CAPÍTULO 9

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– Isso é perseguição né Rodrigo? Só pode – Tentei me fazer de brava, por fim começamos a rir, nisso Debora e Ana apareceram logo atrás.

– COMO ASSIM, VOCÊS SE CONHECEM? – Ana diz num tom gritado quase me deixando surda, estava com as mãos na cintura e com uma interrogação estampada. Começamos a rir e dou espaço pra ele entrar, percebi que Debora fica analisando ele, tentando lembrar da onde ela o conhece.

– Oi priminha – Beija a testa de Ana – Eu conheço a Juliana sim, ela é acostumada a me dar uns tocos  – Começo a rir – Dai fui obrigado a ir atrás de outra, já que ela não me quer, mas só pra avisar Ju, quando me quiser só avisar que largo minha namorada

Ana concordou

– Amiga diga que sim, pelo amor de Deus aquela mulher é o fim da picada, ela é um porre – Nós quatro rimos do jeito que a Ana falou.

Rodrigo mostrou os papéis, explicou como ficaria nosso contrato, que era apenas um pedaço de papel. O importante mesmo era só alegar que eu iria morar ali. Tínhamos um contrato de 3 anos pra garantir e caso eu quisesse ir embora antes, o contrato seria quebrado sem nenhum prejuízo para ambas partes.

Conversamos mais um pouco, até Rodrigo falar que tinha que voltar para o escritório, mas antes tinha que almoçar e chamou nós três para um almoço. Todas aceitaram, afinal já era 14h30 da tarde e todas nos estávamos mortas de fome, ele disse que íamos todas no carro dele e depois ele mandava um táxi nos trazer, ele não iria perder de andar com três lindas mulheres ao lado, aceitamos e foi Debora e eu atrás, Ana e ele na frente.

Eu e Rodrigo já tínhamos passado daquela coisa de pegação, ele me cantando, etc.. Percebi que havia feito mais um amigo.

Chegamos ao restaurante, todas descemos e seguimos para uma mesa. Rodrigo todo bobo com os homens que olhavam pra gente e ele se gabando que tinha as três só pra ele.

Almoçamos tranquilamente, já que Rodrigo estava se achando, o fizemos pagar a conta também e ele pagou com todo prazer. Demos uma volta pelo centro e acabei ganhando um abajur, pro quarto e pra sala, tapete pra sala, pro quarto e uns tapetes de banheiro.

Ganhei cortinas e compramos portas retratos, devido aos nossos últimos dias juntas, sempre tirávamos todos e eu ia colocar na parede do meu pequeno corredor algumas de nossas fotos, ia colocar na minha estante umas fotos com meu pai também.

Eu insistia, dizia que não queria, mais quando eu via as bonitas já estavam com as sacolas na mão.

Pegamos o primeiro táxi que achamos, já passava das 17h da tarde, todas fomos para o meu apartamento novamente e arrumamos tudo, o abajur, os tapetes, tudo.. minhas roupas eu mesma iria guardar, mais a decoração, ficou por elas.

Prometi que quanto antes iria passar revelar nossas fotos.

Ana por fim foi pra casa e Debora também, fui levar as duas até o estacionamento, Ana me abraçou forte puxando Debora junto

– Quero que sejamos sempre assim, unidas – Nos apertou e eu sorri

– Sempre seremos! – Debora completou

– Até depois do fim! – Sorrimos feito bobas e Ana me olhou um tanto séria

– Não quero saber de desculpa no sábado ein, Debora você está convocada a arrastar essa mulher de casa no sábado, pelo amor de Deus

– Como assim até tu? – Olhei pra Debora espantada.

– Claro meu bem, acha que eu iria ficar fora dessa? – Debora diz sorrindo

– Pode ir com qualquer roupa ou tem que ser chique? – Ana me olha com raiva

– AH SE VOCÊ NÃO FOSSE MINHA AMIGA! – Respirou fundo – Decidimos fazer uma festa na piscina, ou seja, vai começar cedo, de seu jeito de pedir folga, vai até de noite com um jantar só para os mais íntimos e para casais, faz par com Rodrigo ou ache um bofe por ai – Ana diz rindo – Eu já tenho o meu.. – Diz sorridente. Me deu um beijo na bochecha. – Até sábado meu bem

Me despedi de Debora e logo subi, estava exausta. 

Quando cheguei na minha porta ouvi a porta do Marcelo abrindo, tentei abrir minha porta o mais rápido o possível, não queria dar de cara com ele tão cedo..

– Merda isso não abre! – Resmungo.

– Ih não quero te dizer nada ein, mais acho que vai ter que chamar um chaveiro. - Marcelo diz se aproximando

– Como assim?

Ele tirou a chave que estava pelo meio

– A chave quebrou Ju.

Na hora me desesperei

– Meu deus, todas minhas coisas estão lá dentro, meus livros, meu celular, minhas roupas, Deus, preciso ligar agora, me empresta seu celular por favor? – Fiquei sem graça de pedir mais era minha única solução.

Ele sorriu

– Entra, eu estava indo ao mercado, mais fica a vontade – Me entregou seu celular e me levou pra dentro do seu apartamento, era muito bonito, muito bem decorado, olhei pra ele

– Não quero incomodar, imagina eu espero na escada – Ele franziu a testa

– E te deixar sentada ali enquanto meu apartamento é muito mais confortável que uma escada dura e suja? – Ele sorriu – Fica tranquila, vou só pegar algo pra comer e já volto, pode ligar pro chaveiro, tenho um numero na geladeira.

Assenti, ele fechou a porta e fui em direção a cozinha, olhei alguns números anotados, achei o do chaveiro, quando liguei o celular dele, havia uma foto dele com uma mulher, estavam abraçados e na hora me desesperei

– MERDA ELE É CASADO – Falei um tanto alto, eu e minha boca grande! – Imagina se ela chega? Deus, preciso ligar logo pro bendito chaveiro.

Peguei o número, disquei mais não deu certo, só chamava e ninguém atendia. Acredito que era por conta do horário, já era tarde fiquei mais um tempo tentando ligar.

Estava encostada no balcão da cozinha, todas as vezes que o celular acendia eu via aquela foto, eu ficava imaginando o que eu iria falar pra mulher dele. Largo o celular em cima da bancada – Preciso entrar em casa – assim que viro-me vou de encontro ao seu peitoral, me arrepiei de completo, cada contato que eu tinha com ele, não sei, me dava receio..

– Ah desculpa Marcelo – Digo sem jeito.

Ele sorriu e estava com as mãos cheias de sacolas

– Não foi nada.

– Eu já vou indo, vou tentar entrar em casa o chaveiro não atende mais eu vou dar um jeito, obrigada, tchau – Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, sai correndo do apartamento dele, de vergonha, me senti uma intrusa.

Quando cheguei na porta, sinto sua mão segurando meu braço, segurou de um jeito diferente, olhei e Marcelo me olhava sério

– Não vou deixar você ir embora Juliana, vai dormir aonde? Comer o que? Tudo ficou trancado dentro da sua casa e não vou deixar você dormir na escada – Sorriu entre os lábios

– Eu não posso ficar Marcelo.. – Não queria dizer da foto, ele completou – Você não quer ficar pela foto do meu celular? Ei pequena – Ele colocou as mãos no meu rosto, fazendo com que eu olhasse pra ele – Ela é minha irmã – Ele abriu um sorriso

– Aquela foto foi no dia do seu casamento e a única que tenho no meu celular, dai pra não ficar aquelas fotos estranha, tenho uma com ela – Ele se aproxima um pouco mais, deu um beijo em minha testa e me abraçou – Fica aqui vai..

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