Juliana..
Assim que começo a chamar por Felipe, Ana entra desesperada no banheiro me puxando pra trás da janela.
– Amiga não faz isso, pode chamar a atenção – Ela diz nervosa me levando para o quarto novamente.
Sendo na cama, ouço alguém bater na porta – Entra – Ana autoriza.
Quando olho para porta, vejo minha futura sogra entrar
– Está tudo bem? – Ela pergunta e vem se sentando na cama. Sinto Ana passando a escova por meus cabelos.
- Esss..tá – Falo dentro meu choro
- Já mandei trazerem um chá para você minha filha, você precisa de acalmar, não pode ficar tão nervosa toda vez que isso acontecer – Ela pega em minha mão e faz carinho, tento ficar um pouco mais tranquila – Deita aqui na minha cama, fica com Ana e quando seu chá vir, tente dormir um pouco, descansar, logo Felipe estará de volta – Ela afirma, assenti, ela se levantou e saiu do quarto.
Ana já tinha escovado meu cabelo – Obrigada amiga – Sorri entre os lábios.
- Vem vamos deitar aqui na cama do tio, onde cabem umas 10 pessoas brincando – Ela ri batendo a mão do seu lado, ela já está se deitando. Me junto a ela e assim nos cobrimos e ficamos vendo TV e conversando.. percebo que ela tenta falar sobre qualquer coisa fora o que está acontecendo, eu até entro na dela, mas não consigo me concentrar no nosso assunto, fico pensando somente em Felipe, lá fora.
- Com licença – Uma senhora entra no quarto sorrindo para nós.
- Entra Marta, essa é a Juliana namorada do Felipe – Eu olho com cara feia
- Ah, eu vi vocês dois juntos ontem, fazem um belo casal – Ela sorri deixando uma bandeja em cima da cama, com duas xícaras de chá e alguns biscoitos.
- Obrigada Marta – Sorrio
- Qualquer coisa estou a disposição, com licença – Ela sorri e sai do quarto.
Eu e Ana tomamos chá e comemos uns biscoitos, estava verde de fome e só me dei conta disso quando comecei a tomar meu chá. Era de camomila, me acalmaria de qualquer forma.
Acabamos nosso chá, deixamos as coisas na bandeja e deitamos, nos aninhando uma na outra, tentei me desligar de tudo o que estava acontecendo, minha cabeça estava doendo e forte, apesar de mal ter acordado eu dormi muito pouco está noite. Consegui relaxar e Ana e eu acabamos pegando no sono.
Felipe..
- Cara pode voltar para a casa, os seguranças vão dar conta de tudo, eu já estou entrando – Rodrigo diz pelo rádio.
Ouço seu chamado, falo com Conrado e mais alguns seguranças, damos a volta na casa e quando estamos para entrar, vejo o carro do Rodrigo parando na frente de casa, fico esperando ele descer.
- Fala cara, ta tudo bem por aqui? – Rodrigo diz cumprimentando Conrado e eu.
– A cara, nada demais, só um corpo conhecido estendido– Falo e vamos entrando em casa.
– Coloca conhecido nisso! – Conrado retruca.
Meu pai se aproxima, chamo ele, meu tio e Rodrigo para irmos para o escritório, precisamos acertas algumas coisas.
Chego ao escritório e logo meu pai entra atrás com meu tio, trancando a porta e ficamos os quatro ali.
- Cade Juliana? Está bem? – Pergunto um tanto nervoso
- AH CARA EU NÃO ACREDITO QUE VIEMOS AQUI PRA VOCÊ PERGUNTAR COMO ESTÁ JULIANA – Rodrigo diz gritando e debochando
– PORRA cala boca! – Falo irritado, tiro o colete e jogo em cima do sofá.
- Ela está bem meu filho, está no nosso quarto, resolveu ficar por lá com Ana, tomaram um chá e sua mãe me disse que quando Marta foi buscar, elas estavam dormindo – Assenti.
Sendo em uma das poltronas, inclino o corpo para frente apoiando os cotovelos nos joelhos, olho para meu pai e para Rodrigo e meu tio, respiro fundo
– Conrado atingiu um conhecido no jardim, se ele não tivesse atingido, o filho da puta iria atirar em mim – Digo um tanto baixo, abaixo a cabeça, estava chateado..
- E quem foi meu filho? – Meu pai pergunta e Rodrigo apenas observa.
Ergo a cabeça, olho para meu pai – Hugo pai! – Abaixo a cabeça novamente, porra que merda tava acontecendo?
Meu pai fica em silêncio, ouço sua respiração alta, após um longo silêncio
- Se ele estava querendo fazer mal a minha família, ao meu filho, Conrado fez bem, vou tomar providência disso meu filho – Ele se aproxima e coloca a mão em meu ombro – Agora vá cuidar da sua namorada ou seja lá o que ela for, ela está precisando de você, tire esse peso das costas, quem vai assumir isso agora sou eu – Meu pai diz firme, bate no ombro do Rodrigo e vai saindo do escritório
– Seu pai está certo meu filho. Se Hugo quis te fazer mal, Conrado fez o que deveria fazer.
– Mas ele era um dos sócios e o mais antigo.
– Mais por que? – Rodrigo questiona
– Não sei, vamos descobrir.
– Cara, seu pai e o tio estão certos, ele estava querendo fazendo mal a você, a família que ele não tem como diz, Conrado fez o certo – Rodrigo diz batendo em meu ombro.
Acabamos conversando sobre um monte de coisa, dentre elas negócios do escritório e como faremos agora, já que Hugo morreu e quem iria assumir sua parte.
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Depois de me perder no tempo conversando com Rodrigo, como sempre fazíamos, ouvi alguém batendo na porta- Entra – Falei e fiquei olhando em direção a porta.
- Meu filho, venha o almoço está quase servido, vá chamar Juliana que está dormindo em meu quarto e venham almoçar.
Minha mãe entra sem fazer mais perguntas. Ela sempre foi muito discreta e sabia que qualquer coisa errada, de extrema importância eu iria contar, se não meu pai, mais pela sua cara, acredito que meu pai já havia contado.
Rodrigo sai do escritório reclamando que estava morrendo de fome, que não estava aguentando, minha mãe acompanhou a sala e eu fui para o quarto, precisava ver Juliana.
Chego no quarto e vejo que a porta esta apenas encostada. Abro devagar e Ana já não esta mais no quarto.
Adentrei o quarto devagar, percebi o quanto ela dormia tranquilamente, parecia que nada havia acontecido ao seu redor.
Me aproximo da cama, e sento ao seu lado.
Fico fazendo carinho em seu rosto enquanto dorme.
– amor.. – ela resmunga com a voz sonolenta.
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OS ACASOS
RomanceNessa vida, não tem nada, absolutamente nada que não aconteça por um acaso. Para Juliana, um relacionamento não seria ideal, não na atual fase da sua vida. Seu histórico de relacionamentos frustrados ainda pairam sobre seus pensamentos junto ao medo...