Felipe Dennardi
Mais uma vez acordei com uma mulher que nem se quer lembro o nome. Lembro-me do pouco tempo de prazer que ela me deu.
Porra essa noite não tive sorte, vou ser mais seletivo na próxima.
Abro os olhos com a cabeça um pouco dolorida. Vejo um pequeno bilhete em cima do travesseiro ao lado.
"Oi querido, você estava tão lindo dormindo, não quis lhe acordar..
Adorei nossa noite, adorei tudo. Já que ontem você mal me falou seu nome e nem seu telefone me passou, estou deixando meu telefone, me liga gatinho..
Beijos Jéssica"
Quando termino de ler, só me resta rir.
– Se eu não disse nem meu nome ela achou mesmo que eu ia dar meu telefone? – dei uma gargalhada. Vou ao banheiro e faço minha higiene.
– Porra vou lembrar de não tomar tanto whisky em uma noite só – faço um lembrete pessoal.
Tomo um banho rápido e volto para o quarto me visto e logo ouço meu celular tocar – O que esse cara quer a essa hora da manhã
- Fala cara o que ta pegando? – Quando o assunto é Rodrigo eu sempre esqueço qualquer etiqueta ou formalidade. Ele é meu primo e temos quase a mesma idade. Ele era um dos sócios do escritório, responsável pelas contratações de estagiários e novos advogados.
- Fala ae Lipe, então cara tem um problema.
- O que aconteceu? Levou um toco da tua peguinha e agora não tem lugar pra dormir? Ta cara eu deixo você ficar aqui, só que se acostume com os gemidos que possam vir do meu quarto – Ironizo.
- Não Felipe, não é isso. Quando você vai deixar de ser esse babaca? Porra! – ele disse um tanto irritado – O negócio é que os advogados tem congresso hoje, lembra? Só ficaria eu e você no escritório e hoje eu tinha uma entrevista marcada com uma estagiária nova, só que deu um problema e eu preciso ir junto ao congresso, o Dr. Leonardo, seu PADRINHO – ele enfatiza - não pode ir por problemas pessoais e delegou que eu fosse em seu lugar, cara pelo amor de Deus, quebra esse galho pra mim, entrevista a nova estagiaria?
Leonardo era irmão do meu pai, fizeram faculdade juntos assim como eu e Rodrigo.
- Ah cara, você ta brincando com a minha cara né? Porra você sabe que eu odeio entrevista, tanto que essa parte deixa com qualquer pessoa menos comigo, odeio ter que ficar perguntando o infeliz espera do escritório, valores, isso aquilo.. a pelo amor de deus, eu não...
Rodrigo me interrompeu
– Po cara quebra essa, é o Leonardo, estou indo lutar pela gente porra, pelo tio, pela nossa fortaleza.
- Ah ta bom, vai lá vai..eu do meu jeito.. falow
Apesar de ser meu padrinho, porra nos últimos tempos ele não estava colaborando muito, largava tudo em nossas mãos, pra gente resolver e se virar com seus problemas, porra que merda meu dia já começou bem.
Faço um café forte, preciso me recuperar da ressaca. Vou para a garagem e entro no meu novo bebê, a pouco tempo comprei uma BMW, blindada a mando do meu pai, ele dizia que um Criminalista não poderia sair por ai dando sopa com a vida.
Sigo para o escritório. Entro pelos fundos, por segurança mesmo a entrada para a garagem era escoltada pelos meus seguranças, só entravam ali quem trabalhasse no escritório, nem visitantes nem ninguém entraria sem permissão.
- Bom dia Rosa, como está minha agenda hoje?
- Bom dia Dr. Felipe, então temos dois clientes novos agora pela manhã e as 11h30 temos uma entrevista marcada com uma estagiária.
Quando ela disse estagiária, até me interessei, se fosse bonitinha e não ficasse com a vaga pelo menos uma noite de prazer eu daria a ela.
A manhã passou voando, quando vi já eram 11h35 e nada da menina aparecer. Porra odeio esperar ainda mais pra entrevista coisa que odeio fazer. Quando era 11h40 liguei para Rosa e disse pra desmarcar essa merda de entrevista e como sempre ela me convenceu de que precisamos de uma estagiária e que eu deveria dar mais uma chance.
– Assim que ela chegar, peça para me esperar. Estou indo almoçar
Almocei escoltado a distância por 3 seguranças e sempre saia com um colete por baixo do terno, ultimamente andávamos sofrendo algumas ameaças então eu sempre cuidei com isso, odiava a ideia de andar com uns armário comigo, porem era necessário.
Voltando para o escritório, vejo uma mulher muito bem vestida conversando ao celular, da onde eu estava dava pra ouvir suas risadas parecia uma hiena rindo. Fico mais um tempo observando quando atravesso a rua, tento passar desapercebido mas porra que mulher gostosa! A saia marcando cada curva, uma camisa que deixava seus seios avantajados, cabelos lisos e loiros, mais ou menos pra baixo do ombro.
Entro no elevador e posso ver aaquela mesma mulher da entrada conversando com a Rosa. Antes que as portas se fechassem, seguro, assim elas se abrem e posso admirar ela curvada na mesa da Rosa, um tanto empinada perguntando sobre mim, mal ela sabia quem eu era.
- O Dr. Vann.. Vang..Vanncs.. – A ouço tentando pronunciar meu nome. Tive que segurar o riso, assim interrompo a modo Felipe e me apresento, quando ela se vira pude perder o tanto que essa mulher era bonita, seus olhos chamam minha atenção.
- A Sra. Não tem nome? Não fala? – Chamo sua atenção.
Assim que ela sai dos seus pensamento, estende sua mão em comprimento, com um sorriso que puta que pariu, fingi não ver, não sou disso.
- Não sou ninguém para desculpar seus atrasos, você ainda não trabalha aqui e pelo visto, se continuar nesse ritmo de atrasos não passa da experiência – Fixo meu olhar nela, porra essa mulher é linda, expressiva mas demonstra um certo medo no olhar.
– Dr. Felipe, Juliana está esperando até agora pela entrevista, avaliei a agenda do Dr. E não temos nada marcado para as próximas 2h acredito que dê tempo de entrevista-la – Rosa nos interrompe.
Pude ouvir que Juliana respirou aliviada, então resolvi dar uma chance.
– Esteja em minha sala daqui 10 minutos.. ou melhor, eu mando lhe chamar.
Apenas assente foi para o sofá, que bunda, meu deus!
Vou direto pra minha mesa, ligo a um dos meus seguranças internos.
- Pronto
- Fala Otávio, tudo tranquilo por ai?
- Sim Dr. está tudo sobre controle na sua casa, o condomínio está tranquilo – Eu morava no mesmo condomínio que meu pai.
-Ótimo, ótimo.. preciso de um favor, pesquise sobre a Sr. Juliana Andrade Silva e me passe todos seus dados, dentro de dez minutos – Desliguei e comecei a pesquisar algumas coisas.
- Rosa, mande a Juliana para entrar
Logo que desliguei o Otávio já havia me mandado informações sobre Juliana, tem 24 anos, está no ultimo ano de direito, numa universidade particular porem tinha uma bolsa de 50% devido suas notas. Morava com o pai que é policial da cidade, me perdi lendo sobre ela.
- Dr. Felipe.. – Ouço uma voz mansa invadindo a sala. Saio dos pensamentos.
– Você poderia ter batido
– Oh, desculpa eu bati mais voc.. o Dr. não ouviu – Ela justificar
Na mesma hora fiquei sem entender, não ouvi ninguém batendo em minha porta.
– Tudo bem, sente-se, eu não sou bom em entrevistar estagiários mais hoje todos dessa porra de escritório saíram para uma convenção na puta que pariu – Na mesma hora ela sentou-se em minha frente e começamos a entrevista.
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OS ACASOS
RomanceNessa vida, não tem nada, absolutamente nada que não aconteça por um acaso. Para Juliana, um relacionamento não seria ideal, não na atual fase da sua vida. Seu histórico de relacionamentos frustrados ainda pairam sobre seus pensamentos junto ao medo...