CAPÍTULO 6

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Juliana..

Depois de um longo e cansativo dia eu ainda sabia que eu tinha que chegar em casa, me arrumar e sair novamente. É aniversário da Debora e ai de mim se eu não for.

Mesmo meu pai sendo contra eu iria sair. Ele não gostava muito que eu saísse a noite mas eu sentia que precisava de uma diversão as vezes.  

Já havia passado das 23h. Antes de entrar para o banho, tiro algumas coisas da bolsa. Mais cedo Debora passou no Café me deixar uns vestidos dela pra eu provar. Coloquei tudo em cima da cama e conforme fui tirando da bolsa era um espanto diferente. Um mais curto que o outro, um mais decotado que o outro – Deus como ela usa isso? – Reclamo

Acabei escolhendo um vestido preto o mais básico que encontrei. Um pouco colado no corpo e delineava todas as minhas curvas que eu lutava a esconder. Me sentia gorda por isso optei por uma jaquetinha de couro por cima. 

Separei tudo o que eu iria precisar e deixei em cima da cama. Tomei  um banho rápido, não podia me atrasar tanto assim. 

Saio enrolada na toalha, coloco calcinha e pego o pedaço de pano – Se meu pai me ver saindo assim ele me mata, aaaaé – Coloquei o vestido e ajeite nos seios, por ser inteiro aberto nas costas não dava pra usar com nada. Fui arrumando ele até ouvir alguém bater na porta

– Já vou 

– Posso entrar pequena? – Conhecia aquela voz de longe e sorri

– Claro que pode pai – sai correndo e coloquei um roupão, não queria que ele me visse daquele jeito. Sentei rápido na cama cruzando as pernas – O senhor em casa a essa hora? – Ele se aproxima, beija minha cabeça e senta ao meu lado

– Só vim dar boa noite, to saindo pra trabalhar agora e só volto amanhã, ouvi uma movimentação e vim ver o que estava fazendo e me despedir – Sorri e encostei a cabeça em seu ombro

– Ah pai, sempre trabalhando demais – respirei fundo – Hoje vou sair, é aniversário da Debora e vamos comemorar em uma balada lá do centro, boatos que ela fechou camarote e tudo e se eu não for, já sabe né.. – ele franziu a testa e o interrogatório começou. 

Depois de tanto falar que eu não ia pegar bebida de ninguém, que não, eu não ia dirigir bêbada e nem ir pra cama com ninguém. Finalmente me livrei do interrogatório.

Me dou conta quanto já se passava da 00h. Levanto em supetão e termino de me arrumar. Fiz uma maquiagem básica, passei um batom na cor vinho. 

Me olho no espelho e gosto do que vejo, fazia tempo que não me via tão arrumada. Pego meu salto, meu casaco e minha bolsa e saio do quarto descalço pra não acordar ninguém com o barulho do salto.

Assim que entro no carro, vejo que meu celular tem mais de 10 ligações perdidas e milhares de mensagens, dentre elas uma me fez rir:

" Te dou 5 minutos pra chegar se você não quiser que eu va te buscar pelo cabelo e de pijama!!"

Dei risada sozinha e joguei o celular no banco.

Segui o endereço que ela havia me falado. Chegando no local tinham pequenos grupos na frente. Muita gente bonita e eu fiquei com vergonha, estava me sentindo mal com aquele vestido que eu não poderia nem levantar os braços.

Ao entrar, não pude deixar de perceber que eu estava sendo notada. Estava me sentindo feia e morrendo de vontade de ir embora – O que estou fazendo aqui? 

Desnorteada procurando o bendito camarote, volto o olhar para uma morena linda, poderosa e gostosa vindo em minha direção sorrindo. Exatamente, essa é a Debora, ela é linda, tem cabelos morenos até o bumbum, eles estavam enrolados nas pontas, ela estava com um vestido branco, justo ao corpo que não sei como ela ainda respirava. 

– Cheguei meu bem – A abraço apertado

– Até que enfim, achei que deveria ir te buscar pelos cabelos e de pijama – Rimos juntas e seguimos até seu camarote. No caminho senti mais alguns olhares e fiquei sem jeito

– Amiga, to me sentindo mal, eu to feia né? To gorda – Disse no ouvido de Debora. Ela me olha com cara feia

– Juliana você ta mais linda do que nunca, você tem umas belas curvas – disse fazendo movimentos com a mão – você está linda e se estão te olhando é porque você está mesmo, muito gata – sorri.

Coloquei minhas coisas em um sofá que se encontrava no fundo do camarote.  Por fim Debora me chamou com as outras meninas para dançar, todas foram para o meio da pista e dançamos ao som de Calvin Harris – Feel So Close.

Vi um homem se aproximando, não consegui notar. Estreito o olhar tentando descifrar aquele rosto que não me é estranho. Um homem alto, musculoso. Me recordo de ver ele de terno o que não delineava tanto assim os seus músculos. Um sorriso cafajeste - Deus tão lindo. - Supiro.

Aqueles olhos claros e aquela boca pedindo um – ME BEIJA – mesmo derretida me contive. Ele sempre estava no café pelo final da tarde. Sempre muito apresentável. Agora ele estava mais simples porem muito elegante, uma camisa apertada nos braços que só marcavam mais ainda seus músculos, uma calça jeans.

Sorrio assim que nossos olhares se encontram.

- Que mundo pequeno, não? – Ele sussurrou em meu ouvido.

– Ah sim, muito, você sempre vai no café não? – Ele me olha sorridente confirmando.

O assunto morreu ali e continuei dançando, ele se juntou a nós e se eu fosse um pouco mais ingênua acreditaria que ele não estava dando suas investidas. 

– Não pode beijar – Digo desviando novamente dos seus beijos. Posso ver sua expressão de pouco caso.

– Porque? Uma moça tão linda – Disse beijando meu ouvido e logo me arrepiei

– Para com isso, eu não sei nem seu nome, não sei nada sobre você e você ainda quer me agarrar? 

– Me chamo Rodrigo, tenho 27 anos, sou advogado, solteiro e querendo te beijar – ele insistiu em mais um beijo

– Me chamo Juliana, tenho 24 anos, estou cursando direito, solteira e não estou querendo te beijar – Gargalhei. Ele me segura pela mão e sai andando comigo. Seguimos para o bar onde estava um pouco mais tranquilo.

Sentamos para conversar e entre uma desviada de beijo e outra eu tava vendo a hora que eu ia cair no chão, de tanto sambar naquela cadeira.

– Amiga já estou indo, você vai ficar? - Debora chega ao nosso lado.

Neguei – Me espera que eu já to indo, pega minhas coisas no camarote por favor? – Ela assentiu e sumiu novamente, Rodrigo me olha com cara de cachorro sem dona

– Vai dizer que vai embora e eu vou ficar sozinho aqui sem nenhum beijo? Será que vou ter que ir te agarrar no café moça? – Deu seu sorriso cafajeste 

– Ah não mesmo Sr. Rodrigo, te deixo meu telefone e conversamos – friso – conversamos no café o que acha? – Ele sorriu e assim trocamos telefone, pra não falar que fui ruim, dei apenas um selinho nele e fui embora assim que Debora chegou com as minhas coisas.

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