O dia de tirar aquela bota em fim chegou, já não aguentava mais depender daquilo e depender do Felipe pra ir pra lá e pra cá, mesmo contra sua vontade, vou voltar a faculdade assim que iniciar o próximo semestre, ele odiou a ideia, mais por somente mais um período da faculdade e eu já estaria formada, ele se conformou.
Era engraçado, cada dia que se passava eu me dava cada vez melhor com Felipe, era uma coisa diferente, combinamos em tantas coisas, parece que namoramos a anos. Depois de todo o ocorrido, acabei trazendo as minhas coisas para a casa do Felipe, não sei nem por que eu fiz isso, mais em uma das minhas conversas com Ana, ela disse que caso brigássemos, caso um dos dois estivéssemos sufocados com a situação o apartamento dela estaria disponível pra mim, agora com todas as fechaduras trocadas e tudo no seu devido lugar.
Fiquei um pouco mais tranquila com isso. Desde quando o Felipe começou com a história de querer que eu ''fique'' na casa dele por um tempo, o fazendo companhia enquanto estivesse de férias da faculdade e não podendo trabalhar, eu não concordei muito, foram muitas e muitas discussões, até entrarmos em um consenso, que seriamos sinceros um com o outro, caso um dos dois estivessem sufocados, eu sairia, sem mágoas – MENTIRA – por que eu com certeza sairia magoada se ele me quisesse fora de sua casa, mais eu teria que correr o risco.
Era sábado de manhã, estava muito quente e Felipe tinha uma mania terrível de dormir jogado em cima de mim, mesmo me incomodando pelo calor, eu já havia me acostumado com isso.
Levantei da cama e pensei em preparar alguma coisinha para comermos, ele me mimava demais e eu só queria retribuir. Fui direto ao banheiro fazer minha higiene, ajeitei o cabelo em um coque frouxo e saio do quarto em silêncio, não quero de forma alguma acorda-lo.
Eu já não sentia mais dor para andar, porem ainda tinha que usar aquela merda de bota!
Desci as escadas com cuidado pra não sair rolando escada abaixo, como quase aconteceu esses dias, se não fosse um dos seguranças me ajudar, eu provavelmente estaria com mais uma dessa no outro pé, Deus!
Entro na cozinha e começo a preparar algumas coisas para comermos. Coloto tudo em uma bandeja e como sei que não vou conseguir levar tudo aquilo sozinho.
Chamei Guilherme, um dos meus seguranças que ficavam para fora da casa, mandei uma mensagem pra ele
" GUILHERME PRECISO DE VOCÊ AGORA! "
Coitado, acho que foi o tempo de receber a mensagem e em menos de cinco minutos ele estava desesperado na sala chamando meu nome, segurando a arma na cintura, jurando que tinha acontecido algo.
- Guilherme fala baixo, Felipe está dormindo – Falo prendendo o riso
- O que aconteceu, a Srta. Está bem? – Ele me passa um olhar confuso
- Estou, preciso de uma ajuda somente, leva essa bandeja até o quarto do Felipe, por conta do meu pé, não consigo levar tudo isso sozinha – Ele apenas balança a cabeça em sinal negativo
- Nunca mais faça isso Srta. Pensei que pudesse ter acontecido algo grave, mais vou lhe ajudar – Solto um riso baixo
Eu e Guilherme acabamos criando uma certa amizade, ele ia em todo canto comigo, inclusive devo a ele não ter caído escada abaixo. Ele já deveria ter uns 40 anos, era o dobro do Felipe, parecia meu pai, toda vez que saiamos eu mandava ele não me chamar de senhora, senhorita, sempre pedi para ele me tratar pelo nome, não gosto de formalidade, mais parece que ele não entende muito.
Guilherme foi levando a bandeja lá pra cima e eu fui atrás, igual uma tartaruga mais fui.
Ele me espera chegar a porta e me entrega a bandeja, empurro a porta e vou entrando no quarto.
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OS ACASOS
RomanceNessa vida, não tem nada, absolutamente nada que não aconteça por um acaso. Para Juliana, um relacionamento não seria ideal, não na atual fase da sua vida. Seu histórico de relacionamentos frustrados ainda pairam sobre seus pensamentos junto ao medo...