Proibida Pra Mim

Capítulo Nove - Ciúmes

Meus olhos azuis vagam até darem de cara com os olhos verdes de... Ethan. Ele me olha preocupado e pergunta:

- Se machucou?! Está tudo bem!? - Ele continua com os seus braços fortes ao redor da minha cintura, eu não o repreendo por isso. Levo minha mão até a cabeça.

- Eu não sei exatamente se estou bem...

- Desculpa, não queria te machucar! - Diz.

- Não Ethan, o motivo de eu não estar bem é outro... Não tem nada a ver com você! - sorrio fraco para ele, que retribui com um lindo sorriso.

- Que bom saber disso.

Por um tempo continuamos nos olhando, (ele já havia tirado seus braços, um tanto musculosos, da minha cintura) em silêncio e para quebrar o gelo ele me faz uma pergunta simples, porém, naquele momento não era uma boa hora para ela:

- O Noah veio com você?

Sinto um pouco de dor de cabeça, e vou me afastando aos poucos dele.

- Não... Eu nem quero ver ele pelo resto do dia.

Quando eu estava prestes a simplesmente sair correndo até o meu armário, ele segura o meu braço.

- Kate, posso te acompanhar!?

Não Ethan... Você não pode me acompanhar. Noah vai te matar se você me acompa... Peraí!? Eu disse Noah!? Kate! Acorda: Foda-se o Noah! Se eu não aceitar, vou ficar sozinha hoje, o dia inteiro, já que não pretendo falar com ninguém.

- Claro...

Nós caminhamos pelos corredores. Acabamos por contar algumas curiosidades ou fatos entre a gente.

- Quando eu tinha 14 anos, eu conheci uma garota... - Ele bagunça o cabelo - levei ela para conhecer meus pais e tal, devia ser umas 3:00 hrs da tarde, eu só lembro desse detalhe porque olhei muitas vezes para o relógio naquele dia, já que eu estava nervoso. Descobri que minha mãe é do tipo que mostra e conta detalhes e momentos idiotas e retardados que nem você sabia ou lembrava. - Ele fitava o chão, mas de repente levantava o olhar na minha direção, esperando que eu pedisse para ele continuar - A garota praticamente correu da minha casa quando deu 17:31. Eu fiquei tão chateado que deixei de comer por dois dias, e acabei descobrindo e levando um trauma: detesto números ímpares.

Eu ri. Ele deu um sorriso fraco e maravilhoso. Me peguei observando-o várias vezes ao invés de olhar para frente ( para não esbarrar em mais ninguém ). Notei um detalhe a mais: seus olhos não são totalmente verdes, eles puxam um tom azulado e há um tom castanho tipo mel, que dava o grande contraste. Saí da hipnose assim que o ouço falar algo:

- Sabe, minha mãe costuma ser grudenta demais. Juro que não entendo o motivo, sou o filho do meio, não o caçula.

- Sorte a sua que tem uma mãe carinhosa. - Quando percebo, já havia escapado.

- Sua mãe é como? - Perguntou olhando para os pés.

- Ela... É justamente o oposto. Nunca está por aqui. É ela e meu pai, os dois trabalham muito na empresa, e costumam ficar meses fora de casa viajando pelo mundo.

- As vezes eu queria ter férias....

- Como assim??

- Acha que aturar os meus pais é fácil? Mereço umas férias só de responder a todas as perguntas medíocres que a minha mãe costuma fazer e por explicar ao meu pai, cinco vezes ao dia, o motivo pelo qual não quero ser médico.

- Por que não quer ser médico??

- Por que você não quer ser empresária!? - Ele volta a pergunta me colocando contra a parede.

- Você sabe... Tenho meus motivos para odiar essa área. A empresa roubou os meus pais de mim. A última vez em que fizemos coisas divertidas foi a uns 8 anos atrás, quando viajamos até o Rio.

Ele assente, e então explica o seu lado:

- Eu não quero ser médico porque sei que é muita responsabilidade. Assumir algo assim é um peso pro resto da vida.

- E o que quer fazer!?

- E eu sei lá... Sou um idiota que não sabe fazer nada de útil!

Rimos novamente. Chegamos nos armários e pegamos os cadernos e livros. Quando fechei o meu armário, dei de cara com Noah.

- Kate, me desculpa por hoje mais cedo... Eu juro que não queria te deixar magoada. Você sabe o quanto eu te quero perto, mas às vezes você parece querer que eu me afaste de você.  - Continuo encarando Noah, sem dizer uma palavra, só escutando tudo o que ele dizia. Até que Ethan vem olhando seus livros e falando comigo:

- Kate, quer conversar um pouco mais durante o recre...? - Ele para, ao levantar o olhar e perceber que Noah o fuzila com os olhos. - Desculpa aí. Não queria atrapalhar a conversa entre os dois.

- Acabou de atrapalhar! -Noah aproximou-se de Ethan. Me empurrando para o lado.

- Tá cara, foi mal. Já disse! - Ethan diz, sem se mover.

- Você ia conversar com a minha namorada. O que ia dizer mesmo!?

Noah o encara e ameaça partir pra cima de Ethan. Ethan por outro lado, está totalmente relaxado. Ele dá mais alguns passos e fala na cara de Noah:

- Eu ia convidar ela pra ficar comigo no recreio, por que!? Tem algum problema?

- Tem. E você já vai sentir a consequência desse problema! - Noah grita, chamando a atenção de várias pessoas ao redor.

- Noah! Para agora! - Grito, me atravessando na frente do Ethan.

- Vai defender esse daí!? - Noah dá aquela olhada insignificante de cima a baixo. Ethan, logo atrás de mim, fecha os punhos com força, e seus olhos verdes agora queimam como fogo.

Não tenho certeza se Ethan realmente precisa de ajuda, só estou tentando evitar um problema ainda maior, como uma futura lesão cerebral, já que Noah pratica Muay Thai.

Estou diante de uma situação complicada, muda e encarando meu namorado em defesa moral de um garoto que eu nem conheço direito. Quando menos espero, Ethan me vira, para que eu o encare.

- Kate. Preciso que você saia daqui!

- E te deixar morrer só porque ia me convidar para passar o recreio com você!? Nunca!

- Kate vá para a sala agora! - Ordena Noah.

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Feliz dia das crianças pra quem ainda se considera criança!! ❤️🙋🏼

Obrigada pelas estrelinhas e comentários (inclusive mensagens no privado 😛), continuem me mimando assim!!! 😆😜👉🌟

Beijos, Fra...