Capítulo 37

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POV Harry
Já estávamos no jantar de grupo, eu e a Bea. Mal recebi o convite pensei em traze-la, porque também já estou mesmo a ver que a Kate vai trazer o seu amigo. Na verdade, já cá estamos todos, só faltam eles.

Mal chegamos consegui convence-la a falar com o Louis e a Zoe. Tal como eu calculava foi ela que arranjou todo aquele esquema para os separar. E agora que contou à Zoe que foi ela que pediu à outra miúda para beijar o Lou acho que eles vão voltar. Ao menos que alguém nesta vida esteja com a pessoa que realmente ama...

Sinto a mão fria da Bea a acariciar a minha bochecha e desvio-me imediatamente, olhando de relance para a entrada no restaurante.

Engulo em seco quando pouso os olhos nela. O seu corpo suporta um vestido preto e justo que realça bem cada curva do mesmo. O seu cabelo está lindo, os seus olhos brilhantes e o seu sorriso radiante.

E parte-me o coração saber que já não o sou eu o motivo daquele sorriso, mas sim o tipo que agora toca naquilo que um dia foi meu. O rapaz das pizzas traz um braço à volta da sua cintura e olha para ele com um olhar apaixonado. Com a mesma paixão que eu a olho... ou olhava, não sei.

Eles aproximam-se da mesa e vejo o seu sorriso desaparecer momentaneamente quando olha para mim, mas ela logo se recompõe, desviando o olhar.

  - Bem, pessoal, vocês já devem saber que este aqui é o Dean, o meu namorado. - a sua voz doce atravessa-me de um lado ao outro. Ela está a assumi-lo.

Ela nunca me assumiu e está a assumir outro! Baixo os olhos para o prato e ignoro a mão da Bea na minha perna. Fecho os olhos com força, tentado ignorar a vontade que tenho de partir tudo ou então de desatar aqui a chorar.

Vê-la com o Liam já foi mau, mas depois de a ter tido durante dois meses e tal só para mim custa-me ainda mais ver outra pessoa no lugar que devia ser meu.

Durante o tempo que me pareceu ser uma eternidade os pratos principais são servidos, mas a verdade é que não consigo tocar sequer na minha comida. Sinto-me agoniada pelo sorriso dela, pelas trocas de carinhos entre eles.

A única coisa que consigo que caia no meu estômago é o álcool. O vinho faz com que uma certa adrenalina percorra as minhas veias, mas ao mesmo tempo acalma-me. O álcool faz com doa menos.

Tenho a certeza que das duas garrafas de vinho que trouxeram para a mesa eu bebi uma inteira, mas não estou nem aí para isso... Esta noite só quero esquecer que perdi a única pessoa que amo mesmo e que me amou a mim também... Amou... Não ama mais.

(...)

Algumas horas depois encontramo-nos num bar ou numa discoteca qualquer. Não faço a mínima ideia de onde estou!

Do que me lembro, já estive na casa-de-banho desta porra aqui a fazer sexo com a Bea. Deve ter sido tão bom que já nem me lembro.

Neste momento, encontrava-me no balcão a pedir mais uma vodka. A minha garganta ardia de tanto beber e o meu estômago estava dorido de tanto se revirar, mas eu não pretendo parar.

Pelo menos já não sinto aquele nó na garganta nem aquele aperto no peito cada vez que olho para os sofás onde eles todos estão sentados e a vejo no colo dele. Pelo menos era aí que ela estava até agora, porque neste momento já não a consigo encontrar.

Sinto uma mão no meu ombro e nem me dou ao trabalho de me virar. Tenho quase a certeza que é o Louis.

  - Não achas que já chega de beber por hoje, Hazza? - a sua voz confirma as minhas suspeitas.

  - Deixa-me em paz, Louis. Quero esquecer esta merda toda.

  - Tu vais cair para o lado não tarda muito, Harry! Achas que a Kate está a gostar de...

  - Cala-te, porra! - grito-lhe, virando-me para ele.- Deixa-me em paz!

Ele parece um pouco ofendido e acaba por me voltar a deixar sozinho.

Viro-me para o barman e peço-lhe um shot desta vez. Acho que vomito se engolir mais um golo que seja de vodka.

Tenho uma leve ideia de que a Bea teve que ir para casa, já não me lembro ao certo porquê. Deus! A minha cabeça está uma total confusão, nem sequer consigo dar continuidade a um raciocínio, credo!

Enquanto olhava em volta no bar, detetei-a. À Kate. Ela estava encostada a um canto e o corpo do rapaz das pizzas estava pressionado contra o dela. Eles estavam a beijar-se e enquanto as mãos dele passeavam pelas costas dela. Ele não sabe que o que ela gosta é de ser agarrada pela cintura. Ele não a conhece como eu.

Até com a bebedeira que eu estava eu conseguia sentir a raiva a ferver nas minhas veias e o seu peito a apertar. Começava a ver tudo à roda e o meu estômago parecia estar na Terceira Guerra Mundial.

Mesmo assim ainda consegui beber mais um shot enquanto a via a sorrir para ele. Por muito que o seu sorriso continuasse lindo, ele não estava tão feliz como quando era eu a beija-la.

Apesar de tudo eu sei disso. Eu sei que mesmo que ele a tenha e eu não, ela nunca o vai amar como me amou a mim. E eu tenho tantas saudades do tempo em que ela né amava.

Consigo pedir ainda mais um shot, mesmo que a minha visão esteja completamente turva e desfocada. Não sei ao certo se é das lágrimas que subitamente começaram a escorrer pelas minhas bochechas õ  se se devia à quantidade de álcool que ingeri.

Mas mesmo totalmente bêbedo eu ainda consigo sentir a dor de saber que não a vou ter mais. Que não a vou beijar mais, que não a vou abraçar mais, que não lhe vou poder mostrar mais o quanto eu a amo de todo o meu coração. Eu sempre a amei tanto... E quando finalmente a tive não a consegui segurar.

Sinto-me cair para trás no banco e o meu corpo embate no chão. Mete momento já não vejo nada mesmo, apenas manchas coloridas.

Eu não quero que outra pessoa a tenha. Eu próprio não quero outra pessoa. Por mais raparigas com que me envolva, eu sei que nenhuma me vai amar como ela e sei que eu também nunca vou conseguir amar alguém que não ela.

Eu não quero mais nada, mais ninguém. Eu só a quero a ela... E não poder tê-la destrói me totalmente.

Não consigo mais segurar os meus olhos abertos e toda a minha visão fica preta. A última coisa que ouvi foi um grito estridente da voz que mais amo:

  - Harry!

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