Capítulo 1: NORMALIDADE

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O que pra você seria um dia normal? 

Levantar, escovar os dentes, talvez ir a escola e fazer o mesmo de sempre? Bom, teoricamente isso tudo é um dia normal, pelo menos o meus eram assim, se não fosse o frio montanhês de congelar os ossos de um tropicano simples.

Não fazia muito tempo que minhas amigas e eu havíamos chegado a aquele país tão lindo e gelado, conhecido pelas belíssimas orquestras  filarmônicas.

Uma jovem de vinte e dois anos,  não esperaria um sonho? Se esse sonho for mais um pesadelo entre “acorda de madrugada”  para ir a faculdade e ainda ser analisada por um estudante de psicologia, acredito que estou no sonho de alguém bem problemático.

— Estella por acaso sua professora já passou a prova? — perguntava Emma a pequena menina de cabelos pretos e ombros largos, sentada no sofá lixando as unhas.

Enquanto essa pequena anã se concentrava em sua beleza, Emma minha bela “gêmea” e eu vendíamos nossas almas aos estudos. Não podia haver erros enquanto estivéssemos nessa terra rica. Emma sabia bem ao estudar moda, algo que lhe inflamava os olhos. Olhos meus que já vermelhos naturalmente, ficavam ainda mais a medida que os forçava atrás dos óculos de lente arredondada, que descansavam em meu nariz.

Emma não tinha problemas visuais como eu e assim como suas feições e sua pele ainda mais clara, essas eram as únicas diferenças que tínhamos, além e claro de nossos estilos distintos.

A TV ligada falando sozinha trazia os programas de receitas que Rosália tanto adorava assistir, está que cozinhava uma completa macarronada na cozinha e chamávamos ao jantar, que sempre aconteceria cedo.
Dia era algo que ainda não víamos com frequência, ainda mais no inverno.

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Na faculdade como sempre, o que fazíamos era procura nossos novos amigos.
O que nos volta ao “analisada por um estudante de psicologia”.
Gary Noirton era um estudante que me analisava já algum tempo, durante uma pequena encrenca a qual Rosália havia se metido ( coisa que ocorria muito). Era um jovem espetacular de belos olhos verdes e cabelo arrepiado castanho, que tiravam seu ar “nerd” e o permitiam um ar mais descolado como os amigos a qual o resto das meninas preferiam passar o tempo.

As discussões eram sempre as mesmas:

— Oras...Elanna, por que não consegue parar de  ser sempre polida com as pessoas? — me questionava o jovem cismado que sentava a minha frente.

— Simples meu querido Noirton, quanto mais polida eu for, mais protegida das pessoas eu estarei. — respondi levantando meus óculos e o encarando certa de minha resposta, cansada dessa mesma pergunta que ele fazia e voltava toda hora.

— Você se protege das pessoas por medo? Ou simplesmente você tem a necessidade de querer ficar sozinha? — insistia o jovem irritado, bufando por não conseguir tão fácil reprimir esse pequeno detalhe sobre mim.

Diante de um suspiro, já cansada,  o respondi torcendo para o sinal do relógio da faculdade bater o mais rápido possível:

— Não tenho certeza exatamente, mas creio ser ambas. Como muitas vezes eu já lhe contei meus problemas na adolescência. Eu quem esperava que você tirasse uma conclusão sobre mim Gary!

Ele retirou seus óculos e esfregou os olhos. Finalmente desistindo por aquele momento de me aborrecer com tantas perguntas.

MEU MISTERIOSO CHEFE: JONES. (Concluido) Onde histórias criam vida. Descubra agora