Capítulo Trinta e Quatro - Trocando Conselhos

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( Quinta-feira, 6 de Abril )

O meu final de semana inteiro, eu passei deitada em uma cama por conta de um resfriado. Mas já estou melhor. Eu devia ter aceitado a carona.

Ethan e eu, continuamos próximos o suficiente para ter a permissão de invadir a boca um do outro. Ainda não conversei com Helena, mas sei que o que ela tem a me dizer é tão importante quanto eu imagino ser.

Meu corpo se contrai ao escutar Ethan:

- Professora! Posso ir até o banheiro?!

- Pode, Sr. Heiter.

Espero ele lançar os seus olhos verdes em direção aos meus. Agora tenho a confirmação de tudo. Depois de Ethan fechar a porta da sala, aguardo apenas alguns míseros minutos. Levanto do meu lugar e vou até à mesa da professora Elisa. Ignoro a grande quantidade de olhares sob mim.

- Professora Elisa, será que eu poderia ir até a biblioteca procurar um livro a respeito do conteúdo? - Meus dedos estão congelados e estou visivelmente nervosa. Por sorte, ela nem olha para mim ao me responder, ainda bem, porque se não ela reconheceria que há algo de errado comigo.

- Pode. Mas tem que ser rápido, entendido?!  - Assinto, com medo de ser pega no flagra. Saio às pressas da sala.

Assim que fecho a porta atrás de mim, fecho os olhos e solto o ar, aliviada. Alguém solta uma risada ao me ver naquele estado e logo reconheço quem foi.

- Vem Lady... - Sussurra ao me puxar pela mão.

Corremos pelos corredores, despreocupados e como se nada fosse. O vento sopra as mechas do meu cabelo, e me dão uma sensação ótima. Quando Ethan termina de me guiar até uma escada secreta (saída de emergência), seu corpo pressiona o meu contra a parede e ele continua a me beijar loucamente.

- Você. É. Incrível. - Diz entre beijos.

- Você que é.

Saímos daquele lugar após passar 5 curtos minutos. Ele precisava arrumar o seu cabelo e voltar para a sala, já eu, precisava imediatamente ir até a biblioteca procurar o primeiro livro que se tratasse da história da independência do Brasil.

Por sorte, ambos chegamos a sala de aula, em tempos diferentes. A maior parte da turma nos fuzilava suspeitando de que alguma coisa havia acontecido, e eles estavam certos. O pior de tudo é que, saímos da sala de aula para nos esconder e nos beijar, como se fossemos assassinos perigosos que não podem ser vistos juntos. E eu gostei. Eu gostei de matar um curto período de tempo para ficar com Ethan. Eu nunca tinha feito isso antes, e por incrível que pareça, a menina certinha do 3º ano, não está mais aqui. E eu não me envergonho nem um pouco de revelar isso.

Posso sentir o pouco de raiva que ainda resta em Noah. Por mais que ele tenha me dado um tapa e me empurrado (na briga anterior com Ethan) e de ter me chamado de atirada, eu e ele concordamos em voltarmos a ser amigos.

***

Combinei com a mãe de Ethan que iria conversar com ela hoje à tarde. Era mais ou menos umas 15:00 hrs quando ela passou de carro aqui na frente de casa.

Meus pais haviam saído fazia pouco tempo, por sorte.

Entro dentro do seu carro e a cumprimento com um abraço.

- Oi querida! Esperei tanto para poder te encontrar e contar o que tanto queria conversar. - Ele desviava da estrada e olhava pra mim, que apenas conseguia sorrir.

Ao chegar na cafeteria, pedimos dois cappuccinos.

- Kate, Ethan gosta muito de você... A pouco tempo ele havia trazido uma outra garota loira para a nossa casa, apresentá-la como a sua "namorada" - Ela faz as aspas e toma um gole do seu café. - Mas o "amor" - Ela faz as aspas de novo e eu engulo em seco ao ouvi-la dizer aquela palavra de forma tão simples. Ela continua: - que ele dizia sentir por aquela moça, sumiu quando ele conheceu você. - Dou um sorriso fraco ao lembrar da primeira vez que eu o vi.

- Acho que não foi bem assim Sra. Heiter...

- Pode me chamar só de Helena. - Diz e dá um sorriso, eu retribuo. - Bom, não foi uma mudança imediata, mas ele voltou a jogar, tocar e cantar e... -Ela faz uma pausa - até  concordou em te ensinar com o violão.

- Eu insisti por uma semana.

- Eu insisti por um mês para que ele cantasse um trechinho da música meu novo mundo e mesmo assim ele se recusou. - Diz rápido e puxa o ar. Sua mão aperta a minha. - Eu sei que você é o motivo dele ter voltado. - Olho confusa para Helena. - Ele era um menino tão tímido. Tão na dele. O pai dele costumava dizer que ele era um menino comportado, quieto e sem talento algum. Mas eu sempre soube que dentro dele havia este menino travesso e carinhoso que ele era quando bem pequeno e agora voltou...

Eu não sabia o que dizer. Ethan nunca foi de se calar. Nunca se importou com o que os outros pensavam. Comportado, quieto e sem talento algum - então eram essas as palavras que os pais deles se referiam à ele. Fico boquiaberta por um tempo. Em pensar que só nas últimas semanas, Eth aprontou bastante, por minha causa.

- Eu não conheço esse Ethan que a senho, desculpa. Que você está falando.

- Por isso mesmo Kate! Você o fez mudar radicalmente. E eu estou aqui pra te agradecer. Sabe... Os meus outros filhos também não costumam ser muito simpáticos logo de cara, mas Henry e Paul gostaram tanto de você! - O famoso sorriso dos Heiters apareceu em seu rosto. Incrédula - era essa a palavra que me definia.

Terminamos de tomar o nosso café e por sorte, fui mais rápida em pagar. Helena ficou sem graça, mas daí disse a ela que estava fazendo isso em troca da carona.

Ao chegar em casa, me despedi dela e entrei pelo portão. Yuri me aguardava com um envelope na mão.

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Oieeee! Obrigada por todas as vizualizações. Amo vocês demais!

Beijos, Fra...

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