Capítulo Trinta e Dois - Duquesa

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- Você está tão animada pra essa 'aula de violão' que me deixa até frustrado. - Olho confusa, ele olha para o céu - Você está numa expectativa tão grande, que tenho medo de te decepcionar.

- Não sabia que você sofria de falta de auto-confiança, ou de pessimismo... - Brinco. Apesar dele ter sorrido, o vejo revirar os olhos. Arrisco uma olhada para o mesmo ponto do céu azul.

- Eu acho lindo esse tom de azul. - Anuncia. Há uma pausa. Ele agora caminha fitando o chão, negando algo com a cabeça, nervoso. Seus lábios são vítimas de sua própria mordida. - Você não podia ter cruzado a minha vida Kate, isso não tinha de ser dessa forma...

- Do que você tá falando!? - Me aproximo e acompanho os seus passos. Seus olhos caem sob mim.

- Disso! - Ele me puxa para perto e segura a minha bochecha. Sua boca se aproxima da minha. Há fogo em seus olhos, e eu o posso ver desistindo de evitar.

Quando nossos lábios roçam um no outro, tenho a sensação de que devo aproveitar cada segundo deles. A mão dele sobe até o meu cabelo e o segura firme. Eu entrelaço os braços ao redor do seu pescoço.

Nosso beijo = uma explosão de gostos e adrenalina ao extremo.
Menta. Esse era o sabor dele. Esqueço tudo o que acabei de passar e o que ainda terei de encarar pela frente. Esqueço o terror de assumir uma empresa com tão pouca experiência. Esqueço dos meus pais ausentes. Esqueço do traidor do Noah e de sua amante, Cecília. Deixo de lado toda a responsabilidade e a promessa de não me apaixonar logo de cara, e me foco somente no beijo que estava rolando.

Suas mãos descem e chegam até a minha cintura e ele me puxa para mais perto. Sinto um arrepio estranho e uma vontade louca de nunca mais desgrudar os meus lábios dos dele, mas, o imprevisto acontece: o ar que nós dois tínhamos acabou, e precisávamos nos afastar para poder respirar um pouco. Enquanto respiro, sinto o hálito doce do Heiter, e o vejo arriscar um sorriso.

- E isso que você nem me disse que estava com ciúmes... Que merda cara! Não consegui me conter. Foi mal! - Ele tenta tranquilizar-se ao mesmo tempo em que um surto de culpa o toma. Suas palavras saem da sua adorável boca, rápido demais, e sei que talvez - só talvez - eu não o devesse provoca-lo nesse estado emocional em que ambos nos encontramos, mas, assim como ele, eu não pude evitar!

- Cala a boca, meu neurótico... - Digo antes de roubar um selinho. Ele fica surpreso mas logo depois volta com o seu sorriso.

Sua mão encontrou a minha e voltamos para a sua casa de mãos dadas. Enquanto eu o esperava para abrir o portão, um latido ecoava por um dos corredores dentro da sua casa. Sorri ao ver um lindo filhote de Golden Retriever deitado sob a grama do jardim.

- Que cachorrinho lindo, Ethan! - Falei passando pelo portão e me aproximando da grama.

- Kate, essa é a Duquesa. - apresenta-me a pequena bolinha de pelos na minha frente. Fico de joelhos para acariciar Duquesa. Ela se esfrega na minha mão e chega mais perto de mim aos poucos. - Adotamos ela faz pouco tempo.

- Uma criaturinha tão fofa como ela. - Pego ela e a levo diante do meu rosto - Por que alguém não iria querer ficar com essa gracinha!? - Heiter se sentou na grama.

- Parece que ela gostou de você! - Disse com as mãos em seus joelhos, e com o rosto iluminado por conta da claridade que o sol esbanjava aquela hora da tarde. - Eu não sabia que você curtia cachorro!

Eu tiro o sorriso do rosto ao lembrar das dolorosas inúmeras vezes que implorei para pegarem um cachorro para mim. Uma vez eles quase deixaram, mas aí, descobrimos que o meu pai era alérgico, assim que chegamos para comprar um. Eu lembro que chorei muito ao perceber que eu nunca poderia ter um cachorro. Argumentos como: "Mas pai! Você e a mamãe ficam viajando o tempo todo, eu nem tenho companhia nessa casa, a não ser Brian! " Eu costumava usá-los para provocar pena neles. Mas na maioria das vezes, nada acontecia, e eu sempre voltava para o meu quarto mais triste do que eu havia saído.

- Kate!!! - Ethan estralou os dedos para ver se eu voltava.

- Desculpa. - foi a única coisa que pronunciei, ainda com a Duquesa no meu colo. Seu olhar é confuso:

- Pelo que?! - Ergue a sua sobrancelha.

- Por... Acho que... Ter te deixado falando sozinho. - Digo pausado, ele nega com a cabeça, como se eu estivesse falando uma bobagem. Levantamos e entramos dentro da casa, encontramos Paul nos esperando no sofá da sala de estar.

- Ué, Pirralho! Tá fazendo o que aqui? - Ethan fala enquanto chega devagarzinho com a ponta dos dedos entrelaçados aos meus e com Duquesa.

- Vocês chegaram! - O menininho com cachinhos dourados pula de alegria e estampa um sorriso gigantesco no rosto. Ele vem correndo e me puxa pelo braço, pedindo para que eu brinque com ele, Ethan vai logo fazendo o pequeno se afastar de mim, dizendo que precisávamos subir para que ele pudesse me ensinar o básico para tocar. Subi com a Duquesa e quando entrei em seu quarto, ele me perguntou:

- Você já teve um cachorro?!- eu balanço a cabeça negativamente.

- Nunca, em toda a minha vida. - Ele arregala os olhos e acaricia a Retriver.

- Deixe me adivinhar: seus pais ausentes negaram um cachorro para fazer companhia a você, quando era pequena.

- Eles não negaram, eles só não quiseram me dar um, porque meu pai descobriu que era alérgico e que não suportaria espirrar o dia inteiro por causa de um desejo meu.

- Lady, isso não é uma desculpa digna. Existe sim, pessoas que têm alergia, mas caralho! Eu faria tudo por um filho, se precisasse eu espirrava o dia inteiro, mas meus filhos teriam a porra do cachorro! Seus pais são meio estranhos. - Disse, e logo depois pegou a minha mão.

- Sei disso, ainda mais que eles não passam muita tempo em casa. - Ele faz uma careta e logo depois dá um sorriso meigo. - É difícil demais pra mim

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Desculpem! Deveria ter postado ontem, mas não consegui.
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Beijos, Fra...

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