Adam (Lucas)
Olho para o meu comandante que não está nenhum pouco satisfeito com o meu pedido, ele mexe nos papéis e volta a me olhar.
— Eu não vou assinar sua dispensa definitiva, no momento isso está fora de cogitação
— O senhor sabe...
— Sim eu sei, você está cansado emocionalmente e mentalmente. Eu sei bem como é isso, e da mesma forma que sei é que tenho certeza que você vai superar, vai voltar a se adaptar a sua antiga vida
Olho para ele me sentindo sufocado com o uniforme
— Não é o problema de voltar a se adaptar, eu apenas cheguei ao meu limite
— Eu te treinei Lucas, lembro até quando você chegou cheio de entusiasmo — O encaro sentindo um pouco de frustração — Lucas, aqui dentro eu sou seu superior, mas não esquece que lá fora eu sou seu amigo.
Respiro fundo
— E como seu amigo que peço, me dê essa bendita liberação
Ele dá um sorriso ao me ver praticamente implorando
— Você por um acaso visitou a garota que você salvou no beco?
— Não
Minto, Lucien não precisa saber e também não tenho nenhuma vontade de falar que naquela tarde antes de sair de Las Vegas, eu voltei ao hospital. E também, não tenho nenhuma vontade de dizer que fiquei parado uns dez minutos olhando para ela deitada naquela cama. Os dez minutos que pareci um perseguidor, até ela virar o rosto na minha direção e eu sair praticamente correndo daquele hospital. Olho para Lucien
— Por que isso é tão importante? Vi a garota machucada, não iria dar tempo de chamar uma ambulância e a levei ao pronto socorro mais próximo. Não sei por que você está tão focado ainda nesse assunto, já se passou semanas isso.
— Não estou focado nisso, estou na verdade remotamente curioso por saber que ela entrou em contato com a polícia para te conhecer e descubro que você mentiu, dizendo que estava fora do país em uma missão.
— Isso é o meu superior ou meu amigo perguntando? Por que, pelo que sei não existe nenhuma regra que sou obrigado a visita-la
Ele volta a me encarar me avaliando
— É como os dois que pergunto, onde você colocou sua humanidade Lucas? Sei que vimos coisas ruins, vemos o desespero das pessoas. Mas, somos treinados para salvar, ter compaixão e principalmente ter humanidade.
Me levanto
— Quem disse que não tive? A salvei não foi? Não me venha com conversa de psicólogo Lucien, ela é apenas como todas as outras vítimas de agressão e deve estar bem. E de mais a mais, queria que fizesse o que? Na hora que fosse visita-la iria falar o que?
Ele sorri
— Perguntaria como ela estava se sentindo e se precisava de alguma ajuda. Diria que lamentava a perda dos filhos dela. Eu queria saber por que você tem tanto se relutando a isso, no que isso tanto te afeta.
Olho para ele
— Nada me afeta, o pior sentimento do mundo é pena e na hora que eu a visitasse, apenas sentiria isso. E também acho que você está querendo saber demais
Viro as costas e não encaro Lucien, eu não senti pena quando a olhei de longe naquele quarto de hospital, senti acho que foi carinho por ela. Continuo de costas vendo um helicóptero pousar
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Meu Destino - Na redenção do amor... - Série Destinos Traçados - Livro 3
RomanceDepois de abrir mão da sua verdadeira identidade e forjar a sua própria morte para descobrir o desaparecimento do seu irmão, Lucas Mazzing não existia mais. E sim Adam Maze, o melhor corredor das ruas de Los Angeles. Agora com seu irmão de volta, su...