Capítulo 18

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" ... Diga que se lembrará de mim

Ali parada, em um lindo vestido

Encarando o pôr-do-sol, baby...

Lábios vermelhos e bochechas rosadas

Diga que irá me ver de novo

Mesmo que seja apenas em seus sonhos mais loucos

Sonhos mais loucos..."


Chloe

Quando acordo sinto uma sensação estranha, como se eu estivesse sido observada. Olho o livro fechado ao meu lado da cama, tentando lembrar quando eu o fechei. Claro que eu não iria me lembrar, o cansaço e a metade da garrafa de vodca me derrubaram. Me levanto da cama miseravelmente, lembrando os culpados pela minha sede de vodca. O doutor Burns, que parece fazer questão em complicar a minha vida na residência, querendo transformar meu sonho em um verdadeiro inferno e o principal, Adam... Droga!

Passei todo o plantão tentando pensar racionalmente o que eu sentia por ele, tentei puxar a voz da responsabilidade moral dentro da minha cabeça, que eu estava louca em aceitar Adam com tanta facilidade. Mas logo a voz era abafada, por um sentimento bom e que no fundo eu não acreditava que ele era realmente um traficante. Quando sai do plantão a única coisa que eu queria era beber. Respiro fundo e balanço a cabeça em negação, eu devo estar louca, mas tenho certeza que senti levemente o perfume de Adam.

Isso deve ser pegadinha da minha cabeça perturbada. Sim, eu sou perturbada por estar encantada por um traficante, corredor de pegas... Que tem olhos hipnotizantes, um sorriso travesso e um corpo no qual eu poderia ficar olhando por horas, que eu nunca iria me cansar.

Em um mundo muito distante, existia uma Chloe, que sabia o que realmente queria. A estudante de medicina, a filha exemplar, a namorada perfeita. Como num passe de mágica eu cai em um mundo completamente diferente? Nessa situação da minha vida, eu já posso até acreditar que o país das maravilhas realmente existiu e eu sou a Alice, brincando com o chapeleiro maluco.

Vou para o banheiro e depois de vinte minutos debaixo da água saio me sentindo menos tonta, mas ainda com uma puta dor de cabeça. Isso que dá, beber de estomago vazio, achando que barra de cereais alimenta. Que bela médica eu quero ser!

Bebo um analgésico e coloco a chaleira no fogão, vou apelar para o café. Enquanto espero a agua ferver, olho para a minha geladeira vazia me lembrando que Adam reclamou que eu não ia no mercado. Bato a porta da geladeira com força, não querendo lembrar nada dele. Sinto raiva de mim mesma e em toda essa situação. Deus, se isso for uma pegadinha, por favor o senhor pode parar!

Bebo meu café me sentindo entre o paradoxo da idiotice e burrice. Quem se envolve dessa forma? Porque meus radares não funcionaram, não emitiram nenhum alerta? Mesmo que tivessem emitido, eu estava muito distraída por um par de olhos verdes e quentes, para prestar atenção em qualquer outra coisa.

Meu celular toca e pego a minha bolsa. Olho no visor onde está escrito mãe, a vontade de não atender é grande, mas eu sei que tenho que atender.

— Oi mãe

— Boa tarde Chloe, até que enfim você me atendeu. Pensei que para poder falar com você, precisaria me fingir de doente e marcar uma consulta.

Meu Destino - Na redenção do amor... - Série Destinos Traçados - Livro 3Onde histórias criam vida. Descubra agora