(Quarta-feira, 15 de março)Apesar dos meus pais estarem voltando agora, logo pela manhã, eles não me permitiram matar aula para vê-los, o que já não é nenhuma novidade.
Na grande realidade, se eu pudesse faltar aula, seria pelos mesmos motivos que eu discutia ontem.
- Pensou direito em nós?! - Noah me pergunta (estamos na beirada da escada da escola), fazendo com que eu me desperte dos meus devaneios e o encare com ódio.
- Não existe mais nós. - Digo com raiva. Eu elevo a voz e me aproximo para poder cuspir as palavras na sua cara - Eu já sei de tudo Noah. Sei que me traiu com a Cecília, sei que você não ficou nem um pouco preocupado comigo aquele dia, apenas fingiu ficar com ciúmes, fingiu que se importava! Reconheço o quanto eu fui trouxa em depositar toda a minha confiança em você, mesmo lá no fundo, sabendo que você jamais iria fazer o mesmo. Sinceramente Noah, eu não sei de que forma consegui aturar você e todas as suas crises por 4 anos! - Enquanto falo, imagino que ele vá se calar, e irá dizer o quanto está arrependido e essas coisas, mas para a minha surpresa, a sua reação foi a mais covarde de todas.
Sinto a palma da sua mão tocar o meu rosto com força. Fecho os olhos para recebê-lo, e depois, mesmo sabendo o quanto está vermelha a região, eu não ouso tocar. Apesar de eu ainda acreditar que este não é o Noah, que costumava ser tão diferente, imagino que homens como esse Noah (machistas), demonstram a sua fraqueza por meio de agressões físicas. Ao contrário do que muita gente faz - se calar - eu não fiz:
- Seu filha da mãe desgraçado! Bate de novo, bate!!! - Digo oferecendo o outro lado do rosto. Ele faz menção de repetir o ato, mas assim que levanta a sua mão, alguém por trás a segura com força.
- Nem pense em fazer isso! - Escuto a voz de Ethan, suspiro baixinho de alívio.
- Melhor você não se meter nisso!
- Não, melhor você não fazer isso. Esqueceu que você pode ser expulso por agredir uma garota. Existe lei Maria-da-Penha mano! - Noah o fuzila com os olhos e altera o olhar até a sua mão que ainda está sendo segurada por Ethan. - Pensa no que eu tô te avisando!
Ele bufa, se solta de Ethan e vai em direção à sala de aula.
- Você está bem? - Diz tocando o lado vermelho do meu rosto. Assinto mesmo assim. - Está sentindo dor?
- Só um pouco.
- Melhor você botar gelo nisso aí! - Ele acaricia o ponto do meu rosto, e estende a sua mão para ir comigo até a enfermaria.
- Acha mesmo necessário?! - Digo e ele assente. Suspiro e então pego na sua mão e juntos descemos as escadas.
****
Depois de ter colocado gelo, o sinal do 1º período de aula soou. Logo estaríamos na sala e iríamos participar de um trabalho de história cujo o tema era a Segunda Guerra Mundial, mas não contávamos com as surpresas:
- Turma, como estou de bom humor hoje, vou deixar vocês formarem duplas para o trabalho! - A turma inteira se empolgou e a professora Elisa colocou um sorriso no rosto *Ela é uma das professoras mais queridas que temos.
Logo Sasha olhou de relance para mim, mas percebeu que a Carol ficaria sozinha.
- Pode fazer com a Carol, outro dia você faz comigo então.
- Ok, mas e você?! - Perguntou, eu estava prestes a responder quando escuto:
- Ela faz comigo! - Viro para trás e dou um sorriso.
- Hummmm!! - Sasha e Carol fazem em uníssono, com um sorrisinho malicioso. Eu olho mortalmente para as duas que logo disfarçam e fingem assoviar.
Juntamos as nossas mesas e começamos a fazer um questionário para depois respondê-lo. Eu não vou mentir: eu olhei na direção de Noah umas 2 vezes no começo. Ele e Cecília também olhavam para cá de vez em quando. Eu me sentia um pouco estranha, mas quanto mais eu conversava com Ethan, mais os meus pensamentos em Noah e Cecília se afastavam.
- Kate, você lembra o que a professora Elisa disse a respeito do campo de Bergen-Belsen?
- Hum... Não. Mas acho que tem no livro de história alguma coisa. - Largo a caneta em cima da mesa e procuro na mochila o livro, quando o acho coloco o mesmo em cima da mesa e escuto a caneta cair entre as nossas mesas. Acabamos indo pegar ao mesmo tempo:
- Deixa que eu pego... - Dizemos em uníssono um para o outro. E por fim quem realmente pegou a caneta e me encarou com aqueles olhos extremamente verdes e radiantes, foi ele. Rimos do que acabara de acontecer.
O tempo passou rápido demais e quando pensamos que não ia dar tempo para entregar o trabalho concluído, a professora decide comentar:
- O trabalho vai valer uns pontos, então vocês podem e devem termina-lo em casa!
Escutamos a maioria das duplas se questionarem com quem iria ficar o trabalho, fui logo dizendo que eu poderia terminar ele em casa.
- Queria te ajudar...- Ouço-o dizer.
- Se você quiser, pode ir até a minha casa hoje à tarde.
- Não! Que tal você aparecer por lá?! - Pergunta. Eu fico na dúvida aliás, meus pais já chegaram em casa e vão exigir satisfações de: onde, quando, por que e que horas eu vou ir e voltar, mas seria pior se ele aparecesse por lá... acabo por concordar. Ele me passa o seu endereço e digo a ele que vou chegar por volta das 15:00 horas.
- Ok. Te vejo lá então!?
- Claro! - Sorri. Ele retribuiu o sorriso e assim que o sinal tocou nós nos despedimos com um abraço caloroso. Disse tchau à Mike, Sasha, Carol e Jack, e assim que cruzei o portão, vi o motorista parado na frente da escola.
Coloquei uma mecha de cabelo no meu rosto para cobrir a parte que ainda estava um pouco vermelha e entrei dentro do carro, sem chamar muita atenção.
^*^*^
Como combinado, estou aqui!!!
Eu consegui chegar em casa a tempo de postar mais um!
Os próximos capítulos vão ser melhores, prometo!
Votem e comentem o que acharam... 💜🌟Beijos, Fra...
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Proibida Pra Mim
Teen FictionA vida de Kate Blank era organizada e vigiada pelos seus pais, que queriam que a única filha herdasse a empresa da família. Mas Kate tem ao menos um motivo para expressar o porque do seu desgosto: a empresa fez com que seus pais se ausentassem cada...