CAPÍTULO 26

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Juliana..

Sinto alguns movimentos na cama, acho que pode ser Ana saindo do quarto ou até mesmo se mexendo, porque desde que eu me lembro, quando dormíamos juntas uma na casa da outra, Deus, ela se joga na cama, não se mexe como uma pessoa normal.

Sinto carinho no meu rosto que vão até meu cabelo. Abro os olhos devagar, mas o sono me consome.

– Ei Ju – Ouço ele sussurrando.

Abro os olhos rapidamente me dando conta que Felipe havia voltado. Dou um pulo da cama, me sentando ao seu lado. Me agarro em seu pescoço e afundo meu rosto em seu pescoço.

– Você ta bem? – Pergunto tentando conter as lágrimas.

– Não chora, eu estou bem Ju – Ele fala baixinho, parece que estávamos em um monte de gente e tudo o que ele falava era somente pra mim escutar – Não chora, eu to bem, eu voltei – Sinto um beijo na minha testa.

Mesmo sabendo que ele está ali, mesmo sabendo que ele está bem, não consigo ficar bem, não consigo pensar em como eu ficaria sem ele, mesmo não sendo nada sério entre a gente, eu já estava muito próxima a ele, mesmo não querendo, eu estava.

Consegui conter as lágrimas e pude olhar para ele, suspirei e o dei um beijo, eu precisava senti-lo, saber que realmente ele estava bem.. foi um beijo apaixonado e com saudade, parecia que não nos víamos a meses.

Ele me abraçava forte em seu colo, fazendo com que eu me sentisse segura em seus braços.

– Não faz mais assim, não me assusta desse jeito – Peço dentre alguns beijos

Ele sobe uma mão até meus cabelos e fica alisando

– Eu precisei, aconteceu tudo tão rápido, não tinha como lhe contar, mais meu pai cuidou disso, aposto – Ele sorri e me da mais um baijo.

Quando vou falar, escutamos batidas na porta

– Filho.. – Era Margo, que vergonha, eu uma desconhecida, deitada na sua cama, com seu filho, agarrada parecendo um só, Deus!

- Entra mãe – Felipe diz e eu tento me afastar, mas ele não deixa e me olha com cara feia fazendo sinal negativo com a cabeça..

- Meus queridos, vamos almoçar, já está na mesa – A mãe dele diz sentando na beirada da cama, ela me olha fixo, com compaixão – Minha filha, não chore, ele está bem, está ao seu lado novamente – Ela sorri e sinto ela passando a mão na minha perna por cima da coberta.

Sorrio sem graça – Obrigada Margo – Me ajeito na cama, apoiando o pé no chão – Fe.. – Falo com a voz tomada por uma dorzinha enjoada.

– Ta tudo bem Ju?

– Ta sim, mas meu pé, ta doendo – Falo já não conseguindo esconder a dor

– MERDA! – Ele xinga.

– FELIPE! – A mãe dele reprende.

– Desculpa, a Ana não trouxe a bota? – Ele olha para a mãe

Margo se levanta da cama e vai até a sacola onde Ana havia trazido as coisas, tira minha bota de lá e eu nunca fiquei tão feliz em vê-la.

Me descubro e vou mais para a beira da cama, Felipe vem com a bota na mão me ajudando a coloca-la. Tento firmar o pé no chão, mais mesmo com a bota, ainda doi.

– Vem eu te levo – Felipe não me deixa nem pensar e me pega no colo, solto um grito de susto e a mãe dele apenas ri e faz sinal negativo com a cabeça

OS ACASOSOnde histórias criam vida. Descubra agora