Chegamos ao hospital uns minutos antes das 9 horas da manhã, hora em que começava o horário de visita. Na verdade eu e o Harry fizemos praticamente direta! Ele estava demasiado ansioso para conseguir adormecer e eu também não o conseguia fazer sabendo que ele não estava bem... Então passei a noite a acariciar os seus cabelos e o seu rosto, sempre em silêncio, mas foi o mesmo que nada pois ele não conseguia mesmo adormecer. Como resposta aos meus mimos ia recebendo frases como "Obrigada por estares aqui comigo." ou "Sem ti não sei como estaria a aguentar isto. ", mas nenhum de nós voltou a tocar no verbo "amar", até porque ambos tínhamos ficado bastante apreensivos com esse assunto.Quando chegamos ao corredor que Gemma nos indicou, damos de caras com Robin à porta do suposto quarto?
- Robin? Não devias chegar da viagem de trabalho só depois de amanhã? - Gemma questiona, de sobrancelha arqueada.
- Sim, devia. Só que entretanto aconteceram algumas coisas que me fizeram antecipar o regresso, mas depois já falamos sobre isso, agora vamos ver como a Anne está.
Todos concordamos e entramos no quarto. Harry entrelaça a sua mão na minha ao deparar-se com o corpo da sua mãe inanimado numa cama de um hospital...
Lágrimas escorrem pelo rosto da Gemma, enquanto Robin e Hazza se esforçam para as conter. O padrasto do meu melhor amigo e a sua enteada sentam-se nas cadeiras do lado esquerdo da cama, enquanto eu e o Harry nos sentamos do outro lado.
Este brinca com os cabelos da mãe, sem pronunciar uma única palavra. Acho que nunca o vi tão devastado, tirando quando o seu pai saiu de casa, óbvio.
Um senhor alto e magro, com os seus cinquenta anos e bata branca entra no quarto e sorri-nos levemente.
- Bom dia, vejo que hoje já não temos cá só a Gemma... É bom saber que a Anne tem tanta gente que gosta dela.
- Vá, sim, deixe-se lá disso e diga-nos como está a minha mãe. - Harry dispara, já farto da conversa de chacha do médico.
- Não sejas mal-educado, Hazza. -Gemma repreende, baixinho.
- Harry, há quanto tempo não te via! Quem é essa menina que trazes contigo? - o médico irritante continua, fazendo o Harry revirar os olhos.
- Eu sou a Catherine. - apresento-me.
- É a tua namorada, Harry?
E quando eu me preparava para dar uma resposta negativa, o meu melhor amigo decide responder por mim:
- Sim, é. Mas vá, diga-me, como está a minha mãe?
Sinto as minhas bochechas corar com a sua resposta, enquanto o sorriso desaparece do rosto do médico.
- Bom, a Anne está exatamente igual. Não apresenta melhoras, mas também não piorou. Neste momento, tudo pode acontecer.
- Tudo? Isso quer dizer que a minha mãe pode morrer? - Harry questiona, com a voz trêmula e porra! Parte-me o coração vê-lo assim.
- A tua mãe está em coma, por isso sim. Tal como eu disse tudo pode acontecer. O seu coração tanto pode parar como ela pode acordar a qualquer momento e ficar tudo bem... Resta-nos esperar! - e com isto, ele retira-se do quarto.
Uma lágrima escorre pelo rosto perfeito do Harry e eu apresso-me a limpá-la.
- Então, Robin, já nos podes explicar porque voltaste mais cedo? - Gemma pergunta.
- Bom... Como vocês sabem era suposto eu só regressar daqui a dois dias, pois estava em Los Angeles a trabalhar. Acontece que ontem quando saí de uma reunião de trabalho e cheguei ao meu carro, encontrei um pequeno envelope preso no para-brisas do carro. Quando o abri tinha lá dentro uma folha onde estava impressa a seguinte frase: "A minha vingança já começou, mas não vai ficar por aqui! ". Ainda estava eu a digerir esta informação quando recebo um telefonema do nosso mecânico, o George, a dizer-me que não sabia como me dizer isto, mas que os travões do carro da Anne tinham sido sabotados, por isso é que ela não conseguiu travar naquele maldito cruzamento! E perante esta situação, achei que era minha obrigação vir imediatamente para cá!
Todos estávamos estupefactos com esta revelação! Então isso quer dizer que...
- Isso quer dizer que alguém tentou fazer mal à Anne? - questiono, sentindo uma pontada no peito por saber auê tentaram fazer mal àquela que foi como uma segunda mãe para mim.
- Infelizmente, eu penso que sim e não irei descansar enquanto não descobrir quem foi! - Robin ameaça e realmente este assunto é ainda mais sério do que parece!
(...)
Já almoçamos os quatro aqui em casa da Anne e consegui que o Harry comesse metade da comida que tinha no prato - o que foi uma vitória para mim!
Ao final da tarde iremos ao hospital de novo, mas até lá vou tentar que o Harry durma um pouco. Fecho a porta do seu quarto atrás de nós e sento-me na cama ao seu lado. Agora que estamos aqui os dois sozinhos tenho plena noção que ele vai desabar... É demasiada coisa para uma pessoa só!
- Está a ser tão difícil, Kate! -ele coloca o rosto entre as suas mãos, de modo a esconder as lágrimas que já caem involuntariamente pela sua cara.
Levo a minha mão aos seus cabelos encaracolados, fazendo movimentos circulares, e deposito um beijo nos mesmos. Não digo nada... Sei que ele está a precisar de desabafar.
- Eu já perdi o meu pai... Quer dizer, ele é que nos abandonou, mas apesar de ele bater na minha mãe, era um bom pai e nem eu nem a Gemma estávamos à espera que ele fosse para nunca mais voltar. - os soluços dele ecoam por todo o quarto, partindo-me o coração. - Não sei se ele está vivo, Se está morto, se está doente, se tem outra família ou filhos... Não sei nada do meu pai há mais de 8 anos! E durante estes anos a minha mãe fez o papel de pai e mãe, não a posso perder a ela também... Porra e pensar que alguém lhe quer fazer mal... Logo à minha mãe que tem um coração de ouro... Eu juro que mato quem lhe fez aquilo ao carro! - por esta altura ele já grita e puxa os seus caracóis com tanta força que os nós dos seus dedos estão brancos!
Salto para o seu colo e abraço-o com quanta força tenho. Ele retribui e chora no meu ombro, acalmando-se um pouco.
- Hazza, eu na verdade nem sei bem o que te dizer... Não te posso garantir que vá ficar tudo bem, mas garanto-te que aconteça o que acontecer eu vou estar do teu lado... Sempre!
Ele olha-me nos olhos e eu limpo as lágrimas que ainda estão no seu rosto. Dou-lhe um beijo que eu tencionava que durasse apenas uns meros segundos, mas ele faz questão de o intensificar.
As suas mãos geladas entram na minha camisola, fazendo-me arrepiar e arrancando-a do meu corpo.
- Harry, o que estás a fazer? - pergunto, surpreendida.
- Por favor, Kate, eu preciso mesmo disto.
Assinto com a cabeça e volto a beijá-lo. Rapidamente os nossos corpos nus estão envolvidos na mais linda prova de amor. Esta é a terceira vez que nos envolvemos, mas esta está a ser diferente...
Desta vez não é só desejo... É amor.
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Just Friends ∆ H.S
FanfictionMelhores amigos desde sempre, ou melhor, melhores amigos com benefícios desde sempre. Ela não quer nada sério que possa estragar a amizade... Mas será que vai resistir para sempre?