Meu Destino - Na redenção do amor... - Série Destinos Traçados - Livro 3

Capítulo 35

"... Este Romeu está sangrando

Mas você não pode ver o seu sangue

São apenas alguns sentimentos

Que este velho sujeito jogou fora...

Tem chovido desde que você me deixou

Agora estou me afogando no dilúvio

Você sabe que sempre fui um lutador

Mas sem você, eu desisto

Agora não posso cantar uma canção de amor

Como deve ser cantada

Bem, acho que não sou mais tão bom

Mas querida, sou apenas eu... "

(  Bon Jovi - Always )

Chloe

Depois de ficarmos um tempo abraçados, Adam olha para mim, como se eu fosse o milagre mais lindo que ele já tinha visto na vida. Ele não esconde o que está sentindo nesse momento. Pelo brilho do seu olhar eu posso ver amor, alegria, adoração. Um sentimento de culpa me abate, um pouco.

— Adam me desculpa, mesmo sabendo estar grávida, ter me arriscado enfrentando Camille. E também por não ter contado antes sobre o bebê.

Ele sorri e coloca uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

— Está tudo bem, você perdeu o controle, chegou ao seu extremo, por mais louco que possa parecer eu entendo, eu sou o mestre em chegar ao extremo. — Sua voz é baixa e rouca, talvez pela emoção — E entendo também o porquê você não ter me contado antes. Mas tudo já passou, Camille foi levada e pelas provas, ela vai ficar o resto da vida presa. Eu vou te proteger Chloe, você e o nosso filho, acima de tudo.

É aí que chegamos a ponte que nos separa ou nos uni. Eu sei a quem ele está se referindo. William Mazzing, que ainda está solto por aí. Pelo seu olhar se duvidar, Adam já deve estar bolando um plano. Seguro a sua a mão, engolindo o nó na garganta.

— Aposto que você, já está bolando um plano, não está?

Seu sorriso é simples, até sereno

— Agora que Camille está presa, o plano de Damien vai dar certo. Quer dizer, depois dessa noite nós fizemos um novo plano, para fazer William vir mais rápido para Atlanta. Vamos precisar da ajuda de Scott, mas achamos que ele vai colaborar, diante de um bom acordo.

Esse é o meu medo, esses planos loucos, os riscos. Eu não sei se tenho mais estrutura psicológica para aguentar isso. Olho para Adam e me pergunto quanto mais ele vai se machucar nesse processo?

É demais para qualquer pessoa ver a pessoa que você ama, se arriscar assim. E eu não sei o que é pior, fugir e ficar sem notícias, ou ficar e participar de tudo isso. Dos dois lados é um tiro no escuro. É como você se descontruir, voltar a se construir e depois se desconstruir tudo novamente. Apenas para aceitar um fato que na realidade não pode ser mudado. Eu o conheci assim, eu o aceitei desse jeito, fazendo as coisas certas, mas do seu jeito errado. Será que nós podemos continuar com isso? Principalmente agora que a minha pessoinha está dentro mim e precisa ser protegida de toda essa loucura. Até em pensar nisso cansa, pensar no meu descontrole me machuca, não pela surra que dei em Camille, mas no risco que acabei colocando o meu filho. É perceber que diante de tudo isso qualquer pessoa pode chegar ao extremo, perder a razão. Como Adam perdeu, na noite da colina, como eu perdi nessa noite.