Chego em casa como todos os dias. Subo, despejo/atiro minha mochila em cima da cama, lavo as mãos e desço para almoçar. Na sala de jantar, lá estavam eles, sentados nos mesmos lugares:- Kate! Oh minha doce Kate! - E damos início a nova fase da ladainha... Eu coloquei um sorriso fraco no rosto e fui abraçá-los. - Trouxemos algumas coisas para você. Espero que goste. - Diz papai. Mamãe apenas me deu um abraço.
Eles me deram de presente 3 coisas: um vestido lindo, um colar delicado e 2 cartões postais - o último, foi o que mais dei valor. Agradeço os presentes e os coloco em cima do sofá, enquanto nos preparamos para sentarmos juntos à mesa.
- Como foi a aula?
- Normal.
- Como está o Noah?! - Mamãe perguntou, curiosa. Sinto minhas pernas começando a tremer e por um momento tento mastigar o que foi dito.
Se eu contar a verdade, é possível que eles exijam uma reconciliação, e isso eu não quero! Aliás, estava até esperando essa pergunta para botar a minha ideia em prática:
- E-Ele está bem, mamãe. Ele até me convidou para ir lá, logo depois do almoço. - Tento ao máximo não gaguejar, para que a minha mentira seja mais convincente possível. Papai finge se engasgar com a comida e logo depois pigarreia para dizer que: 'mesmo ele gostando do jeito de Noah, não acha certo uma moça feito eu, ir até a sua casa, porque posso ficar mal falada por aí'.
OBS: Em uma conversa com o senhor Manfred, você precisa aprender a segurar os atos involuntários que acontecem com você, por exemplo: revirar os olhos, bufar, murmurar um palavrão, fazer gestos com a mão e imitar o seu jeito de falar, tentar palpitar, corta-lo, fingir não escutar, simplesmente ignora-lo ou sair da mesa antes dele terminar de falar.
Naquele momento eu apenas fiquei imóvel, e escutei a minha mãe defender a minha ideia de ir até a casa de 'Noah'. Engraçado: ela não me defende, agora quando o assunto é Noah, as coisas mudam de figura. Logo depois da discussão sobre como 'é a minha obrigação, como uma boa namorada, ficar ao lado de Noah', eles puxaram um assunto ainda pior: a empresa.
Pelo menos eles não repararam no meu rosto avermelhado.
- Kate, sabes que depois de você terminar o ensino médio, você irá assumir a nossa empresa, não sabe? - Papai entrelaça os dedos e os coloca em cima da mesa, como se estivesse em seu escritório, falando sobre os negócios. Seus olhos estão me causando calafrios, de tão assustadores e profundos que estão. Sinto me pressionada a dizer algo, mas invés de eu dizer o que realmente queria, eu simplesmente assinto.
- Seu pai sugeriu que você fizesse estágio na empresa, para que adquira experiência e já saiba como resolver e continuar fazendo o auge da empresa... - Mamãe começa. Engulo em seco. Percebo que a Zilda está escorada na coluna perto da entrada da cozinha. Ela sabe que eu não quero nem 1% dessa empresa, quem dirá que ela passe totalmente para o meu nome! - E então?! O que você acha?
Até cheguei a abrir a boca para responder mas deixei para lá. A vida toda, escutei todos os amigos dos meus pais dizerem o quanto eu tinha talento para publicidade, mas eu nunca pensei que eu não teria como fugir disso.
- Eu tenho alguma escolha? - Pergunto. Papai se surpreende dá um sorrisinho, troca olhares com mamãe e ao ficar nervoso levanta dois dedos de sua mão entrelaça e os leva até os lábios, como quem está tentando captar apenas o humor da minha pergunta irônica.
- Não. Você não terá nenhuma opção. Sinto informar! - Mordo os lábios com a sua resposta fria. Assinto devagar e murmuro um 'está bem'. Peço licença e me retiro da mesa.
Quando entro no meu quarto, fecho a porta bem devagar e silenciosamente. Só sinto o tamanho da minha aflição, quando deslizo pela porta com a mão na boca impedindo-me de choramingar alto. Escoro a cabeça na porta. Olho para o relógio, 13:12.
Me rastejo até o closet de onde tiro uma calça jeans, uma camiseta branca, amarro uma camisa xadrez na cintura, e coloco uma sapatilha preta. Passo apenas rímel e lápis de olho. Pego a minha mochila e desço escada abaixo.
- Onde a senhorita pensa que vai?! - Manfred questiona e cruza os braços diante da sala de estar. Eu sou obrigada a virar me para vê-lo, óbvio que eu revirei os olhos antes de ser analisada por ele. - É cedo demais para chegar na casa dos Williams.- Informa. - E além do mais - Ele me olha da cabeça aos pés - vestida desse jeito!
- ... Eu preciso terminar um trabalho com ele, para amanhã. - Corto. Finalmente falei algo que era realmente verdade!
O motorista se ofereceu para me levar. Olhei para uma das janelas da casa, a cortina estava sendo aberta, e a senhora Margaret estava me observando. Eu não tive escolha. Precisei entrar dentro do carro.
Assim que Albert virou a esquina eu comecei:
- Olha... Você sabe que detesto me exibir com um motorista e um carrão, não é?! - Ele assente, olhando pelo espelho do carro. - Então você pode fazer um favor pra mim?! - Ele assente novamente, sem falar absolutamente nada. - Me deixa ali! - Aponto para o canto do asfalto. - E pelo amor de Deus, não conte nada aos meus pais!
Fiquei surpresa ao ver o motorista 'fiel' de mais aos Blank, desistir tão fácil de contar a minha mudança de planos.
Desci do carro e dei uma breve ajeitada no meu visual. Pego o meu celular de dentro da mochila e entro no Waze, para ver o quanto terei de caminhar, já que a casa do Ethan é do lado oposto da casa do Noah.
Em pouco menos de meia hora, chego na frente da mesma casa que, naquela noite havíamos deixado-o ali. Me aproximo do portão e toco a campainha. Depois de longos 5 segundos, uma mulher loira, esbelta e linda apareceu diante da porta. Ao me ver fez uma cara confusa.
- O Ethan mora aqui? - Assentiu.
- Ah! Kate, não é?! - Ela me perguntou com um sorriso, eu assenti e ela abriu o portão para que eu entrasse. Ela veio me cumprimentar com dois beijinhos e me levou para dentro da casa. - O Ethan está no quarto - ela apontou para uma escadaria - é só virar à direita.
- Obrigada! - Sorri, ela retribuiu. Com toda a certeza essa era a mãe dele, pude perceber só pelo seus olhos verdes brilhosos. Parece que nessa família, todos tem essa preciosa herança (assim como na nossa, todos temos os olhos azuis).
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Oie!!!
Sim, mais um capítulo aí. Obviamente, não era um planejamento meu, colocar essa hashtag aqui nos avisos, mas como sempre, somos pegos desprevenidos:
#ForçaChape
Desejo toda a força e apoio do mundo à todos os que estão tendo que encarar essa situação. É difícil pensar que alguém (eu estava olhando os vídeos que eles gravaram antes do avião decolar) que contava tanto com a felicidade, vitória e fé, esteja agora tão próximo à aquilo que nos guia (seja lá qual for a sua fé, ou o seu pensamento).
"As pessoas não sabem quando aquele dia bom que elas tiveram, provavelmente será o último", - Acho que tirei essa frase do filme "A culpa é das estrelas".
Bom, enfim, meus pêsames à todos aqueles que eram próximos, familiares, amigos, conhecidos, fãs, ou que simplesmente - assim como eu - ficou instantaneamente comovido com toda essa tragédia.
Tenho um assunto além desse para tratar com vocês, um assunto talvez, um pouco mais alto astral, ou não... Desculpem ter que falar sobre isso, mas sim! É sobre o término do livro. Mas calma que vocês vão ter que me aturar por muito mais tempo! Estou falando isso porque terá sim, a parte II da história do Ethan e da Kate. E eu penso na possibilidade de haver um terceiro livro aí! 😱😄💗QUEM GOSTOU DA NOVIDADE CLICA NA ESTRELINHA E COMENTA!!! 🌟🌟🌟
Até mais, com, eu espero, mais entusiasmo em poder anunciar as boas novidades...
Beijos, Fra...
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Proibida Pra Mim
Ficção AdolescenteA vida de Kate Blank era organizada e vigiada pelos seus pais, que queriam que a única filha herdasse a empresa da família. Mas Kate tem ao menos um motivo para expressar o porque do seu desgosto: a empresa fez com que seus pais se ausentassem cada...