Capítulo 15

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Adam (Lucas)

Assim que entro no carro Scott me liga, remarcando o encontro para as seis da noite, na zona norte da cidade. Um lugar ermo, onde as árvores são altas e se não me engano ali perto tem até uma trilha de camping. Mas a hora que ele marcou e com a tempestade que está chegando, faz parecer o lugar assustador. Sorrio ligando o carro e olho para Damien, que está entrando no carro dele ao lado do meu.

— O filho da puta remarcou, no começo da noite, perto de uma trilha de camping. Ele quer me assustar.

Damien gargalha e dá de ombros

— O medo já está se instalando, vamos lá para o armazém. Você precisa conhecer o lugar, os caras estão animados em te rever.

Concordo e espero ele sair com o carro, para segui- lo. Mando uma mensagem para Liam avisando que não vou poder ir na oficina hoje. Ligo o rádio e uma música começa a tocar, automaticamente me lembro de Chloe e suas gargalhadas.

Sei que quando uma coisa boa acontece na nossa vida, sempre vem coisas ruins atrás dela. O que é justo? Ela é praticamente uma garota começando a viver agora, a realizar seus sonhos, não seria justo e nem um pouco honesto envolve-la nisso. Eu estava a cada dia mais fascinado por ela, queria continuar ao seu lado, mesmo tudo começando a ficar ruim agora. Eu nunca fui um homem de ter medo, sempre fui teimoso e perseverante, mas tenho medo por ela. A que preço posso tentar fazer isso dar certo? E mesmo eu sendo honesto sobre essa minha nova fase de vida, ela aceitaria?

Diminuo a marcha do carro. Assim que entramos no lugar onde está o armazém, reconhecendo alguns caras da última equipe tática que nos ajudou no México. Conversamos e me assusto um pouco, pelo tempo que tudo isso passou, uma coisa que pensei que teria passado para sempre. Mas olha eu aqui novamente, fazendo esse papel de bandido.

Damien me leva para dentro armazém, me sinto familiarizado pelo cheiro da pólvora, das armas, das caixas.

— Cara, isso é um verdadeiro arsenal — Abro umas caixas e vejo várias facas e armas.

Damien sorri abrindo uma caixa maior e me deparo com umas vinte ponto cinquenta. Assovio

— Um verdadeiro cardápio.

— Um verdadeiro circo, montado na verdade. — Damien gargalha indo até um freezer no canto, abrindo e jogando uma cerveja para mim — Com direito a regalias, ideia nossa.

Abro a cerveja me rendendo a essa vida, mesmo sabendo o que posso perder. Damien parece, entender.

— O que você vai fazer, em relação a doutora?

— Você sabe qual seria o certo a se fazer, mas não sei ainda.

Damien sorri

— Cara você está caidinho por ela. Mas eu entendo, tem mulheres que nos atentam de uma forma, que perdemos o rumo.

Olho para ele

— Louise?

Damien gargalha e fecha as mãos com raiva

— Antes fosse, mas não. É apenas uma dêmonia, que sempre tenho vontade de estrangular — Ele bebe a cerveja e logo deixa a garrafa no canto — Vamos aproveitar e ver o perímetro, afinal temos que deixar seguro essas relíquias.

Concordo com ele e deixo a minha cerveja no canto, sinto um bolo dentro de mim. Nem sempre as escolhas são totalmente certas ou erradas e é por isso que odeio escolher.

Passamos o dia em marcar o perímetro, entre cervejas, zoação e gargalhadas do pessoal. O nó dentro de mim não me abandonou, principalmente quando Francis e Hugo falaram das suas esposas e filhos. E só piorou quando, a tentação de falar com ela foi maior e eu não resisti. Ela atende no quinto toque.

Meu Destino - Na redenção do amor... - Série Destinos Traçados - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora