CAPÍTULO 36

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– Não Felipe, não tem – Ela sai do seu próprio transe – A principio, temos uma viagem para começar hoje!

Nunca pensei que iria ouvir isso dela

– O vôo de vocês sai daqui 40 minutos meninas – Tio Carlos diz

– Juliana não vai sem antes me ouvir – Peço, mas ela da um paço pra trás e faz sinal negativo – Juliana por favor me escuta – Tento me aproximar mais ela simplesmente se afasta

– Felipe, por favor, eu tenho uma viagem para começar, não era isso que você queria? Que eu sumisse, agora é isso que eu estou fazendo! Tchau, até algum dia!

Assim ela se despede de todos, e entra com Tio Carlos, Ana e o resto do pessoal.


Juliana..

Ter que tratar Felipe daquele jeito acabou comigo, nunca pensei que eu seria capaz de trata-lo daquela forma, nunca pensei que meu sentimento por ele pudesse ter mudado, na verdade não mudou, mas acredito que nada seria como antes.

Entramos no aeroporto e Ana engancha em mim

– Tudo vai se acertar – Disse em um sussurro

– Por que ele veio?

– Pra tentar te-la novamente amiga, como sempre ele acha que pode tudo

– Não quero cometer o mesmo erro duas vezes

– Sabe amiga, as vezes o que sentimos pela pessoa é maior que o erro que ela cometeu, eu sei ele é um babaca? É sim, mais repense com essa nossa viagem.

Fico em silêncio e talvez isso seja bom, pra mim e pra ele, tudo foi tão rápido que um tempo longe ajudara a colocar as idéias no lugar.

Andamos até um lugar reservado do aeroporto, aonde tinha um avião enorme com o sobrenome Dennardi.

– AI MEU DEUS – Digo boquiaberta

– Sim vamos em um jatinho – Ana completa sorridente.

Tio Carlos nos assegurou que tudo ficaria bem e pediu para mandar noticias quando chegássemos.

Entramos no avião e fomos para o nosso lugar, sentei na janela e fiquei olhando aquela imensa pista.

– Foto para o momento – Ana diz e tira uma selfie nossa


Felipe..

Assim que todos vão embora, entramos no carro, Rodrigo bate no meu ombro

– Vamos cara, você tentou.. sabia que não será tão fácil.

– Ela não podia ter feito isso

– E você, podia ter deixado ela ir embora? Ameaçado sem ao menos ouvi-la? Não você não podia Felipe, agora aguenta – Entro no carro.

O caminho até em casa fico mudo, não sei o que fazer agora que ela está viajando, preciso dar um jeito de conversar com ela, nem que seja por e-mail, mensagem, sinal de fumaça sei lá, preciso contar o que realmente aconteceu, preciso falar dos meus sentimentos por ela e que só depois dela saber de tudo que termine de vez comigo.

– Já pensou no que fazer? – Rodrigo pergunta estacionando o carro na frente da minha casa

Apenas dou de ombro e saio do carro, entro em casa e me jogo no sofá, fico olhando cada canto da casa e pensando na cagada que eu fiz, pensando nessa viagem que ela está fazendo, eu conheço Ana vai querer arrastar ela pra boates e pra ficar com um monte de homem.

– Caralho – Praguejo

Ouço meu celular, assim que abro uma notificação, quando abro Ana me encaminhou uma foto das duas, Juliana forçando seu sorriso e uma outra foto da Juliana dormindo, caralho aquilo apertou meu coração.

" Espero que não esteja tentando se afogar na banheira ou tomar veneno de rato, relaxa que daqui alguns dias estamos de volta.. já pensou no que fazer? Ela te ama idiota, não deixa isso se perder. "

Recebo essa mensagem da Ana logo abaixo das fotos, apesar do nosso ultimo encontro não ter sido um dos melhores, eu sei que ela só estava tentando defender a amiga de um babaca como eu, e eu do razão, sei da merda que eu fiz e realmente.

Deixo aquela foto na proteção de tela do celular, fico lembrando de como eu gostava de ver Juliana dormir, mesmo ela sendo toda bagunçada, não parava de se mexer, dormia torta, tinha uns tique, quase me jogava pra fora da cama, com o tempo ela se acostumou a dormir comigo e eu acordava toda noite, sim toda noite, pra ajeitar ela na cama e evitar as suas dores nas costas que ela vivia reclamando, é que ela nunca se viu dormindo.

Já era próximo ao horário do almoço e lembro que eu tenho que voltar para o escritório, merda mesmo! Levanto do sofá num pulo e vou pro quarto, preciso de um banho e encarar a pior segunda-feira de todas.

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Termino de abotoar a camisa e coloco um terno que Juliana adorava e dizia que eu tinha que fazer todos iguais, ele é todo riscado a giz e azul marinho. Ajeito a gravata, pego o necessário e desço as escadas, escuto a porta abrir

- Chega de frescura, tira a bunda do sofá e vamos trabalhar bicha – Rodrigo entra gritando

- Já estou indo infeliz

- Ta pronto pra casar? – Rodrigo debocha

Não respondo, Rodrigo fala coisas que na boa, tira qualquer um do sério mas hoje eu não to afim de me estressar com ele, coloco óculos modelo aviador e saio de casa passando por ele, meu silêncio acredito que tenha sido o suficiente pra ele não falar mais nada.

Entro no carro e vejo que tem coisas da Juliana jogada no banco de trás, alguns exames do tornozelo e uma jaqueta, respiro fundo e assim sigo para o escritório.

Chego o mais rápido que posso, estaciono o carro, pego uma pasta no banco de trás com alguns processos que trouxe para trabalhar em casa e que já estavam resolvidos, Rodrigo estaciona do meu lado e pergunta se vou almoçar, nego e entro.

– Boa tarde Dr. Felipe – Rosa cumprimenta, assenti

– Não quero NINGUÉM me incomodando hoje, ligações apenas da minha família e Juliana, reuniões desmarque todas ou mande o imprestável do Rodrigo resolve-las, vou trabalhar nos casos que eu já tenho, entrar na minha sala apenas se for caso de vida ou morte, se for passar alguma ligação que seja APENAS o necessário e que envolva minha família caso contrário passe pra qualquer pessoa. – Rosa concorda, entro no elevador e assim começa a merda da minha tarde


Juliana..

Assim que o avião decolou, Deus meu estomago estava muito ruim, Ana me deu um comprimido que me fez dormir por algum tempo mais logo despertei e percebi que ela dormia. Fico observando as nuvens branquinhas lá de cima, minha vida parece passar diante dos meus olhos, pois quando me dou conta já estamos pousando e sinto a sensação horrível no estomago novamente.

– Chegamos? – Ana resmunga

– Sim chegamos dorminhoca

– Ótimo, preciso comer.. estou com fome

– Quando não está? – Começo a rir

– Quando eu to dormindo – Fala se espreguiçando na poltrona

Alguns minutos se passaram e a uma aeromoça nos informou que já podíamos descer e assim fizemos, desembarcamos

– Cancún, chegamos.. – Ana solta um grito. 

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