( Segunda-feira, 17 de Abril )Estou sentada em um dos bancos do salão da casa do Jack. A maior parte da turma, bebeu demais. Eu continuo aqui, de frente para o barman esperando que ele me sirva um coquetel de morango. Pelo menos a música está alta e se eu não estivesse consciente eu até arriscaria ir para o meio da pista dançar, mas isso está fora de cogitação.
Mesmo que a maioria não seja maior de idade, há apenas uma pequena minoria que está sóbrio. Eu estou sóbria. Ainda.
Não que eu esteja planejando beber, é só que... Nunca se sabe.Ouço a microfonia. Viro-me em direção ao palco de luxo improvisado por Jack. Ele está totalmente embriagado e fora de si. Suas mãos seguram o microfone com força e suas palavras são enroladas e um pouco sem sentido:
- Oi! - Ele abana de forma engraçada. Tento segurar o riso ao máximo. - Eu goxxtaria de... Fazer um pequena homenagim para, ãhhh... Un grande amigo meu. Vem aqui Brian! Sobe logo! seu montin... - Jack está louco. Palavras totalmente erradas e muito engraçadas fazem todos rir. Inclusive Brian, que está obviamente bêbado. - a fexta é pra voxê, seu pu... - Todos tapam a boca de Jack, antes que o mesmo diga um palavrão um tanto desnecessário.
É engraçado todos conhecerem Brian. Eu não me lembro ao certo como tudo aconteceu. Não sei se foi em uma festa que eu fiz aos 7 anos de idade (quando tudo, inclusive a minha relação com os meus pais, ainda era boa), ou se foi na escola (por mais que eu deteste dizer: Brian costumava sair da sua escola pública, para me buscar na minha - que é totalmente particular, quando ainda não tinha o motorista dos meus pais. Eu achava injusto, claro! Mas o que eu poderia fazer?! Naquele momento ele era o menino que precisava de alguns trocados (que era frequentemente dada por Manfred) para comprar chocolates, balas, presentes para a Zilda no dia das mães, entre outras coisas. Esse era o único jeito que ele conseguia algum dinheiro, o fato é: boa parte dos que se fazem presentes aqui hoje, estão felizes por poder revê-lo, sem falar que essa festa foi organizada às pressas na noite de sexta.
3:33 - A.M : A hora morta. O relógio parece estar errado. Olho em volta: todos caídos pelos cantos ou ainda enchendo a cara. Procuro por Brian. Arregalo os olhos ao vê-lo dançando em meio à pista de dança. Dou risada quando percebo que o estado em que ele se encontra não facilita a dancinha ridícula dele.
Eu não tinha me dado conta: Noah e Cecília não vieram. Brian apesar de ser um bom amigo de Noah, também desconfiava do jeito santinho de ser, do mesmo.
Temos aula em poucas horas e eu preciso ir para casa. Não sei dirigir e mesmo que eu soubesse, eu não poderia já que tomei muito coquetel. Levanto da frente do balcão (onde o barman estava) e cambaleio até a porta que dá acesso a um quintal maravilhoso. Assim que à abro, sinto uma tremenda diferença de oxigênio. Sento-me na beirada de uma pequena escada que ali estava, só para poder observar o brilho da lua.
- Se quiser saber: você é bem mais bonita que ela... - Sinto as mãos quentes no meu ombro e as reconheço de imediato.
- É feio sair no meio da festa... - Arrisco provocar.
- Vi você saindo, aí eu te segui. - Coro. - Do jeito que você saiu, só podia estar precisando de ar puro...
- Como assim "do jeito que eu sai". - Repito claramente e faço as aspas com os dedos.
- Saiu respirando pesado. - Esclarece. - Ei! Quer que eu te leve para casa?
- Seria bom... - Nesse mesmo instante, Chloe sai passando mal e precisando de auxílio. Ethan de imediato a oferece. Chloe está com o rímel totalmente borrado e pelo que tudo indica, ela também está bêbada. - Eth... Você está sóbrio?
- Uhum... Sabia que alguém teria que te levar para casa. - Sorri maliciosamente, eu reviro os olhos. - Vai por mim, passei a festa inteira me segurando para não beber, pelo amor de Deus, me diz que valeu a pena. Me diz que vou poder te levar para casa... - Assinto.
Quando entramos para pegar as nossas coisas (inclusive a chave do carro do Heiter) me deparo com o grupo de palhaços dançando Conga Conga Conga. Eu rolo no chão de tanto rir. Carol, Sasha, Mike, Brian e Jack estão fazendo trenzinho e atraindo a atenção de todos por ali, é impossível parar de rir. Suspiro e dou um tchau para todos, que se eu bem os conheço nem irão se dar ao trabalho de responder.
Ethan abre a porta dos fundos e me dá passagem, pousando a mão sob o meu ombro logo depois. No carro foi aquelas coisas de sempre: beijos de tirar o fôlego e alguns amassos antes do sorrisinho e do boa noite de sempre...
***
7:59 - A.M
A aula de matemática nunca é interessante, ainda mais quando você passa a noite toda em branco. Obviamente Jack não apareceu na escola, talvez ainda está atirado em um canto do salão de festas da casa dele. Todos ( todos, menos Cecília e Noah) estão caindo de sono e os professores já tiveram que aumentar a voz duas vezes, para que a gente não durma em meio a uma explicação.A única que ainda se mantém bem acordada, embora com uma aparência chapada, é Carol. Ela foi a que mais ficou feliz com a volta de Brian. Eles se gostam desde criança.
O sinal do recreio bate e saímos em grupinhos.
- Cara! Queria contar uma coisa pra vocês! - Mike começou a falar sem parar quando recuperou, após um longo bocejo, toda a sua empolgação. - Vocês lembram de todas as vezes que eu comentei que a minha família tem uma casa em Angra?! - Ele caminha de mãos dadas com Natasha.
Parece que a vida amorosa deles se resolveu a pouco tempo. Mike assumiu um compromisso sério com Sasha, mesmo com medo de perder a sua liberdade. Olha que bom exemplo pra você, Kate!
- Angra dos Reis?? - Cecília pergunta, admirada.
Mesmo ficando um pé atrás com Cecília e Noah, achei (achamos) melhor deixar de lado qualquer rancor aparente.
- É uma casa maravilhosa na beira da praia. - Termina Mike enquanto fica assentindo com a cabeça.
- Fofichu, nós podíamos ir para Angra, já, neste final de semana... - Natasha diz enquanto aperta a mão de Mike. - Assim o Brian poderá ir com a gente!
- É uma boa ideia, só preciso saber quem vai poder ir, assim, de última hora!
- Eu vou. - A voz rouca de Ethan indica a sua repentina aproximação de mim. O hálito quente passa através do meu ombro e me faz ter pequenos calafrios.
Aos poucos mais e mais gente foram se manifestando...
- Noah, Kate, vocês vão ir?! - Pergunta Will (se intrometendo, para variar).
- Eu não sei... - Começo a enrolar. Sinto alguém cerrar os olhos em mim e viro-me para encarar Ethan.
- Você vai ir. - Constatei com a leitura labial dele. Não sei desde que momento me tornei submissa a ele.
- Vou tentar ir. - Digo com um sorriso fraco e esperançoso.
(/)/(/)
Oiii! Estou de volta com mais um capítulo! O que acharam? Será que a Kate vai conseguir ir? 😬Beijos, Fra...
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Proibida Pra Mim
Teen FictionA vida de Kate Blank era organizada e vigiada pelos seus pais, que queriam que a única filha herdasse a empresa da família. Mas Kate tem ao menos um motivo para expressar o porque do seu desgosto: a empresa fez com que seus pais se ausentassem cada...