Capítulo 15

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POV Catherine

Estamos nós a meio de uma longa sessão de beijos quando me lembro de algo importante.

- Harry? - chamo, entre dois beijos.

- Chiu... Cala-te! - ele manda, ainda de olhos fechados.

- Hazza, eu posso estar a enlouquecer, mas eu preciso que me mostres uma fotografia do teu pai.

Ele abre os seus olhos muito de repente e vejo-o empalidecer... Sei que este é um assunto sensível para ele, mas tenho mesmo que resolver isto na minha cabeça.

Ele levanta-se e caminha lentamente até à cómoda, tirando de lá o álbum de fotografias, do qual descola uma delas.

- Toma. - ele entrega-me a dita fotografia e observo-a com atenção. Na mesma está retratado um senhor que pôr esta altura devia ter os seus quarenta anos. Tem o rosto de forma oval e o cabelo acinzentado já havia começado a cair. Sinto o sangue das minhas veias a congelar e o chão a fugir-me debaixo dos pés: não pode ser!

- O que se passa, Kate? - A sua voz rouca preocupada interrompe a minha linha de pensamentos.

- Não pode ser... - murmuro.

- Mas o que é que não pode ser? Desembucha, Catherine! - ele está a ficar irritado e não sei como raio lhe contar isto.

- Harry... Eu... Eu quando estava a vir para aqui estava a sentir-me observada e quando olhei para trás estava um homem todo vestido de preto, com gorro preto e óculos de sol. A cara dele não me era estranha e no resto do caminho achei que ele tinha algumas parecenças com o teu pai... Sim porque eu ainda me lembro dele. Mal, mas lembro. E agora a partir desta fotografia eu tenho 90% certezas de que era ele que me estava a seguir.

Ele arregala os olhos e fica nervoso, andando em círculos pelo quarto.

- Não pode ser... Não pode ser! O meu pai não pode ter voltado... Será que ele era capaz de ter provocado o acidente à minha mãe? De a ter colocado numa cama de hospital? Em coma? Não, não... De certeza que ele não era capaz... Ele sabia que isso me ia fazer sofrer, a mim e à Gemma e apesar de tudo eu sei que ele nos ama, mas... Calma! Agora aquela mensagem já faz sentido!

Levanto-me e abraço-o com força, parando-o.

- Pára, Harry! Não faças filmes na tua cabeça! Provavelmente estamos todos a ficar paranóicos com esta história... Agora vamos andando para o hospital, que já estamos atrasados para a visita e a Gemma e o Robin já lá devem estar.
Ele lá concorda, entrelaçando a mão na minha. Descemos as escadas e saímos de casa. Apesar de estarmos de mãos dadas vejo que ele está exageradamente pensativo... As sobrancelhas franzidas, o olhar fixo no chão e a força com que ele segura a minha mão faz-me ter a certeza que ele ainda está a matutar na possibilidade de o seu pai ser o responsável por tudo isto!

(...)

Quando entramos no quarto onde a Anne está belisco-me para ter a certeza de que não estou a sonhar. Anne está acordada e Robin e Gemma choram enquanto falam com ela.

- Mãe? - o meu melhor amigo chama a atenção de todos no quarto, deixando uma lágrima escorrer pelo seu rosto.

- A mãe ainda não se pode esforçar ao ponto de falar, mas ela acordou há pouco e em princípio vai ficar bem. - Gem comunica-nos sorrindo.

Harry corre para a maca e abraça a sua mãe, dando-lhe inúmeros beijos no rosto. Sinto o meu rosto húmido e reparo que me emocionei ao ver o rapaz que amo... Quer dizer, o meu melhor amigo tão aliviado e feliz.

Quando finalmente todos nos acalmamos, Harry puxa uma cadeira e senta-se à beira da cama, ao lado da irmã, puxando-me para o seu colo. Anne fica com uma expressão surpreendida e Harry faz questão de esclarecer tudo:

- Não, mãe, nós não começamos a namorar.

- Claro que não. Apenas se comem quase todos os dias lá em casa... Incluindo na cama! - Gemma revira os olhos, provocando uma gargalhada no Harry e no Robin. Anne franze o sobrolho e eu repreendo a minha pseudo-cunhada.

- Gemma! Mete-te na tua vida.

- Eu até metia se não tivesse que te ouvir gemer no quarto ao lado quase todas as noites. - todos continuam a achar imensa piada, excluindo eu, que fico imediatamente corada.

- Bom, mudando de assunto. Eu tenho uma suspeita sobre quem tenha provocado tudo isto. - o meu melhor amigo conta pormenorizadamente a história da mensagem, do homem suspeito e, quando no fim diz que suspeitamos do seu desaparecido pai, Anne começa a ficar inquieta, como se estivesse a entrar em pânico.

- Calma, amor, nós não vamos deixar que ele te faça mal. Ninguém vai deixar que ele te volte a tocar. - Robin tenta sossega-la, com uma expressão de coração partido no rosto.

- O melhor é eu chamar um médico. - ofereço-me, saindo do quarto e procurando desesperadamente por alguém que possa ajudar a Anne.

Ao percorrer os corredores avisto um médico a beber água que provavelmente não tem nada para fazer. Não aparenta mais de vinte e cinco anos e relamente ele é todo.

Kate, acalma as hormonas.

Os músculos dos braços bem definidos, o cabelo loiro e os olhos verdes (não tão bonitos como os do Harry) fazem dele um homem realmente muito sexy. Bom, mas isso também não interessa nada agora.

Aproximo-me dele e, sem sequer me apresentar, resumo-lhe o que está a acontecer a Anne e ele logo vai até ao quarto. Somos todos obrigados a esperar cá fora, enquanto enfermeiros e enfermeiros entram no maldito quarto.

Cerca de 20 minutos o médico lá sai do quarto, vindo até nós e sorrindo-me. Sinto o corpo do Harry a endurecer ao meu lado e reviro-lhe os olhos.

- Então, doutor, como está a minha mulher? - Robin questiona, preocupado.

- Bem, a Dona Anne teve uma espécie de ataque de pânico. Para uma boa recuperação os senhores têm que ter cuidado com aquilo que falam na frente da paciente, pois a mesma tem que estar em repouso. E melhor ela só voltar a receber visitas amanhã. Já agora, o meu nome é John e se precisarem de alguma coisa é só ligarem para este número. - o médico sexy tira um cartão do bolso e estende-mo, sorrindo sedutoramente.

Quando me preparo para o agarrar o Harry arranca-o da mão de doutor de forma bruta, dirigindo-se ao mesmo com uma voz rude:

- E eu quero isto para quê? Para limpar o rabo? Só se for... Pare de olhar para aquilo que é meu com esses olhos de abutre antes que tenha que ir visitar o seu dentista ainda hoje.

Todos ficam estupefactos com as suas palavras. Já eu, limito-me a revirar os olhos e a suspirar...

Aí vem mais uma cena de ciúmes!...

Just Friends ∆ H.SOnde histórias criam vida. Descubra agora