Juliana..
Ouço a voz do Felipe, abro os olhos devagar
– Estou bem sim, apenas com um pouco de dor no tornozelo. Que horas são? – Fiquei observando cada traço do rosto de Felipe, não sei, ele me encanta. Ele olhou em seu relógio
– Já são 6h da manhã – Alisou mais uma vez meu rosto
– Você tem que ir pra casa, você precisa dormir, descansar, amanhã você tem que trabalhar não? Quer dizer, daqui a.. – Ele não deixou eu terminar, apenas colocou a mão em minha boca
– Não se preocupa comigo, se eu estou aqui é porque não preciso ir trabalhar e mesmo que precisasse eu não iria, pode ter certeza – Fiquei chateada, não queria deixa-lo cansado por minha culpa
– Tudo bem então – Em seguida o médico entrou em nosso quarto, sorrindo para Felipe
– E como está nossa paciente? – Felipe o olhou e cumprimentou, acredito que ele fosse seu amigo, nem o vi direito ontem
– Teimosa mas ta bem – Dei risada
– Eu ainda to aqui ta bom? – Disse isso levantando a mão, nos três rimos.
O medico me passou a receita de alguns remédios, uns ele me deu uma amostra, ele disse que a enfermeira já estava vinda com a bota, que a principio eu iria precisar usar muleta, mais depois poderia tentar andar somente com a bota.
Escutei todos os conselhos do médico e a enfermeira entrou, passou uma faixa apertada em meu tornozelo o que fez encher meus olhos de lágrima, aquilo doía demais, logo em seguida colocaram a bota em mim, me senti entranha quando fui tentar andar, era horrível! Já se passavam das 7h da manhã.
Nos despedimos do médico e fomos embora
Felipe teve que me ajudar em boa parte do caminho, não conseguia andar direito, até que chegamos no carro, ele abriu a porta e eu entrei, logo em seguida ele entrou
– Tudo bem Juliana? – Disse ligando o carro e fazendo a volta
– Pode me chamar de Ju, Felipe, sem nomes completos – Sorrio – Estou bem, com um pouco de dor, isso ta incomodando
Ele sorriu, dividia seu olhar no transito e em mim
– Agora vai ter que aguentar, foi querer dar uma de maratonista por ai, deu nisso – Ele ri
Comecei a rir também, ele conseguiu até fazer piada do que a pouco tempo era meu maior terror
– Sem graça! Com quem você falava hoje mais cedo? – Fiquei olhando pra ele, percebi que estávamos indo a caminho da minha casa.
– Era Otávio um dos meus seguranças Juliana, ele estava me falando das condições do Marcelo, ele vai ser detido e todos vão fazer o possível pra ele ficar preso, o mesmo já perdeu o apartamento que mora, foi despejado e terá que manter uma boa distância de você depois que for solto, caso seja – Felipe me explicou tudo e chegamos em frente a minha casa, percebi que tinham dois carros conhecidos na frente do prédio
– A Debo.. – Nem terminei de falar e já duas coisas saltitantes acenando pro carro
– É elas disseram que iriam arrumar suas coisas pra ir pra casa da Ana, belas amigas
Percebo que haviam dois homens junto com elas, assim que passamos por eles e Felipe estacionou, consegui ver Rodrigo vindo em minha direção sorrindo, abri a porta e tentei descer, logo Rodrigo veio em minha direção me ajudando a sair do carro, me escorei nele até chegar ao lado das meninas, percebi que foi só o tempo de fechar a porta, os pneus do carro cantaram e Felipe saiu disparado.
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OS ACASOS
RomanceNessa vida, não tem nada, absolutamente nada que não aconteça por um acaso. Para Juliana, um relacionamento não seria ideal, não na atual fase da sua vida. Seu histórico de relacionamentos frustrados ainda pairam sobre seus pensamentos junto ao medo...