LIGAÇÃO.

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Deveria ser umas 22:23 da noite, quando a lua cheia deixava seus raios luzentes sobre o Jardim. Um belo Jardim majestoso, cheio de flores e ervas daninhas, que precisava já algum tempo de cuidados.

Esperando ansioso por um sinal qualquer de meus irmãos, tomava uma segunda taça de vinho tinto que já descia amargo pela minha garganta, diante de tanta preocupação, em busca de alguma resposta para tantos problemas.

Era fato que não podia mais espera por alguma ajuda ou mesmo milagre, pois a vida era muito curta para ser impedido por tal enfermidade. A sensação de incapacidade já eras a muito frustrante.

— Stuart! — chamei o velho senhor de cabelos grisalhos e terno preto que logo adentrou meu escritório.

Não era necessário pensar, visto a bandeja que trazias consigo, que Stuart já imaginava  que aquela seria uma noite longa a meu paladar, entretanto, observando a vista pela janela, meu incômodo aumenta cada vez mais diante da demora.

— Está muito nebuloso lá fora. — disse pegando a taça da bandeja e me virando para encarar seus belos olhos cor de oceano. — Nenhum deles deu sinal de vida ainda...

— O inverno está logo em nossas portas, jovem senhor. — respondeu com uma leve riso preocupado.

Stuart sabia mais que qualquer um, a violência de um inferno frio como os invernos dessas terras montanhosas. Tinhas uma pequena família composto de dois filhos adolescentes que cuidava sozinho. Um mordomo fiel a minha família a muito tempo, mais tempo que eu possa contar.

— Seus filhos devem sentir sua falta Stuart, por que não volta para casa ? Caso estejas preocupado comigo, sabe bem que estou tão protegido que os anjos dormem. — sugeri não podendo esconder a embaraçosa visão.

— Se assim desejas meu senhor, voltarei para ver meus filhos e voltarei logo para continuar meu trabalho. — respondeu o velhinho sem contestar meu pedido, que depois de algum tempo me deixou “sozinho” em minha casa.

Já passava-se horas e horas e nada.
Sentado em frente a lareira fagulhenta junto a meu belo Kuro-negro, impacientemente esperava o telefone tocar. Quando este o fez, sem demora e ríspido o atendi, sendo recebido do outro lado pela voz imponente e grosseira de Leônidas, que mesmo calmo ainda passava seu ar selvagem.

— Não era sem tempo. Tanta demora espero pelo menos resposta positiva! — exigi sem demora.

— As coisas estão resolvidas, então aquieta essa ansiedade meu irmão! — respondeu o bruto homem. — Nosso próximo ponto está num farol na Iranda.

— De tantos lugares a se pensar por que justo num farol ? — me questionei vendo a altura de nosso problema.

Quem em Santa decência jogaria relíquias na base de um farol? Ou melhor dizendo, por que mesmo algo como uma corrida sérias tão difícil?

— Espero que seu pai tenha certeza que isso possa nos ajudar. Não compreendo o porquê disso ser necessário e na realidade não faz o menor sentido. — disse Leônidas bufando do outro lado da linha. — Mesmo aquele livro velho...

— Só precisamos de bons funcionários agora meu caro amigo, mesmo que não entendemos o motivo é a única opção que temos.

— Não podemos confiar nosso segredo a qualquer um! Ache profissionais, Jones. — Me intimando, Leônidas mostrou sua inquietação diante de tudo isso.

— Volte para casa no solstício de Verão Leônidas, resolvermos o que falta aqui. — respondi tentando manter a calma diante da fera.

Era lógico que não poderia haver qualquer risco de tal situação vir a público e ninguém mais, melhor que Leônidas sabia disso.

O desespero parecia tomar nossos corações e esses fato se mostrava cada vez mais a medida que o tempo passava. As dores estavam se acumulando em nossas consciências e os pesadelos aumentando.

— Goedenacht. — disse ele por fim na ligação.

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MEU MISTERIOSO CHEFE: JONES. (Concluido) Onde histórias criam vida. Descubra agora