CAPÍTULO 34

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Felipe..

Depois de sair da casa do meu tio, voltei pra casa, precisava espairecer, precisava assimilar tudo aquilo, tirar tudo aquilo da cabeça, toda aquela confusão, fiquei pensando e repensando por que todo mundo me escondeu o real assassino do Henrique.

Entro em casa e vou direto para o quarto, assim que termino de subir, entro no quarto e vejo tudo arrumado, sem nada da Juliana, se quer um brinco. Vou para o banheiro e as coisas pessoais dela também já não estavam mais ali e ai eu percebi que ela ocupava quase todo o armário pois estava completamente vazio, apenas com algumas coisas minhas.

Vou pra uma ducha fria, preciso desse choque no corpo, assim que meu corpo encontra a água fria falta um pouco de ar e as lágrimas de raiva começam a escorrer, que porra é essa? Fico me perguntando isso.

Acabo o banho, enrolo uma toalha na cintura e saio do banheiro, olho o armário vejo tudo vazio aonde estavam as coisas da Juliana, balanço a cabeça negativamente.

Coloco uma cueca boxe preta, visto uma calça de moletom e um tênis. Preciso correr.

Saio do quarto e assim que estou passando pela sala, ouço gritos e cantorias na rua, vou em direção a janela e vejo o carro de Ana passando, com as janelas abertas e posso ouvir lá de dentro a cantoria da Juliana, sinto alivio e ao mesmo um aperto, porra ela parece ta feliz.

Espero o carro delas passarem, assim que percebo Juliana entrando, saio de casa e começo a correr, preciso distrair a cabeça. Começo a fazer uma ronda pelo condomínio, entre caminhada e corrida.

Finalmente pensei que o cansaço havia me pego, já se passaram duas horas, dei umas dez voltas no condomínio ou mais, depois de um banho finalmente deitei pra tentar dormir.

Rolei de um lado para o outro, nada, absolutamente nada me fazia dormir, senti falta daquele corpo pequeno ao meu lado, daquele cabelos espalhados pela cama ou até mesmo de dormir em cima dela, como ela sempre reclamava, a roupa de cama ainda tinha o seu cheiro, tentei mais algumas vezes pegar no sono mas não consegui, eu precisava dar um jeito de ter Juliana, mesmo ela não me querendo eu preciso tentar.

Olho o relógio, passa um pouco das 7h00 da manhã.

Pego o celular e ligo pra múmia do Rodrigo

– Espero que tenha acontecido alguma coisa muito séria pra você me acordar agora seu filho da puta, com todo respeito, tia Margo – Rodrigo atende com voz de sono

– Levanta essa bunda daí rapá eu preciso que tu me ajude, tem como vir aqui pra casa? – Digo já levantando e indo atrás de uma roupa

– O que rolou? – Rodrigo diz mais esperto

Começo a falar pra ele tudo o que rolou, desde a hora que propus a ela que nos separássemos até a merda a ameaça que eu fiz, de tudo o que realmente aconteceu e ainda tive que ouvir Rodrigo me xingando por mais ou menos uma hora, falando o quanto eu era babaca e que eu tinha que desistir da Juliana, que eu não merecia ela. 

Mais uma vez, mais uma pessoa falou isso, tudo o que eu já tinha ouvido e o que eu sabia, mais depois de tudo ele disse que tava comigo e que apareceria lá em casa.

Faço minha higiene e resolvo alguns assuntos do escritório pela manhã antes do Rodrigo chegar.

Desço as escadas e vou direto pra cozinha, preciso de um café forte, coloco em uma xícara e saio de casa, vou dar uma respirada, fico bebendo meu café e percebo alguns dos seguranças saindo carregando algumas malas grandes, outras médias, só podiam ser das meninas, fico  observando as duas saindo conversando e de repente Juliana me olha, na verdade percebo que ela olha em direção a casa e fica surpresa em me ver por ali, sustento o olhar nela, bebo mais um gole de café e fico a observando, ela rapidamente desvia o olhar e sorri quando Rodrigo desce do carro e vai em direção a elas.

Ele fica um tempo abraçado a ela, ainda mantenho meu olhar fixo a ela, ela tenta de todas as maneiras disfarçar, mais não consegue, porra que vontade de ir abraçar ela, sentir seu cheiro.

– Já chega de agarração ai – Grito pro Rodrigo, ele se vira e faz um gesto obsceno, mostro o dedo do meio retribuindo o carinho.

Viro as costas e volto pra casa, ela com certeza estava fazendo aquilo pra se vingar, começar a provocar que era o que ela bem gostava de fazer, logo ouço a porta abrindo e fechando, só pode ser a anta do Rodrigo.

Deixo minha xícara na cozinha e volto pra sala, não deu outra, era ele mesmo, servindo dois copos do meu whisky, me aproximo e ele me entrega um copo.

– Valeu – Pego o copo e dou um gole – Elas tão indo já?

– Tão e não sabem quando voltam, já antecipo – Ele diz e senta no sofá

– Grande ajuda – Sento no outro sofá

– Você só faz cagada você sabe mané

– Eu sei – Afirmo – Mas eu preciso concertar essa cagada, eu pensei em ir pra Nova York atrás delas mais meu tio me mataria por isso. Porra não vou mentir que já pensei em largar dela mesmo, que essa seria a deixa eu saio como um babaca e ela como a indefesa, isso até seria bom. – Digo e dou mais um gole no whisky

Rodrigo ri debochando

– Quem diria que meu amigo, o Rei da pegação estaria estirado num sofá, tomando whisky e se lamentando pela namorada que está viajando – ele ri – corrigindo, ex namorada! É meu caro, só lamento por você.. mas se você pensa em ir, não é pra Nova York não..

Desvio o olhar rápido pra ele

– Como assim? Não é pra Nova York?

– Por que não é, provavelmente tenham falado isso pra você não ir atrás dela, como todo mundo sabia que você ia fazer isso, provavelmente tio Carlos te disse o lugar errado, elas tão indo pra onde Ana sempre sonhou ir

Só tinha um lugar que Ana sonhava ir

– CANCUN – Digo me ajeitando no sofá

– Olha até que pra um babaca você é espertinho

– Cala boca! – Repreendo

– Eu ainda não terminei, relaxa. Matheus vai se encontrar com elas na segunda semana que elas estiverem lá, diz que não quer passar tanto tempo longe da Ana – Rodrigo diz com pouco caso

– Como assim encontrar?

– Ué encontrar.. Matheus embarca acho que na segunda-feira que vem não entendi muito bem

– Que merda é essa que Juliana ta fazendo – Digo irritado

– Ae filhão, tu não tem mais nada com ela, então relaxa ai. Deixa ela lá no canto dela, você já vacilou demais com ela, porra só de olhar pra ela, você vê que ela ta sofrendo, você vacilou cara!

Rodrigo diz levantando e indo em direção a porta

– Sou teu parceiro e você sabe que pode contar comigo, mas na boa? só te falei aonde ela ta mesmo pra você ter certeza do que quer.. pra você ter certeza se realmente é ela que você quer.. se for, corre pra aquele aeroporto e não deixa ela viajar.. se não for, deixa ela ir. To na casa da tua mãe qualquer coisa – Rodrigo sai e fecha a porta.

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