CAPÍTULO 33

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Arrumamos todas as nossas coisas, tudo o que poderíamos precisar, tudo que não poderíamos precisar também! Estava ansiosa e ao mesmo tempo com medo, nunca havia viajado de avião muito menos saído do Brasil. 

Estamos levando um total de três malas grandes e duas malas de mão e nossas bolsas com documentos pessoais e demais coisas.

Assim que olhamos no relógio já se passavam de três horas da manhã e tio Carlos disse que as 6h iria nos chamar pois nosso vôo seria um dos primeiros a sair.

Ana se apressa em colocar um pijama e dormiu no meu quarto mesmo.

Assim que deitamos, senti falta daquele corpo pesado jogado pro cima do meu, daqueles braços apertando minha cintura, dos beijos de boa noite e de sentir a respiração do Felipe em minha nuca, Deus, não poderia ser pior.

Puxo meu celular e começo a ver algumas coisas antigas que continham nele, algumas mensagens do Felipe dizendo que estava morrendo de saudade, dele perguntando se eu já tinha tomado café, almoçado, o que eu estava fazendo, era tanta preocupação.

Uma das mensagens continham um trecho pequeno de uma música que contava muito da nossa história..

"Eu não estava olhando para onde estava indo e caí nos teus olhos.

Bom dia. "

Aquilo doeu, então selecionei a pasta dele de contatos e fui para apagar

– Não faz isso – Ana diz e eu dou um pulo da cama, não percebi que ela estava com a cabeça erguida olhando o que eu estava fazendo.

– Isso, me mata do coração sua vaca! – Digo e solto uma risada

– Não faz isso Ju, eu sei, é tortura, mas eu lembro a forma como vocês se tratavam e eu até achava nojento – E sua sinceridade – mais guarda, pelo menos uma recordação boa dele, guarda com você o Felipe que você conheceu e não o que ele se tornou hoje. – Ana diz chateada

– Mas amiga.. 

– Guarda amiga, guarda.. vai que né.. – Ela diz e solta um sorriso debochado

– Não nos não vamos voltar! – Digo e coloco o celular de lado

Viro de barriga pra cima e fico encarando o teto no escuro

Silêncio

– To sem sono – Digo

– Se fosse só você

Começamos a conversar, falamos de cada coisa que faríamos em Cancun, do Cocobongo que iríamos, de tudo o que iríamos conhecer, de tudo o que iríamos fazer, de cada coisa, cada detalhe da viagem e assim nos perdemos em nossas risadas, até que tio Carlos entra com cara de sono no quarto acendendo a luz

– Pelo jeito já acordaram, não precisei nem vir chamar vocês – Tio Carlos diz bocejando

– Já está na hora de levantar? – Ana pergunta

– Logico, já são 6h30 – Tio Carlos diz

– Meu deus e nem dormimos! – Digo dando um pulo da cama e Ana faz o mesmo.

– Deus que roupa vamos? Ta calor, ta frio? – Ana começa a se desesperar e tio Carlos cai na gargalhada.

– Espero vocês lá em baixo, saímos de casa ás 8h – Diz e vai fechando a porta

Então a maratona rumo Cancun começou novamente, Ana foi para o seu quarto tomar um banho lá enquanto eu tomava banho aqui, mas disse que voltaria para se arrumar comigo.

Então entro no banho e quando meu corpo relaxa, sinto o cansaço batendo, mas isso não era hora, então me apressei no banho e sai o mais rápido que eu pude, quando sai Ana já estava no quarto, com alguns cabides na mão

– O que eu escolho? – Pergunta me mostrando algumas blusinhas

– Amiga, aqui ta calor mais lá vai ta pior, então vamos o mais frescas possível – Digo – Vou com aquela calça ali – Aponto pra uma calça jeans lavado, toda rasgada e desfiada – Uma sapatilha e uma camisa – Aponto pra camisa que está entendida na cama, é Pink de tecido fino e atrás ela é mais comprida, tapa um pouco o bumbum

– Boa idéia, vou me aproveitar do seu look – Ana diz e começa a pegar suas roupas, então de vez começamos a nos arrumar apressadas e o mais rápido que podíamos.


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