( Domingo, 16 de Abril )- Como convenceu seus pais a ir comigo até o aeroporto?! - Ethan está dirigindo o seu carro e alternando a sua visão entre a estrada e eu.
- Simples: não pedi permissão a ninguém. - Digo, ele faz uma careta.
- Não posso acreditar que a certinha do 3º ano está deixando de fazer o que os outros mandam! - Dá um sorriso satisfatório.
- Isso é efeito pós Ethan Heiter - Rimos alto.
Estou no banco carona, e aguardo a nossa chegada ao aeroporto para matar a saudade do meu "irmão".
Uma das mãos de Ethan está livre, já que ele dirige só com a mão esquerda na maior parte do caminho, por ser planície total, sem nenhum sinal de curvas. A sua mão livre, desliza sob a minha pele, causando arrepios inexplicáveis. Minha respiração fica entrecortada e sinto falta de ar por um longo tempo.
Estou usando uma calça jeans um tanto despojada ( com leves rasgadas ) e sua mão desliza por ela.
- Para, Neurótico... - Digo em meio aos calafrios. Ele ergue uma de suas sobrancelhas.
- Neurótico!!? - Ele volta a segurar o volante com as duas mãos e tenta segurar o riso. Reviro os olhos.
- Detesto te chamar de Vagabundo, parece um tanto clichê, sacou?! - Explico.
- Acha clichê o fato de eu te chamar de Lady!!!? - Odeio aquela expressão que indica que ele está sofrendo por antecedência, como se estivesse esperando o pior a qualquer momento, como se a minha resposta fosse ser afirmativa.
- É óbvio que não Eth. Acho fofo. Mas Vagabundo é um apelido um pouco estranho para você. Você merece algo melhor... E estou procurando um apelido tão fofo quanto Lady. Um apelido que esteja à altura daquele que você me deu! - Aprofundo minha linha de pensamento e me esforço para colocá-la dentro do seu cérebro.
- Vagabundo pode não ser um dos melhores apelidos, mas mesmo assim, eu até que curto. - Ele faz uma pausa. - Mas eu adoro quando você me chama de 'Neurótico'. - Me dá um selinho.
- Na real, quando 'neurótico' surgiu na minha cabeça, eu nem tinha perguntado ou pedido a sua autorização para te chamar assim e...
- Kate! Pare de ser tão neurótica, certinha e... - Seus olhos encontram os meus - e linda, e... Incrível e...
- Pare Heiter... - Fico sem graça e coloco uma mecha de cabelo para trás da orelha.
O que acontece em seguida faz o meu ar acabar de vez. Ele estaciona o carro no acostamento.
- O quê...?! - Ele está segurando a minha nuca e acariciando levemente a minha bochecha. Quando pergunto, ele apenas leva o seu dedo indicador aos meus lábios e pede silêncio.
- Não posso beijar você enquanto dirijo, iríamos sofrer um acidente, porque eu largaria tudo, para sentir o gosto da sua boca. - Dou um sorriso e ele retribui de forma mágica. Ele tira outra mecha que antes tapava a minha visão do olho direito, assim que ele a bota atrás da orelha já aproxima os seus lábios em direção aos meus.
Seu hálito é suave e doce. Sua língua pede permissão, e sem pensar duas vezes eu a deixo passar. Me ajeito no banco do carro enquanto suas mãos desciam e subiam pelo meu corpo, fazendo com que eu me sinta no paraíso. Quando ele separa os nossos lábios, um sorriso escapa de ambos. Passo a mão pelo seu cabelo e o puxo para mais perto. Foi como cutucar uma fera. Seus beijos se intensificam enquanto ele puxa a minha coxa direita para si. E mesmo contra a minha vontade, eu sou obrigada a pará-lo.
- Não podemos esquecer do Brian. Lembra?? - Digo com um sorriso enquanto impeço ele de colar sua boca na minha. Não sei o quanto isso o deixa nervoso e equivocado, mas é bom saber que mesmo com o desejo de continuar, ele pensa nos limites, ou no amigo dele, que a essa altura deve de estar esperando por nós, sentado em uma das cadeiras nem tão confortáveis assim e pensando que esquecemos dele.
Quando finalmente chegamos no aeroporto, avisto de longe um menino muito familiar. Ele mudou o suficiente para eu lhe dizer que não o reconheceria se eu não imaginasse ele todos os dias, e pensasse como ele está. Seu rosto está mais 'maduro', digamos assim, e seus olhos - bem como o seu cabelo - continuam escuros. Sua pele, por outro lado, está ainda mais bronzeada desde que lhe vi pela última vez. Ele carregava nas costas uma mochila. Quando ele percebe que sou eu, corremos um ao encontro do outro, independente da quantidade de pessoas a nossa volta.
Quando me aproximo dele, eu estou parecendo uma criança de 5 anos que havia recebido o melhor presente da vida dela, e que tudo o que quer fazer é agradecer com um abraço.
Quando ele finalmente me alcança, ele me abraça forte e me ergue do chão.
- Eu tava com muita saudade de você, KK... - Diz. Aquele apelido carinhoso que ele costumava me chamar quando éramos pequenos.
- KK?! - Se intromete Ethan, que está com os braços cruzados e com o cenho franzido. Eu e Brian nos entre-olhamos.
- É uma longa história, uma hora dessas eu te conto! - Brian assegura. Eth murmura um som desconfiado mas nem ligamos. Eles fazem o típico cumprimento de 'machos', um aperto de mão e alguns tapinhas nas costas. Heiter faz questão de levar a mochila de Brian até o carro. Quando estamos por fim todos acomodados, ele dá a partida.
- KK, me conte... - Brian puxa assunto - Como foi a reação dos seus pais ao saber que você estava de amores com essa criatura infernal aqui?! - Pergunta dando um soco no ombro de Ethan com senso de humor. Heiter pigarreia e puxa o ar com força. Eu coro.
- Nós não... E-Eu não.... - Enrolo. Brian fica tão perdido que pede para que eu 'desembuche' de uma vez. - Eu não contei a eles sobre Ethan.
- Por que não!? - Ele alterna olhar entre nós dois, e imediatamente suspiramos em uníssono.
- Você sabe como eles são, não sabe?!- Brian assente, compreensivo. O assunto morre e por longos minutos não trocamos palavras.
Ethan já deu meio que uma indireta indicando o quanto tinha o desejo e a vontade de assumir algo realmente sério comigo. Mesmo assim, eu fingi que não captei a moral da indireta.
Não posso assumir nada com ele agora. Não pelos meus pais, nem por ele, e sim por mim! Não posso me prender a um namoro agora. Não posso oficializar e apressar as coisas. É confuso. Parece ao mesmo tempo cedo e tarde demais. Não me vejo deixando de fazer as coisas novamente, ou perdendo a liberdade que eu tinha.
Ethan mesmo soltando frequentemente indiretas, respeita o meu espaço. Ele não está forçando a barra, e eu o admiro muito por isso.
Eu não tenho certeza se Ethan Heiter e Noah Williams tem as mesmas semelhanças, mas creio que podem ser parecidos: Eth me dá uma pequena impressão de que talvez ele seja ainda mais ciumento que Noah. Por outro lado, não sei o quão festeiro ele é, sendo que Noah era um cara cem por cento caseiro. Não quero pensar nisso agora. Voltar a ter as mesmas preocupações anteriores... Voltar a me prender parece, ao mesmo tempo, tão dramático e clichê.
Em alguns momentos, é preciso lembrar-me de que contos de fadas não existem.
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Oi Oi Genteeeee!!!
Queria dizer a vocês que a primeira parte ( o primeiro livro ) já está acabando, falta apenas alguns capítulos. Aproveitem e continuem a ler e votar nos capítulos!
Outra coisa, estava pensando em responder à algumas perguntas (se quiserem perguntar algo, claro) e mais tarde, fazer uma tag 50 fatos sobre mim.
O que acham?!
😎😛
* se quiserem perguntar alguma coisa, usem os comentários ou vão no PV mesmo...*Beijos, Fran...
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Proibida Pra Mim
Novela JuvenilA vida de Kate Blank era organizada e vigiada pelos seus pais, que queriam que a única filha herdasse a empresa da família. Mas Kate tem ao menos um motivo para expressar o porque do seu desgosto: a empresa fez com que seus pais se ausentassem cada...