Capítulo 25

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Logo depois de dois dias de ser um inválido, Jasmine estava esperta para arrastar-se fora de sua pele. Ambos Zane e Seth se preocuparam com ela, mas Seth parecia mais distante conforme passavam os dias.
Sua cabeça já não doía tão detestavelmente, e seu tornozelo, embora um pouco rígido, não estava já tão inchado e tão sensível. Ela podia realmente valer-se se só agradavelmente, embora mentisse mais que um embusteiro se negasse que amava que Zane e Seth a levassem daqui para lá.
Espreguiçou-se em seu dormitório, flexionou seu tornozelo e passeou ao redor do quarto em círculos. Era algo que havia feito cada manhã antes que um dos moços subisse para levá-la para baixo. Esta manhã, entretanto, sabia que não havia motivo para apoiar-se neles mais já. Seu tornozelo estava bem.
Deteve seu passeio para ficar olhando para fora da janela nas nuvens agrupando-se desde sudoeste. Estavam a ponto de experimentar uma tormenta. Era um dia perfeito para ficar dentro e escutar o ruído seco do trovão e a chuva tamborilando. Ela esperava que se assentasse e não fora simplesmente um aguaceiro rápido.
Depois de olhar seu relógio de pulso, fez uma careta. Tinha tomado uma sesta muito tarde. Em outra hora ou dois, Carmem teriam o jantar pronto. Se baixasse agora, evitaria ser levada abaixo mais tarde, e também poderia sentar-se e visitar a Carmem na cozinha e esperançosamente observar chover.
Depois de dar-se uma ducha e vestir-se, se dirigiu às escadas, agradada quando os atravessou sem muito a não ser uma pontada de dor. A sala estava tranqüila e vazia e Carmem não tinha se agasalhado na cozinha ainda.
Aproveitaria esta oportunidade para ficar-se ao dia com o correio eletrônico e ver se Wildscapes não lhe tinha enviado por fax seu contrato para ela ainda. Quase tinha esquecido do assunto com todo o resto que tinha passado.
Quando se aproximou o estúdio, ela viu que a porta estava aberta duas polegadas, e ouviu o murmúrio de conversação do interior. Ela estava a ponto de abrir a porta e gritar um olá para o Zane e Seth quando se deteve em seco.
Ela pôs sua orelha mais perto à porta, insegura de ter escutado corretamente. Estavam falando de sua família? Certamente não.
- Penso que havemos feito a ela um prejuízo defendendo-a todos estes anos - Seth disse. - Deveríamos ter tentado localizar ao seu irmão desde o começo.
- Pode ser que sim, mas não lamento mantê-la aqui - disse Zane.
- Fiz indagações a respeito dele - Seth continuou. Devemos a Jasmine lhe fazer claro que tem opções. - Ela ouviu o sussurro de papel e então Seth voltou para a carga. - Ela rechaçou um posto com uma revista. Queriam contratá-la para fazer uma coluna normal. Nem sequer contou sobre isso. Que mais está rechaçando porque pensa que quer estar aqui conosco? Pensei que o ano em Paris lhe faria bem, mas agora não estou tão seguro.
- Vais trazer o aqui? - Zane perguntou.
-Ela necessita a sua família, - Seth disse sussurrando. -Precisamos considerar a possibilidade de que estará melhor com eles.
Jasmine se afastou da porta, o impacto aturdindo-a. Suas palavras dolorosas ecoaram em sua cabeça. Seth, Zane e Carmem eram sua família. Esta era sua casa. Não com algum irmão que logo que recordava e quem não cuidou dela.
Ele não podia havê-lo dito um pouco mais forte ou mais claro que ela já não pertencia aqui.
Ela caminhou torpemente longe de suas vozes. Tinha que sair, escapar antes que sucumbisse ao desejo de enfrentá-los. Quis irromper ali dentro, exigir saber que direito tinham eles de tomar por ela, mas mais que isso, como poderiam dizer que ela não tinha um lugar aqui, que não eram sua família?
Esta traição doía mais que o rechaço do Seth, mais que suas palavras arrudas, porque isto não era algo que ele estivesse pondo à frente em marcha para ela. Não era um pouco desenhado para enganá-la. Disse-se quando ela não estava ao redor, disse-o ao Zane quando não havia motivo oculto. Sem razão para que o dissesse se realmente não queria dizê-lo.
Um frio seguiu abaixo de sua coluna vertebral, e tremeu e esfregou seus braços com suas mãos. Dirigiu-se cegamente para fora da porta traseira no calor do entardecer. Caminhou sem ter nenhuma idéia evidente de aonde iria. O pânico se cravou em sua garganta. Nunca tinha considerado que não seria bem-vinda aqui.
Ao longe o trovão retumbou, e recordou muito tarde que uma tormenta estava chegando. Quando as primeiras gotas de chuva salpicaram em cima de seus ombros nus, ela levantou o olhar para ver, para sua surpresa, que estava a uma boa meia milha seguindo a estrada que se dirigia fora do rancho para o povoado.
E agora que compreendeu até onde tinha caminhado, seu cérebro alcançou a seu corpo, e seu tornozelo começou a protestar.
Ainda assim, não retornou. O exercício faria bem. Não podia retornar até que soubesse o que diria. Não podia simular que não tinha escutado. Caminhou pesadamente mais abaixo da estrada.
A poucas milhas do rancho e menos ainda para o povoado, o céu por cima dela se abriu e a chuva caiu em enormes gotas.
Sim, o dia não poderia ficar muito melhor. Ela coxeou adiante como um gato desarrumado, o cabelo esmagado na cara, a roupa pega a sua pele como uma bolsa para selar comida.
Ela ouviu um trovão seguindo a estrada e percorreu o olhar até ver uma caminhonete dirigindo-se a seu caminho. Enquanto se aproximava, deixou sair de um sopro seu fôlego em um suspiro. J.T.
Ele quase foi zumbindo por ela, e então ouviu o chiado de aros enquanto ele freava, quase abanando o rabo na sarjeta. Continuou caminhando.
- Jasmine - ele gritou atrás dela.
Caminhou mais rápido.
Ele a alcançou e agarrou seu braço.
- Jasmine, carinho, que diabos está fazendo aqui fora na chuva pelo amor de Deus? Não deveria estar de pé, muito menos a três milhas do rancho. Onde pensa que vai?
- Longe - ela disse lentamente.
Sua expressão se suavizou. A chuva fez correr água abaixo de sua cara, e ele limpou a água de seus olhos. - Entrará no caminhão está bem? Em caso que não o tenha notado, está condenadamente molhado aqui fora.
- Não retornarei lá - ela disse com uma voz tranqüila. Tremeu quanto mais do frio penetrava sua pele. Sua mão apertada ao redor de seu ombro.
- Pode voltar para meu lugar e pode te secar - disse.
Ela vacilou.
- Jasmine, não vou te deixar aqui fora no caminho, na chuva. Nem o pense. Agora entra.
Ela se encolheu de ombros e o deixou levar a de volta a seu caminhão.
Ele quase a recolheu e a empurrou no assento do passageiro antes de dar a volta para entrar em seu lado.
Executou uma volta em u na metade da estrada e retornou de novo para o povoado. Conduziu por algum momento em silêncio, e ela ficou com o olhar fixo diretamente à frente, observando o movimento acima e abaixo do limpador de pára-brisas.
-Que aconteceu, Jasmine? - Finalmente perguntou.
A amargura fluiu em sua garganta, e ela apareceu em sua janela para evitar seu olhar.
J.T. suspirou. -O que fez Seth agora?
Ela começou a cravar os olhos nele pela surpresa. - Parece tão seguro de que é Seth.
Ele sorriu abertamente. - Não acredito que qualquer outro tenha a virtude de te machucar como ele. Estou equivocado?
Ela suspirou. - Não, não está equivocado.
Seus lábios deram volta abaixo em uma expressão de simpatia. - As algemas não funcionaram?
Seus ombros se sacudiram com quase uma risada. - Querem que eu vá.
J.T. tirou os olhos da estrada outra vez. - Agora sei que isso não pode ser certo, querida - Ela se encolheu de ombros.
Começava a lhe dizer tudo o que tinha ouvido mais então justo decidiu que não o valia. Voltou-se de novo a olhar para fora de sua janela.
Vários minutos mais tarde, J.T. se deteve para fora de sua casa de uma quadra para fora da rua principal do Barley e a só duas quadras da delegacia de polícia.
- Vamos dentro para que te possa tirar essa roupa molhada. - J.T. encontrou-a à frente de sua caminhonete e envolveu um braço ao redor de seus ombros para ajudá-la a entrar. O ar condicionado lhe deu uma bofetada na cara, e ela tremeu enquanto a água escorria de seu corpo.
- Me deixe te conseguir uma blusa e alguma calça para que possa te trocar. Colocarei sua roupa na secadora - disse enquanto a guiava por volta do banheiro. - Pode tomar uma ducha quente para te esquentar. Deixarei a roupa junto à porta.
Assentiu com a cabeça e fechou a porta detrás dela. Quando se viu no espelho, escoiceou. O gato afogado realmente não o fazia justiça à imagem retornando o olhar a ela.
Embora estivesse agradecida de que J.T. não tivesse insistido em conduzi-la direto de retorno ao rancho, também se perguntou que diabo estava fazendo aqui. Não era como se pudesse esconder-se para sempre. Mas benzeu ao J.T. por lhe dar um pouco de tempo e não pressioná-la.
Tanto como estava doída pela conversação que tinha ouvido sem intenção, sabia que retornaria, e tinha uma decisão. Poderia simular que não o tinha ouvido, ou poderia agarrar ao touro pelos chifres e enfrentar ao Seth e Zane sobre isso. Mas se fizesse isso, teria que estar preparada para ouvir algumas coisas que podia não querer ouvir.
Parou debaixo do chuveiro da ducha comprido tempo, desfrutando da água quente em sua pele fria. Quando começou a enrugar-se como uma ameixa passa, saiu e fechou a chave completamente.
Depois de envolver uma toalha ao redor de seu corpo, apareceu para fora da porta para ver que J.T. verdadeiramente, tinha deixado a roupa no piso para ela. Recolheu-a e retornou de novo ao banheiro para se vestir.
Uns minutos depois, completamente vestida de novo, saiu caminhando do banheiro. Enquanto se aproximava da sala, escutou ao J.T. falando em voz baixa. Uma sensação estranha de déjà vu se fechou ao redor dela pela segunda vez esse dia, escutou seu nome em uma conversação com alguém mais.
- Jasmine está aqui, homem, assim é que não vás parir uma vaca. Recolhi-a um lado da estrada quando me dirigia a ver-te. Está bastante aborrecida.
Jasmine conteve o fôlego. Que tão típico do J.T. a chamar e delatá-la. Isso quanto a qualquer maldita lealdade entre amigos.
- Assegurar-me-ei de que permaneça aqui até que venha a recolhê-la - J.T. Prometeu.
- Como o inferno que o fará - ela resmungou.
Ela deu a volta, já sem interesse em sua conversação. Impulsionou-se bruscamente sobre seus ainda úmidos tênis e se permitiu sair pela porta da cozinha.
Ao menos a chuva tinha se aplacado.
Caminhou impetuosamente, ignorando os ligeiros protestos que fez seu tornozelo. Não estava preparada para enfrentar ao Seth e Zane, e J.T. condenadamente bem deveria ter sabido isso. Mas ele não tinha lealdade para ela. Isso era muito óbvio. Os homens se mantinham juntos e toda essa merda.
Deu-lhe uma patada a uma lata no caminho enquanto se dirigia nos comuns arredores do Tucker. Não é que se fora a ficar ali. Não trazia dinheiro com ela, e esse seria o primeiro lugar no qual a buscariam.
Empurrou suas mãos profundamente em seus bolsos e continuou caminhando. Tomou um atalho pelo campo aberto detrás do Tucker. A erva chapinhava debaixo de seus pés enquanto o chão absorvia a chuva como um amante ávido.
Era só seis milhas entre o povoado e o rancho. Bastante tempo para pensar.

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