capítulo 32

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Tomo um banho quente que realmente ajuda a diminuir a tensão em meu corpo e relaxa levemente meus músculos. Visto a roupa que ele trouxe, uma camisa social branca que até metade das minhas coxas e uma boxe branca ainda com etiqueta. Seco meu cabelo com o secador que estava sobre a mesinha e saio do banheiro.

Olho melhor o quarto que tem uma ampla janela de vidro com uma linda visão da floresta envolta do aras, as cortinas dão um ar tranquilo para o quarto. Tem um pequeno guarda roupas marrom do lado contrário da janela e um criado mudo com um abajur simples.

Saio do quarto e vejo Daniel em pé no longo balcão da cozinha concentrado no que faz no fogão, sua face fica ainda mais bela e sua mandíbula firme em total concentração, uma veia em seu pescoço pulsa levemente quando ele respira e seus lábios grossos se contraem em completa atenção.

- Você está aí... Não te vi chegar... - diz me assustando, coro percebendo como o encarava. - bom... a chuva está mais forte e liguei o aquecedor, tem chocolate quente pronto... - assinto sem o olhar e continuo parada no mesmo lugar. Ele fica calado por alguns minutos esperando que eu fale algo. Mas não falo.

- vou tomar um banho e volto já. - ele suspira e termina por fim.

Ele passa por mim indo em direção ao quarto e ando até a cozinha, vejo que tem alguns biscoitos em um prato e mordo um deles, ando até a janela e afasto a cortina um pouco para ver o tempo, ele disse a verdade, a chuva está ainda mais forte e o céu parece ter ficado ainda mais escuro.

- Preciso da um jeito de voltar pra casa... - digo baixinho e fico recapturado tudo o que aconteceu hoje, em menos de 24 horas chorei toda a água do meu corpo tenho certeza! Lembro- me da conversa com Lauren, de como Daniel foi grosso comigo, ele e Coody na biblioteca...

Esse foi um dos piores dias da minha vida, ainda não consigo entender completamente e parece que já não estou mais aqui dentro, é como se eu estivesse tão cansada de tudo isso que já não ligo mais... ainda dói, tudo o que vivi hoje dói, machuca, é como se eu estivesse no piloto automático...
mas estou decidida a por um ponto final nessa história! Chega disso, nunca antes sofri tanto por alguém, e não vou continuar sofrendo...

Volto para o balcão e me sirvo uma caneca de chocolate, para tentar tranquilizar minha mente. sento- me no sofá ainda pensando no que fazer e começo a tomar o chocolate, está delicioso, mas sinto falta de uma coisa que aprendi a amar aqui... chantilly! Me levanto indo procurar o doce em algum armário mas não acho, começo a procurar nos de cima, e finalmente o encontro, mas não alcanço, tenho que ficar na ponta dos pés e ainda assim não consigo pega-lo. Sinto uma mão em minhas costas e me viro rapidamente, com o susto acabo derrubando um cereal logo em seguida.

- desculpe eu não quis te assustar. - diz Daniel com um sorriso estupidamente lindo nos lábios. Ele está com os cabelos secos e veste a blusa preta com uma calça de moletom cinza escura. - o que você quer?

-chantilly. - respondo baixo.

Ele pega o doce com muito mais facilidade do que eu afinal ele tem a altura dos armários.

- aqui. - diz me entregando o pote. Agradeço me virando de costas para ele e colocando um pouco do doce em meu chocolate que estava no balcão. - naty... precisamos conversar. - sua voz soa calma, mas angustiada.

Só a insinuação de se começar um debate sobre o que aconteceu entre ele e Coody me causa ânsias. O ignoro e tento sair de perto dele mas suas mãos me impedem.

- Não quero falar sobre isso! Você não me deve explicações. - tendo me afastar dele mas o mesmo não permite. Continuo evitando o seu olhar. Ele coloca seus dedos quentes em meu queixo o levantando carinhosamente.

- olha pra mim... - sussurra e meu corpo se arrepia imediatamente. - por favor... - sua voz rouca me causa arrepios e o olho. - eu estava fotografando os convidados da forma mais natural possível, ela veio até mim e pediu que eu tirasse algumas fotos.

- eu já disse que não quero ouvir! - tento sair mas seu corpo me prensa contra o balcão.

- eu tirei algumas e ela me puxou para dentro da casa pedindo uma foto em cada cômodo, - continua ignorando o que falei. - disse que queria de recordação... eu fiz o que ela pediu e quando chegamos a biblioteca foi tudo muito rápido, ela me puxou para si e caímos no sofá, nem vi direito quando aconteceu de seus lábios virem aos meus e você apareceu logo em seguida... foi tudo muito rápido. Naty, foi só isso... foi tudo um grande mal entendido...

Continuo o olhando e absorvendo cada palavra que ele disse. Tento encontrar em sua face ou palavras algo que o denuncie mas não encontro. Sinto alívio por saber que ele não queria isso... mas também sinto- me culpada.

Preciso acabar com isso!

- fala alguma coisa... - diz

- Oque quer que eu fale? - pergunto e uma lágrima volta a cair. - o que? - ele me olha angustiado mas não responde. - quer saber? Acho que o que aconteceu não foi ruim... serve pra gente vê que só estamos machucando um ao outro...

- Naty não! - ele diz firme e segura minha cintura parecendo não querer ver a realidade... parecendo não querer aceitar que isso é um adeus...

- isso serve pra vermos que tem um mundo lá fora... que não estamos nos fazendo bem assim... - tento ser firme em minhas palavras...

- Naty não faz isso... - diz encostando a testa na minha. Fecho os olhos para conter as lágrimas e sinto sua respiração quente e descompassada em meus lábios.

- desde que você voltou eu não tive paz... vivo me fazendo perguntas que não sei responder e por algum motivo todos os seus movimentos e ações tem impacto sobre mim...

- Não fala mais nada... Por favor...

- você tem um vida, tem que vive-lá... - sinto todo o desespero do que irei falar em meu corpo, mas não posso voltar atrás, tenho que terminar com isso... Agora! Ele me aperta ainda mais na intenção de me fazer desistir e meu coração quer ceder, mas não dá... - A Coody é uma menina incrível e pode te fazer feliz...

- Eu não a amo. - diz em um sussurro.

- então pode encontrar alguém que realmente valha a pena...

- eu já encontrei, e ela está aqui comigo. - continuo com os olhos fechados mas já não tenho poder de controlar as lágrimas.

-Não... Não está! - respiro fundo antes de continuar, a cada batida do meu coração fica ainda mais difícil respirar. - por que ela não te ama...

As palavras saem tão firmes que sou até capaz de acreditar em mim e provavelmente Daniel também. Levanto a cabeça para lhe olhar nos olhos.

-Eu não te amo. - repito calmamente assinando meu próprio Fim com essa terrível mentira.



















Meu Felizes Para Sempre?Onde histórias criam vida. Descubra agora