- Qual a sua cor favorita?
- vai mesmo me perguntar sobre cor? - pergunto incrédula. Achei que ele ia me perguntar algo mais... importante para um provável relacionamento em potêncial.
- responde... - diz revirando os olhos e sorrindo, aquele sorriso torto que pertencia somente a ele...
- ok então... verde, gosto de verde... - respondo um pouco decepcionada e ele fica me olhando como se o fato de saber a minha cor favorita fosse a coisa mais interessante do mundo. - Quando você chegou aqui, se apresentou como harry. Porque? -pergunto.
- o que? - pergunta confuso parecendo finalmente sair daquele estado de transe ou algo do tipo.
- Quando você chegou aqui, se apresentou como harry. Porque? Por que mentiu? - repito em um tom mais firme.
- é uma história longa naty... - diz desviando o olhar para uma mesa ao nosso lado.
-Não tem problema, temos a tarde toda! - cruzo os braços sob os seios
Ele suspira olhando para mim, pois sabe que não vou deixar passar.-Ok! Eu falo! - diz levantando as mãos como quem se rende.- sou formado em administração de empresas, fiz metade do curso no Rio de Janeiro. Acabei conhecendo um cara, o nome dele era harry, ele era estadunidense mas vive no Brasil desde os 9 anos. Viramos amigos e em uma noite depois de muita bebida e dança, apostamos que quem não roubasse a roupa íntima da diretora da faculdade teria que colocar o nome do outro na primeira empresa que abrisse, acabou que não fiz o desafio e nem ele.
Daniel solta um sorriso de lado divertido.
- que maluquice! - Tento segurar a gargalhada. - mas... mas, por que a empresa?
- era isso ou o nome do meu primeiro filho... - diz e solta uma gargalhada.
- que coisa idiota... - tento me manter séri, mas não consigo e me encolho no acento tentando esconder timidamente o que só o som da sua risada causou em minha pele frágil...
- eu sei... mas eu era um menino, 19 anos, morando em um estado desconhecido, amigo louco, queria conquistar umas meninas... acabamos fazendo besteira... - ele me lança um sorriso de lado extremamente sedutor que só serve para piorar ainda mais o meu estado.
Droga!
Ignoro sua explicação fingindo indiferença, mas dou graças a Deus mentalmente por ele não perceber, ou fingir não perceber como minha pele se arrepia apenas ao ouvir sua risada.
- Tá, minha segunda pergunta é... Você sempre quis ser publicitária? - acho sua pergunta estranha. Ainda esperava que ele fizesse perguntas sobre nós dois ou o nosso relacionamento...
- Hã... - começo ainda confusa. - Não... na verdade eu queria ser a supergirl!
- Essa resposta não vale... - diz gargalhando.
- eu sempre quis criar, inventar, promover, da vida a algo sem graça... e quando conheci a profissão me apaixonei. Amo o que eu faço.
- incrível... - ele me olha fixamente e sinto - me desconfortável, como se eu estivesse nua sob seu olhar tão intenso. Tenho medo disso. Medo dele conseguir ler minha alma.
- minha vez... - digo cruzando os braços sobre os seios na intenção de criar uma parede contra aquele olhar. Ainda não é hora. Ainda não é hora dele saber tudo sobre mim. - como virou o fotógrafo justo no casamento da minha melhor amiga?
- bom... eu... eu... - Daniel começa a gaguejar e sento- me melhor na cadeira para olhar em seus olhos, ele está escondendo algo!
- Como? - exijo a resposta. Ele encolhe levemente os ombros largos e vejo que está se sentindo desconfortável, mas por fim ele acaba cedendo.