CAPÍTULO 14

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Juliana..

Ouço a voz do Felipe, abro os olhos devagar

– Estou bem sim, apenas com um pouco de dor no tornozelo. Que horas são? – Fiquei observando cada traço do rosto de Felipe, não sei, ele me encanta. Ele olhou em seu relógio

– Já são 6h da manhã – Alisou mais uma vez meu rosto

– Você tem que ir pra casa, você precisa dormir, descansar, amanhã você tem que trabalhar não? Quer dizer, daqui a.. – Ele não deixou eu terminar, apenas colocou a mão em minha boca

– Não se preocupa comigo, se eu estou aqui é porque não preciso ir trabalhar e mesmo que precisasse eu não iria, pode ter certeza – Fiquei chateada, não queria deixa-lo cansado por minha culpa

– Tudo bem então – Em seguida o médico entrou em nosso quarto, sorrindo para Felipe

– E como está nossa paciente? – Felipe o olhou e cumprimentou, acredito que ele fosse seu amigo, nem o vi direito ontem

– Teimosa mas ta bem – Dei risada

– Eu ainda to aqui ta bom? – Disse isso levantando a mão, nos três rimos.

O medico me passou a receita de alguns remédios, uns ele me deu uma amostra, ele disse que a enfermeira já estava vinda com a bota, que a principio eu iria precisar usar muleta, mais depois poderia tentar andar somente com a bota. 

Escutei todos os conselhos do médico e a enfermeira entrou, passou uma faixa apertada em meu tornozelo o que fez encher meus olhos de lágrima, aquilo doía demais, logo em seguida colocaram a bota em mim, me senti entranha quando fui tentar andar, era horrível! Já se passavam das 7h da manhã. 

Nos despedimos do médico e fomos embora

Felipe teve que me ajudar em boa parte do caminho, não conseguia andar direito, até que chegamos no carro, ele abriu a porta e eu entrei, logo em seguida ele entrou

– Tudo bem Juliana? – Disse ligando o carro e fazendo a volta

– Pode me chamar de Ju, Felipe, sem nomes completos – Sorrio – Estou bem, com um pouco de dor, isso ta incomodando

Ele sorriu, dividia seu olhar no transito e em mim

– Agora vai ter que aguentar, foi querer dar uma de maratonista por ai, deu nisso – Ele ri

Comecei a rir também, ele conseguiu até fazer piada do que a pouco tempo era meu maior terror

– Sem graça! Com quem você falava hoje mais cedo? – Fiquei olhando pra ele, percebi que estávamos indo a caminho da minha casa.

– Era Otávio um dos meus seguranças Juliana, ele estava me falando das condições do Marcelo, ele vai ser detido e todos vão fazer o possível pra ele ficar preso, o mesmo já perdeu o apartamento que mora, foi despejado e terá que manter uma boa distância de você depois que for solto, caso seja – Felipe me explicou tudo e chegamos em frente a minha casa, percebi que tinham dois carros conhecidos na frente do prédio

– A Debo.. – Nem terminei de falar e já duas coisas saltitantes acenando pro carro

– É elas disseram que iriam arrumar suas coisas pra ir pra casa da Ana, belas amigas

Percebo que haviam dois homens junto com elas, assim que passamos por eles e Felipe estacionou, consegui ver Rodrigo vindo em minha direção sorrindo, abri a porta e tentei descer, logo Rodrigo veio em minha direção me ajudando a sair do carro, me escorei nele até chegar ao lado das meninas, percebi que foi só o tempo de fechar a porta, os pneus do carro cantaram e Felipe saiu disparado.

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