pros seus olhos e então minha ficha caiu. Ele me tinha como a vilã da história...
Mordi os lábios contendo o choro, respirei fundo e passei uma mecha do meu cabelo pra trás da orelha. - Nada JV..- disse com os olhos marejados.- Errei vindo aqui.
JV: errou feio. Agora me fala que porra tu veio fazer aqui?!- ele afrouxou o aperto.
Madu: Eu queria conversar.. - olhei pro chão.
JV: fala pô. - bufou.
Madu: Eu.. - olhei pra ele brevemente.-Só quero dizer que tudo que eu fiz foi por você.- ele sorriu ironicamente
JV: me largar, né ?! Depois que eu fui pro hospital tu nem apareceu nem nada.. Aham!
Madu: Eu estava trancada dentro de casa.- saiu um pouco alto, ele olhou pros lados e então apertou mais meu braço.
JV: não quero saber mais de nada.. Mete o pé.- ele deu as costas..
Madu: Eu tô grávida!- pronto, saiu!
Foi tipo isso, as palavras fugiram da minha boca. Ele parou, virou de uma vez.-
JV: tu tá mentindo, tá falando isso porque sabe que era meu maior desejo..- não contive mais minhas lágrimas. Ele acha que eu sou capaz disso ?!
Sem que percebesse eu dei três tapas seguidos nele e sai pisando fundo, quando estava saindo do beco eu senti ele puxar meu cabelo e me fazer encostar na parede, sua mão apertou meu maxilar com força.
Jv: Tu só pode tá louca..- ele falou entre os dentes. O rosto dele estava bem vermelho e também bem próximo ao meu rosto.-
Madu: você vai se arrepende, Vítor.- ele  olhou nos meus olhos, depois pra minha boca, minha respiração começou a pesar e pelo visto a dele também. Ele está bem próximo do meu corpo já, a mão dele foi pra minha cintura onde ele apertou forte em quase um abraço.
Ele parou de me encarar e então pressionou os olhos com força e encostou a cabeça no meu ombro.
Jv: por que tu veio? Porquê ? Eu tava seguindo e aí tu vem aqui.. Que diabos tu quer comigo, caralho?
Madu: eu..- minha boca ficou seca.- Fix tudo por você.- senti as lágrimas morna caminharem por minhas bochechas.
JV: UMA PORRA!- ele se afastou.- Tu iria conseguir fugir..- me senti tonta mais uma vez.
Madu: COMO?!
JV: vai embora Maria.- ele falou me deixando sozinha ls.
Madu: Louco, Idiota, babaca, infeliz, filho da puta, corno,desgraçado..- eu dizia batendo o pé no chão e chorando. Ele voltou de uma vez e então fez o que eu nunca na minha vida imaginei que aconteceria de novo. Ele voltou e me deu um tapa no rosto, eu parei perplexa.-
JV: Corno é, vagabunda?- ele apertou meu braço.- VAZA DO MEU MORRO ANTES QUE EU TE MATE.- ele me empurrou, e então fiquei um pouco paralisada. Muita coisa pra mim.- VAZA!- ele gritou, eu me assustei e então eu sai de lá bem rápido. Quando estava bem na saída eu senti mais uma vez puxarem meus, virei assustada e então me deparei com os olhos que dá gêmeos dos meus.-
Madu: Mãe..- soltei um suspiro longo, e voltei a chorar sem me importar com esse povo que me olha feio. Minha mãe passou a mão onde ardia.-
Flávia: por que você é tão cabeça dura?- ela acariciou meu rosto.-
Madu: me tira daqui ? - ela assentiu.

Era incrível como todos naquela favela me olhavam com nojo, com desdém e não fazem questão de esconder isso. Eu me sentia péssima, meu filho não merece tá sentindo todo esse sentimento. " Não é sua culpa"
Senti minha mãe pegar na minha mão e me guiar para o carro.. Essa era a hora de dizer a ela. Alguém tem que me ajudar, mas se não quiserem eu me viro só.
...
No caminho eu procurava forma de dizer a ela sem fazer com que ela batesse o carro.
Flávia: para de me olhar assim, diz logo! - respiro fundo
Madu: maneira suas bruxarias.:
Flávia: me chamando de bruxa?!- fingiu indignação, nós rimos.- diga.
Madu: melhor você parar o carro.. - ela me olhou brevemente. Uns tempos depois paramos na praia e então fomos pra beira do mar e sentamos
Flávia: estou preparada..- mordi os lábios. Você não tá.
Madu: eu e meu irmão mentindo, eu tive fraqueza sim mas não foi só isso.- ela respirou fundo.- eu estou grávida..- murmurei olhando pras minhas mãos.
Ela ficou calada, meio sem reação, ela encheu os olhos de lágrimas e então passou a mão no meu rosto depois, sem dizer nada ela me abraçou forte. Choramos uma no ombro da outra, estava sem chão.

No Morro RivalOnde histórias criam vida. Descubra agora