CAPÍTULO 31

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Juliana..

Entrei em casa quieta, ouvi vozes vindo da sala e logo me apressei em subir para o quarto, entrei e tranquei a porta, não queria mais passar nem um dia naquele lugar, lembrei que todas as minhas coisas basicamente estavam com o Felipe, na casa da Ana tinham algumas coisas somente, então foi isso mesmo que peguei, assim que estava terminando de arrumar minhas coisas ouvi batidas na porta.

– Já vai – Digo alto e limpo meu rosto, tento conter as lágrimas e manter a calma, eu estava disposta a contar tudo para o tio Carlos, ele era o único que sabia realmente de tudo. 

Vou até a porta e assim que abro me deparo com meu tio com cara de poucos amigos

– Está tudo bem Juliana? – Diz sério

– Está tio, só estou reunindo minhas coisas, resolvi voltar para o apartamento – minto.

Tento manter tio Carlos na porta para que ele não veja minha mala, mas ele vai logo entrando

– Voltar para o apartamento Juliana? Como? E o Felipe? Como irá se sustentar? Não, você não pode agora.

– Tio eu tenho emprego, meu pé já melhorou.. vou voltar a trabalhar e a estudar como sempre

– Aquele salário é muito baixo

– Tio foi com ele que eu sempre me sustentei, está tudo bem.. eu vou voltar

Tio Carlos suspira, fecha a porta e senta na cama

– O que aconteceu com vocês dois? – Pergunta chateado

– Tio por que meu pai matou o irmão do Felipe? – Digo prendendo as lágrimas Tio Carlos me puxa pra um abraço

– Ah minha filha – ele me abraça forte e sinto um carinho de pai por ele, o carinho que nunca tive

– Seu pai e eu acabamos nos equivocando, seu pai em sua profissão e eu pela dor que tomou conta de mim, pela perda do Henrique – Diz triste – Ele era um advogado muito bom, criminalista assim como Felipe e muito justo! Um dia foi pego em uma armadilha, mas os policiais, a equipe do seu pai estava presente, ainda não tínhamos seguranças como hoje em dia para dar o apoio possível, para que nada acontecesse, até que a armadilha funcionou, mais não como queríamos, Henrique foi assassinado com a arma do seu pai, eu não estava presente, mas quando recebi a notícia eu só sabia culpá-lo por ser incompetente, não ter exercido seu serviço direito, então acabamos afastando você e Ana, não queria você por perto, passou um ano não haviam prendido ninguém, muito menos seu pai por que ele tinha um álibi, então eu fui fazer justiça com as próprias mãos, Teodoro não tinha condições de nada, Margo muito menos, então eu mesmo fui resolver isso. Acabei descobrindo que não foi seu pai, que deram um golpe nele e ele desmaiou, tiraram a arma dele e assim atiraram em Henrique, o alvejaram na verdade, descarregaram toda a arma nele

Diz embargado pelo choro e eu não consigo entender por que ele ainda me culpa, então tio Carlos continua

– Não contamos nada a Felipe, ele sofria demais e quando descobri isso, foi quando ele tinha recuperado a perda do irmão, ele já saia, fazia coisas com os meninos da sua idade, mais jurou a Deus e todo mundo, que quando crescesse iria se tornar um advogado bom, como o irmão.

– E ele conseguiu – Digo chorando

– Ele conseguiu filha, até hoje não contamos quem foi, tudo o que ele sabe foi de noticiário e demais coisas, não gostamos de tocar no assunto Henrique, Felipe acaba ficando transtornado.

– Eu percebi.. – Digo dentre o soluço

– O que aconteceu minha filha? Me diga, por que chegaram nesse assunto?

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