<Penúltimo Capítulo>
( Cinquenta minutos com Ethan Heiter no carro )
- Tá entediada? - Pergunta desviando o olhar da estrada. Estou usando meus óculos de sol e com o rosto totalmente sem expressão alguma.
- Não... Mas vou ficar daqui a alguns minutos.
- Não sou muito bom em desentediar as pessoas, mas vou tentar te animar, ok?! - Assinto como resposta, ele tira as mãos do volante para poder estralar os dedos. Depois de alguns segundos de silêncio, ele começa a rir baixo. - Bom, pelo menos dessa vez, posso te garantir que se o pneu furar temos um no porta-malas de reserva... - Dou um sorriso, ele fica olhando para o meu sorriso por um tempo prolongado, tanto que quase pensei que teria que lhe pedir para voltar a olhar para frente. - O seu sorriso é o mais bonito que eu já vi.
- Aposto que você diz isso para todas as garotas que já sentaram nesse banco. - Digo e me remexo um pouco no mesmo, que é bem mais confortável que o banco dos carros que meus pais possuem.
- É. Talvez. - Faz uma careta de insignificância e quando ele volta a me olhar, seus olhos estão com uma cor tão harmoniosa e agradável que chega a dar inveja: a combinação perfeita entre um tom de azul e um tom de verde, que mais parece a cor de um oceano. - Mas se quiser saber de uma coisa... - Ele para em uma das fileiras que dão acesso à um dos pedágios e se aproxima, com movimentos calmos, de mim. Seu olhar está focado no meu e na minha boca. - Você é a primeira que eu realmente amo. - Ele segura a minha nuca e chega bem perto da minha boca. - E se depender de mim, será a única.
Aquelas palavras causavam arrepios por todo o meu corpo e a única resposta que podia (talvez) se igualar à dele era um beijo.
Me aproximo ainda mais e sussurro:
- Me beija...
- É pra já! - Diz alto e completamente rápido, depois disso ele parte pra cima de mim e intensifica os beijos. Perdi a conta da quantidade de vezes que precisei de oxigênio. Umedeço os lábios quase que automaticamente e volto a beija-lo. Preciso dele. Ficar naquele carro sem trocar carícias era impossível e disso todos sabiam. É que nem colocar gasolina no fogo com a intenção de tentar apaga-lo.
- Quem sabe a gente para em um motel de beira de estrada?! - Brinca Ethan com um olhar safado. Rimos. - Não precisa corar. Você pode ter certeza de que eu não ia te obrigar a nada. - concordo com a cabeça.
- Eu sei... - Ele roça o seu nariz no meu, e escutamos uma buzina vindo do carro de trás.
- Tabom, tabom! Eu já entendi! - Responde ao coro de buzinas com as mãos para o alto em sinal de redenção. Dou risada.
***
20:10
Não pegamos trânsito, por ser um dia comum (poucas pessoas vão para Angra dos Reis em uma Sexta-Feira comum para voltar no Domingo - Para a nossa felicidade).
Desço do carro, cansada de ter ficada sentada por tanto tempo - mesmo que a gente tenha parado em pelo menos dois postos de gasolina para caminhar, ir no banheiro, comprar comida (quando eu digo 'comida', eu quero dizer doces e bobagens).
Ethan solta um longo suspiro e tira a sua mochila do banco de trás. Resgato as minhas coisas e coloco a minha mochila nas costas. Ethan e eu nos entreolhamos. Ele ergue uma de suas sobrancelhas. Eu sei o que isso significa. Olho para a montanha de areia que cobre a visão da casa da praia, volto a encarar o Heiter e saio em disparada, louca pra chegar antes dele. Quando ele percebe corre atrás. Começa a faltar o ar e passo a respirar pesado e a ofegar.
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Proibida Pra Mim
Dla nastolatkówA vida de Kate Blank era organizada e vigiada pelos seus pais, que queriam que a única filha herdasse a empresa da família. Mas Kate tem ao menos um motivo para expressar o porque do seu desgosto: a empresa fez com que seus pais se ausentassem cada...