Por Felipe..
Depois que as meninas ficaram no hotel, viemos para o bar, um muito conhecido da ultima vez que eu e Rodrigo estivemos em Paris.
Sentemos em volta do balcão e o garçom começou a servir as bebidas para os três..
– Juliana melhorou o humor? – Rodrigo pergunta
– Ah hoje ela tava normal, só esse desmaio que porra to achando estranho.
– Ae cara, não é por nada, mas até Ana comentou ontem se Juliana não estaria grávida – Matheus diz.
Rodrigo começa a rir – Ah mandou bem Lipão, agora vai ser papai.
– Vai se foder Rodrigo! – Digo e do um único gole no whisky acabando como copo – Filho a essa altura seria bom, mais nem tanto. Juliana tem a faculdade pra terminar. Porra o que eu mais queria era ser pai, mais a cara..
– Você não ta preparado pra ser pai meu querido – Rodrigo interrompe
– Eu to preparado, é o que eu mais quero ser pai mais tem a Juliana, não posso pensar só em mim – O garçom serve mais uma dose e continuo bebendo.
– Um molequinho correndo por ai, seria massa pra caralho – Rodrigo diz – Cara que ela é a mulher da tua vida todo mundo já sabe, pede ela em casamento. Sei lá ela já mora contigo mesmo.
– Já pensei em pedir ela em casamento, a quero oficialmente minha. – Do um único gole novamente no resto do whisky no copo.
– Então pede cara.. – Matheus diz
O assunto casamento com Juliana até morreu ali, o assunto foi pra outro foco, mas aquilo seria algo a se pensar, Juliana morando comigo e sendo oficialmente minha mulher era tudo o que eu poderia querer.
Talvez um filho fosse bom, mas eu preciso primeiro resolver a questão da nossa segurança, não pode deixar ninguém a nossa volta, ninguém que possa ameaçar a gente ou a um bebe que esteja vindo ou irá vir.
Sinceramente já perdi as contas de quantas doses de whisky puro já tomei, começo a sentir calor mas a vontade de whisky é insaciável.
– Mais uma dose por favor – Arrasto o copo em direção ao garçom
– O Mané esse whisky não é a água de valeta que você ta acostumado a tomar não, isso é forte cara – Rodrigo diz – Dispensa a dose amigo – Diz para o garçom, porra to sentindo a cabeça girar
– Não porra, me da mais uma e vamos embora.
– Não Felipe, porra! – Rodrigo diz irritado
Tento levantar, mas minhas pernas não deixam. To me sentindo tonto e Rodrigo me ajuda a andar
– Tomara que Juliana não te veja assim – Rodrigo diz me carregando pra fora do bar junto com Matheus.
*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*~*
Chegamos ao hotel e vou direto pro meu quarto, preciso de um banho e tirar esse cheiro de bebida em mim. Vou em direção ao banheiro e ouço a voz de Ana, mas não consigo entender o que ela fala.
– ...... ele vai gostar, vai amar saber que será pai.. – Tento assimilar o pouco que ouço. O que? Pai? Porra eu vou ser pai?
Entro no banheiro, preciso saber se é verdade mesmo.
– Ser o que? – Pergunto e vejo Juliana sentada na tampa do vazo de cabeça baixa e Ana abraçada a ela.
– Ser o que Juliana? O que é tudo isso? – Aproximo dela e vejo algumas coisas na pia que parecem ser testes de gravidez, pego eles e me aproximo mais eles caem da minha mão em seu colo.
– O que você ta me escondendo Juliana, anda.. fala.. ta grávida? É isso? – Pergunto em um tom alto, quero uma resposta, quero saber se eu realmente vou ser pai.. merda eu quero saber!
Ana se levanta e sai me empurrando do banheiro, porra por que?
– Seu babaca ela ta grávida e você acha de gritar assim com ela? –Ana me empurra, vejo que a porta do banheiro está fechada e assim que tento ir em direção a ela o Rodrigo me segura.
– Não faz isso.. deixa ela lá.. – Rodrigo diz irritado
– Porra eu quero falar com a minha mulher, ela ta grávida.. eu vou ser pai! Eu.. eu vou ser pai! Será que você sabe o que é isso?! Não, você não sabe até por que você não sabe o que é amar alguém, você não sabe o que é querer ter uma família, por que você é um bosta de um galinha – Grito com Rodrigo e o empurro.
– Cala boca seu babaca, você ta fedendo álcool acha que vai adiantar alguma coisa você querer dar um de namorado prestativo depois de ter bebido até não aguentar com as pernas? – Rodrigo se irrita e ergue e mão pra socar minha cara, não to conseguindo pensar direito.. mas ouço uma voz conhecida
– Nem pense em fazer isso Rodrigo! – Juliana diz com os olhos inchados, já não chorava mais, ela se aproxima – Vocês podem sair, por favor? – Ela pede calma.
Rodrigo abaixa a mão e sinto-o me soltando, vou em direção a Juliana. Tento a abraçar mais ela recua e apenas balança a cabeça em sinal negativo, entendo e procuro não me aproximar.
Por Juliana..
Fico sentada um tempo atrás da porta e quando por fim em acalmo, me levanto aos poucos e abro a porta.. quando estou pronta para mandar todo mundo pra fora, posso ouvir Felipe brigando com Rodrigo "Porra eu quero falar com a minha mulher, ela ta grávida.. eu vou ser pai! Eu.. eu vou ser pai! Será que você sabe o que é isso?! Não, você não sabe até por que você não sabe o que é amar alguém, você não sabe o que é querer ter uma família, por que você é um bosta de um galinha".. aquilo me fez sentir orgulho do pai do meu filho, que mesmo bêbado ainda tem algum sentido.
Saio do banheiro e assim vejo que Rodrigo diz alguma coisa para Felipe e ergue a mão para dar um soco em seu rosto, interrompo Rodrigo, ele não é nem maluco de fazer isso com Felipe se não quem quebra o nariz dele agora sou eu!
– Qualquer coisa to aqui do lado – Ana diz me dando um beijo na testa
– Ta tudo bem amiga – Digo e assim ela sai e eu tranco a porta.
Volto pro quarto e ouço o chuveiro, respiro fundo e tento me controlar, preciso contar isso pro Felipe certo, preciso explicar o que ele já sabe.
Ligo para o atendimento do quarto e peço um café forte e pego mais algumas coisas pra comer, já havia passado da hora do almoço, a fome já está batendo e agora como por dois.
Deito na cama e fico olhando pro teto, fico alisando minha barriga e pensando em tudo, se será menino ou menina, em como meu pai irá reagir. Em como os pais do Felipe.. Debora, tio Carlos.. tia Martha.. Deus.
Saio dos meus pensamentos, quando ouço barulho na porta, provavelmente do serviço de quarto. Levanto da cama e vou em direção a porta, abro e um homem entra com algumas coisa para o nosso café, agradeço e fecho a porta.
Tiro as coisas da bandeja e arrumo em uma mesa que se encontra próxima a sacada, já havia ficado sem almoço mesmo então pedi apenas um lanche.
Sentei e comecei a comer, fico ali admirando a vista.
Sinto uma mão em meu ombro, olho de canto de olho e Felipe se sentam ao meu lado, pega uma xícara, serve um pouco de café.
– Quando ia me contar? – Pergunta
– Depois de um exame de sangue – Respondo ainda olhando em direção à janela
– Ainda quer fazer?
Dou de ombros e continuo comendo.
– Juliana, olha pra mim – Pede e eu o olho, posso ver seus olhos vermelhos e sua aparência abatida – Eu sei que o que eu fiz hoje não foi nada agradável, eu acabei me excedendo eu sei, fazia tempo que eu não bebia desse jeito e acabei passando da conta, não era pra eu ter feito aquilo ou ao menos ser grosso. Fiquei nervoso, queria saber o que estava acontecendo e você não me falava, ah vi chorando.. não sei o que me deu. Desculpa!
Desvio o olhar e bebo mais um pouco de suco, fico em silêncio e pensando em que falar, em como falar.
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OS ACASOS
RomanceNessa vida, não tem nada, absolutamente nada que não aconteça por um acaso. Para Juliana, um relacionamento não seria ideal, não na atual fase da sua vida. Seu histórico de relacionamentos frustrados ainda pairam sobre seus pensamentos junto ao medo...