Capítulo 31: Ilusões

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A manhã clareava as plantas altas perto das janelas sujas. Assim como os barulhos matinais de uma casa cheia mantinham o ar mais calmo para esse momento tão pesado.

Podia lembrar claramente de cada detalhe dos dias que passei desde que entrei nessa aventura. Nunca imaginaria que tamanha enganação se faria, pior ainda a cerca de tudo que achava que sabia.

Estaria mentindo se dissesse estar  preparada para o pior...Mas estava claro que sua probabilidade era a mais alta.

Os homens sentavam em seus lugares respirando fundo enquanto tomavam seu café da manhã.
Os anjos olhavam o céu que preparava pra uma breve batalha territorial e nós mulheres observávamos.

O final seria breve... dramático  com muitas lágrimas. Surpreendente para aqueles que esperaram demais...

***

A hora se deu e rapidamente seguimos até nosso destino. A tensão em nossos corpos parecia como a marcha de um milhão de cavalos em compassos pesados. Não era exagero dizer que podíamos ouvir nossos próprios corações como a bateria energética de uma grande banda de rock.

Os pensamentos em minha cabeça faziam com que ela latejasse com as milhares de decepções, ideias e desilusões que havia sofrido graças a Tamiel. Este  mesmo  que permaneceu quieto desde que acordou...

"Tudo não passa de uma  ilusão!" — dizia minha mente gritando pro meu coração que lutava pra não acreditar;
"Sempre foi tudo mentira e vocês a mantiveram" — mesmo real, ainda dói lembrar.

Cada segundo que nos aproximávamos... o medo me consumia. O medo de acorda. E parecia, na realidade mais que tudo claro que todos ali presentes já percebiam o que fingíamos não ver.

Jones estava ansioso... pois como era óbvio, ele era o que mais se iludia.

Rosália aos braços de seu amado me encarava, pois sabia que estava se sucedendo, assim que descemos no nosso final.

A cachoeira era límpida com um leve raio de luz arco-íris...
A vegetação em volta permanecia intacta assim como as grandes pedras escuras em volta do Rio que passava em baixo.

Sentado em uma delas, um velho monge meditava tranquilo.
Mas ele não era qualquer pessoa desde o início.

— Elanna, apenas fique quieta e ouça. — disse Tamiel com sua mão quente sobre minha cabeça.

— Não há mesmo nada que possamos fazer ? — perguntei tentando conter a frustação.

— Eu já disse: tudo depende do que o ancião dirá. Todos caíram feito patos nesse conto de fadas... Mas tá na hora de abrir os olhos. — disse e segurou minha mão forte.

Era verdade o que dizias...mesmo assim ainda o-machucava, pois era ele , quem sustentava tudo isso que iria se revelar.

***

Eu não compreendia. Tudo isso parecia um sonho mal contado. As árvores e os sons, tudo me parecia extremamente familiar de uma forma horrível.

Não podia esconder minha irritação ao ver todos afastados naquele dia...estava óbvio que escondiam algo colossalmente importante de mim. O que doía era ver os olhos amêndoas que tanto amava frios e doloroso.
Mas o que afinal estava acontecendo nesse dia tão importante? — me perguntava alarmado.

MEU MISTERIOSO CHEFE: JONES. (Concluido) Onde histórias criam vida. Descubra agora