Capítulo Trinta - Henry

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( Quinta-feira, 6 de Abril )

Olho no espelho pela vigésima vez. Ethan perguntou se eu queria ir com ele até uma sorveteria perto da sua casa, e depois iríamos até a sua casa, para que ele cumprisse com o que prometeu: minhas aulas de violão.

Eu estou em dúvida se vou com essa roupa que estou ( multimídia ), ou se coloco uma coisa menos despojada. Coloco 3 cabides diante do meu corpo, mas prefiro ficar com a roupa que estou.

Escrevo em um pequeno pedaço de papel:

Fui com a Sasha até o shopping, só volto mais tarde.

Mando mensagem para Sasha, que disse que vai acobertar a minha mentira. Eu devia estar me sentindo horrível, já que costumava falar tudo para meus pais, até quando eu ia tomar banho. Agora estou praticamente fugindo de casa, sem dar satisfações.

Espero meus pais subirem as escadas e irem até o quarto deles, (irão descansar ao máximo, já que na próxima Quinta-feira eles partirão rumo à Alemanha) e dou passos leves, até chegar na cozinha, abro a porta da despensa e fecho a mesma depois, chego até a porta dos fundos, quando estou prestes a pegar a chave alguém pigarreia:

- Posso saber o que está pensando em fazer?! - Zilda me dá um susto. Arregalo os olhos e ela cruza os braços.

- E-Eu vou com a Natasha até o shopping! - Falo rápido. Quando me viro novamente para abrir a porta, Zilda alega que eu não sei mentir para ela, e eu detesto admitir mas, talvez ela esteja certa... Sem mais nenhuma escolha eu acabo por contar tudo a ela.

Contei sobre o término com Noah, contei sobre Ethan ( já que eu não havia falado nada a respeito dele para ela) falei sobre o jeito do Ethan, a rixa entre eles e etc. Ela também me acobertou e me permitiu sair escondido pelos fundos, e disse que estava feliz que eu havia terminado com Noah (ela sempre soube que nunca deveríamos ter tentado algo a mais do que a nossa amizade).

Achei estranho o fato de um sorriso escapar dos lábios dela, enquanto eu falava do Ethan. Parecia que mesmo sem eu contar ela já sabia, ou já desconfiava, sei lá...

Caminhei pela rua e cheguei até a casa dele. Helena me convidou para entrar, simpática como sempre. Assim que pisei dentro da casa, Paul desceu correndo as escadas:

- Kateeeee! Você veiiiiiio!!! - Ele se atirou nos meus braços.

- É! Eu vim pra ver esse garoto lindo!!! - Digo enquanto faço cócegas nele. Ele se remexe todo e gargalha. A mãe de Ethan riu com a gente e perguntou se eu aceitava beber algo, mas eu recusei.

De repente entrou pela porta da casa, um garoto um pouco mais velho. Ele usava uma jaqueta de couro e era muito parecido com Ethan, fisicamente. Encarava a tela do celular, viciado, quando ele finalmente levantou os olhos, ergueu as sobrancelhas, surpreso:

- ... - Ele fazia um gesto com as mãos e uma cara confusa, como quem estivesse tentando lembrar o meu nome.

- Henry! Vou te dar uma dica, tá!? - Paul disse ao irmão que se sentiu aliviado por não precisar se esforçar demais para lembrar o nome de uma estranha que até agora não havia dito uma palavra se quer. - O nome da Kate começa com K! - Disse. Começamos a rir, e Paul fez uma carinha linda e ingênua.

A cabeça de Helena apareceu na porta:

- Paul, como você sabe que o nome da Kate começa com K?!

- Simples! O Ethan foi me ajudar com o alfabeto Sábado e daí eu pedi ajuda para um nome que começa com K, e daí ele disse Kate. - Falou de forma enrolada. Senti minhas bochechas ficarem um pouco vermelhas. A mãe de Ethan apenas assentiu em resposta ao filho, e Henry se aproximou de mim, para me cumprimentar:

- Oi Kate! Prazer em te conhecer... - Eu dei a mão e ele se preparou para me dar dois beijinhos, automaticamente nós rimos, depois concordamos em dar os dois beijinhos. - Porra, o Ethan ainda não saiu daquele quarto! - Disse após ficar 5 segundos esperando o irmão descer.

- Olha a boca perto do Paul! - Helena grita da cozinha.

- É! Olha a boca perto do Paul! - O pequeno repetiu em um tom brincalhão. Claro que a primeira coisa que nos veio na cabeça foi maliciar... Logo ele, que é tão inocente, virar o nosso alvo da malícia.

Escutamos os barulhos dos passos nos degraus da escada.

- Desculpa o atraso. - Fala nervoso. Posso sentir o seu perfume daqui. Um cheiro muito bom. Nem muito doce, nem muito amargo. Dou um sorriso compreensível.

- Onde vocês vão??? - Paul pergunta, curioso. Olho para Ethan e ele olha para mim.

- Hãããm... Nós vamos... É... Huum... - Começa a enrolar.

- Eles vão até a sorveteria. - Henry respondeu, fissurado no celular. Ethan fuzilou seus olhos nele, o mesmo respondeu de relance. - Foi mal, irmão. Desculpa se você não queria que seu irmãozinho pequeno soubesse que você está a fim da Kate. Mas não precisa enrolar o coitado dessa forma! - Eu coro.

- Mas eu já sei que o Ethan gosta da Kate! - Disse Paul, logo em seguida me olha docemente. - Mas eu também gosto dela!

Todos riem.

- Paul... Arranja alguém do seu tamanho! - Disse Ethan em um tom brincalhão mas com um pingo de ciúmes. Paul faz uma cara triste e começa a insistir em ir com a gente, Ethan foi me puxando até a porta:

- A gente já volta Paul. E olha: eu prometo que se você não nos seguir eu te levo no meu próximo treino de futebol! - Disse, o coitado fez uma cara feia de choro e cruzou os braços, mas logo suas expressões amenizaram quando Eth fez a proposta - Tchau mãe, tchau Henry.

- Tchau!! - Falei. Henry e Helena responderam em uníssono.

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Sei o quanto é chato vocês lerem isso, mas sério gente, estou começando a me desesperar. Dois capítulos anteriores não tiveram nenhum voto, e me sinto um pouco mal por isso. Não que eu não me contente com as visualizações de vocês, é que talvez alguns ainda preferem manter-se em anonimato.
De qualquer forma, obrigada por lerem este capítulo.

Beijos, Fran...

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