Meu Destino - Na redenção do amor... - Série Destinos Traçados - Livro 3

Capítulo 1

Adam

Depois de subir doze degraus carregando meu irmão bêbado e fazer malabarismo para abrir a porta daquele quarto de hotel barato, jogo ele de qualquer maneira na cama. Olho meu irmão apagado e abro um largo sorriso de bem feito. O idiota arruinou minha noite de bebedeira, mas em contrapartida vai ter uma maldita ressaca amanhã. Pode parecer uma competição idiota entre irmãos, mas essa era a minha noite de bebedeira e amanhã seria meu dia da ressaca. Olho para ele mais uma vez, ele disse que eu estava com o coração partido por não ter ficado com a garota, mas sei bem no quem essa noite estava.
Eu não tenho um coração partido, eu apenas me sinto vazio, estagnado, sem expectativas. Quer saber é melhor eu procurar um lugar para beber, onde eu posso encher a cara essa noite, onde não preciso me preocupar qual caminho seguir.

Depois de reservar um quarto para mim, ligo o carro e saio em busca de um bom lugar para beber. Ligo o rádio não fazendo questão de escutar nenhuma música específica. Apenas quero  que um pouco de barulho preencha o interior do carro. A rua com poucos carros e a música alta me fazem relaxar, acelero o carro e ultrapasso alguns sinais. Sorrio interiormente, me sentindo melhor comigo mesmo.
Será que as pessoas se sentem assim, quando se veem livres de algum tormento? Algumas coisas que fiz como Adam me trás um gosto de orgulho, mas ao mesmo tempo nesse mesmo patamar sinto o gosto amargo da derrota. E só consigo lembrar dos amigos que perdi, por me apoiarem. Nas pessoas que amei, gostei e machuquei. E, depois daquele longo caminho ver tudo terminado. Saber que contribui para algo de bom no final, não me faz sentir nenhuma vitória, nenhum doce sabor.

Depois de vários sinais ultrapassados, diminuo a velocidade do carro. Uma hora eu teria que parar em algum sinal vermelho, uma hora eu teria que parar em algum caminho da minha vida. Sorrio diante da ironia do meu pensamento e tamborilo os dedos no volante me sentindo ansioso para aquele sinal logo abrir.

Assim que o sinal abre, passo a marcha e saio em baixa velocidade. Olho para o lado e vejo um senhor passar com um carrinho de compras, acelero um pouco mais e continuo a olhar quando ele passa em frente a um beco mal iluminado. Uma cor branca no chão chama a minha atenção, foco mais meus olhos e vejo um par de sandálias cor de rosa. Paro o carro de qualquer maneira no acostamento e saio.

Quanto mais entro naquele beco, reconheço a garota da limusine. Ando mais rápido em direção a ela, assim que me aproximo a vejo muito machucada. Me abaixo perto dela e pego seu braço, para sentir sua pulsação. Algo me toca ao sentir sentir seu pulso fraco e sem ritmo,  ela não tem muito tempo. Até uma ambulância chegar aqui ela vai estar morta. Pego ela nos braços com cuidado e a levo até o meu carro, deito ela no carona, dou a volta me sentando em frente ao volante. Olho pelo retrovisor garantindo mais uma vez que ela está segura, passo a marcha do carro e acelero cortando vários carros.

******

Dez minutos depois de eu ter entrado na emergência do hospital, vem uma mulher com uma ficha na mão.

- Sou a doutora Cassey, precisamos saber a identidade da paciente que você trouxe. Ela está sendo preparada para uma cirurgia

- Olha eu encontrei ela caída em um beco, medi sua pulsação e vi que ela não iria aguentar até uma ambulância chegar. Eu apenas sei que seu nome é Chloe, horas antes ela tinha batido no meu carro.

A mulher assente e me olha com desconfiança

- O seu nome e documentos por favor. Tivemos que chamar a polícia, dado aos seus ferimentos ela foi agredida violentamente.

Olho para a médica percebendo que ela está muito desconfiada de mim, acho justo, até eu desconfiaria. Puxo minha carteira e olho para as minhas duas identidades. A do Adam Maze e a do Lucas Mazing que está junto com a carteira de identificação de Capitão do corpo dos fuzileiros.Olho para a mulher e mais uma vez para as minhas carteiras e numa impulsividade puxo a do Lucas Mazing.
  Ela anota algo na ficha e me entrega a carteira me olhando agora com respeito e menos desconfiança.