O tempo passava. E quanto mais perto estávamos de chegar até minha possível salvação...mais complicada e caótica os problemas ficavam.
Ninguém fazia ideia de onde Elanna poderia estar. A única coisa da qual tínhamos certeza e que ela estava vindo em direção a nós e nosso destino.
Finalmente havia chegado o dia que iríamos parti em direção a China.
E mesmo antes disso podíamos perceber a tensão no ar.
Os crus estavam carregados. Algo estava vindo.
— E melhor corrermos com isso. — dizia Leônidas também percebendo.
— Acalme-se Leônidas. O Avião não corre como uma moto e nosso objetivo não ira sair do lugar. — disse Akira botando a não em seu ombro e dirigindo se a nave.
De fato era...mas nenhum de nós podia conter a tensão em nosso interior e a calma.
Por mais que tente demostrar menos minha aflição e minha quase total falta de calma, algo em meu interior dizia para mim continuar em paz...porque apesar de tudo Elanna estava com Tamiel.
— Eu não preciso me preocupar. Meu Deus Arkadius, quando foi que você virou esse homem ? Confie em seu anjo e em sua amada. — dizia para mim mesmo dando um forte tapa em meu rosto.
Mas mesmo que eu pudesse dizer isso....quem estaria enganando ?
A tensão na hora do voou era explícita até o mais cego homem.
Não haviam sorrisos por mais que aquela já era uma grande conquista.
O tempo nublado descarregava a irá e o peso das aulas celestiais que dançavam entre as penas brancas dos anjos que se aglomeravam e seguiam como patos em direção ao seu destino final em um final de outono.
O avião era só silêncio...não silêncio que um dia descrevi sentado em uma grande mesa num jantar agonizante —, não! Era nada mais que um silêncio grosseiro e necessário para evitar discussões e aborrecimentos com o que já imaginávamos.
Parecia que algo estava sendo arrancado de meu peito ...como se minha alma podre pela escassez recente de bom senso fosse violentamente levada por um rio de águas salgadas e indignadas que estavam se esquentando a medida que me vinha o rosto angelical de um certo alguém.
Se pudesse descrever com todas as palavras, levaria horas e horas para dizer apenas um sentimento. Este que aprecia perpetuar no coração duro de todos ali.
O medo.
Nada mais claro que isso para se perceber nos olhares fugazes dos homens.
Os anjos ou demônios que caminhavam entre nós podiam sentir a quilômetros esse cheiro que poderia se assemelhar a fragrância verde da grama e da Madeira num riacho de primavera quanto a seu leve aroma.
De muitas formas aquele voo longo eu poderia descrever...mas não perderia meu tempo nele e sim com o que todos podíamos ver.
Aquela revoada de asas brancas que seguiam rumo a nosso destino. Isso porque as assas negras se fundiram dentro das sombras das nuvens carregadas e isso é tudo o que um ser comum com grandes habilidades poderia ver...mas a realidade não era tão simples assim. Era um batalha.
Os tilintares das espadas em choque ou os gritos dos perdedores que caiam como aves abatidas ressoavam por todos os cantos.
O brilho das armaduras polidas que refletiam os finos raios de luz que pisavam ultrapassar as nuvens grosseiras e mal humoradas pareciam como pisca-piscas de árvores natalinas que uma vez ou outra se mostravam em meio a violentas investidas.
Não era a Horda. Ainda não havias chegando...a tropa de vigilância dos anjos caídos tentava ao máximo impedir que os celestiais avançassem, mas com grandes perdas eles se retiraram.
●●●
Quando o voo chegou a seu destino a grande China, os carros que nos levariam até a base temporária já nos esperavam. Não havia tempo sob tempo.
Nossa base era uma antiga casa em escombros no leste da China onde possivelmente acharíamos esse ancião.
Mas por grande malvadez do destino tivemos uma surpresa, pois era nada se não Elanna reclinada sobre uma bela carroça puxada por bois no que seria a entrada da nossa base.
Estava ela, belíssima com seus cabelos arrepiados e seu rosto juvenil a encara o carro pelo qual saía, mas seus olhos eram diferentes. Frios como o olhar de uma bruxa d'água e brilhantes como estrelas no breu de uma noite iluminada.
Ao seu lado permanecia Tamiel, totalmente despreocupado recostado como se não estivesse acontecendo nada.
Podia sentir naquele ar quimicamente tenso entre nós.
A raiva, a tristeza e principalmente a confiança que Elanna emanava em sua aura azul.
Não podia dizer nada. Meus companheiro também tensionados se afastavam do que imaginavam. Entretanto, nada aconteceu.
— Elanna...— tentei deixar as palavras escaparem....mas não ouve resposta apenas um olhar desviado para Erickson a quem caminhou em direção.
— Elanna ? — Erickson disse percebendo o quão ignorado eu fui.
— Não a nada que eu posso dizer a vocês, visto que vocês também cooperaram, mas não temos tempo a perde. Rosália já está na base. — disse e se virou.
Aquilo foi a flecha em meu peito...a flecha que eu mesmo enfiei.
— Rosália? Então ela veio mesmo...— comentou Leônidas irritado.
— E lógico que ela veio. Achou mesmo que ela ficaria sentada vendo vocês terminarem o trabalho e eu vindo me intrometer no que eu dei duro pra descobrir ? Não me venham com essa de perigo. Sei dos riscos desde que entendi toda a trama...e se os esforços de vocês vieram pelos meus, quem são vocês pra decidirem o que é melhor pra mim ? — respondeu ela rispidamente com seus mais belo olhar de ódio.
Tamiel seguia em silêncio ao seu lado. Era estranho perceber que aquele trapaceiro e energizado anjo caído estava como um cão amarrado a aquela brilhante criatura que posso dizer amar.
— Adoraria entender onde você tirou a brilhante ideia de acorda-la. — disse sozinho a ele que deu seu melhor tudo debochado.
— De onde tirei? Eu já estava planejando isso desde o início da sua mudança pequeno Jones. Acha mesmo que eu não sei? Eu sei do seu segredo...e pode ter certeza...eu não deixarei que você termine isso como você queira. — me lançou seu pior olhar de insatisfação. — Você não faz ideia do que Elanna e capaz...então acho melhor você lutar. Antes que isso termine tragicamente.
— Você ficou louco enquanto esteve fora ? — o respondi.
Não conseguia compreender o que Tamiel dizia. Na verdade não conseguia compreender quase nada que aquela sensação dizia.
— Pode ter certeza Jones, mesmo que você não enxergue com seus olhos...os infectados continuaram infectados até que sua luz caminhe pra escuridão, mas sua luz e forte e não vai se deixar cair tão fácil e por isso eu escolhi meu lado. O destino e traiçoeiro, então pare de sonhar, porque isso e pesadelo. — respondeu Tamiel seriamente com seus velhos enigmas.
De nada adiantava pensar a respeito, pois nem em um milhão de anos conseguiria imaginar que o destino fosse tão inconveniente e assustador.
Isso não era um romance como os que eu ira ler numa boa noite bem iluminada e romântica —, não! Era o que eu poderia imaginar mais de uma história misteriosa de um casal cuja os laços são tão embaraçado que mal podiam imaginar que teria algo nele que pudesse mudar a história inteira de rumo.
Era isso a única coisa que podia ver naquele escuro e ridículo precipício a qual me encontrei no final de tudo isso.
Parecia que o buraco em meu peito era próprio vazio que consumia minha alma. Sendo jorrada para os olhos brilhantes daqueles que eu tanto amo.
— Você poderia ter evitado isso? — perguntava Tamiel ao meu lado.
— Quem sabe ? Em que momento você se deu conta que eu já estava perdido?
— Na mesma noite que você fez sua trigésimo quarta vítima. — respondeu ele pesaroso.
— Entendo. Já se foram tantos momentos que já não consigo lembra mais...acabei por esquecer o fato que originou tudo isso...e cair numa ilusão criada pelo meu próprio desespero.
○○○
Era clara tarde naquele país. Já não me recordo com exatidão o dia, já não era mais tão importante esse detalhes tão mínimos.
O furacão de lembranças poderia ter tomado controle da minha cabeça naqueles três dias...
Tamiel estava ao meu lado impaciente, não conseguia esconder sua frustação com algo que rondava sua mente...e isso, era o mais preocupante de tudo.
Minha racionalidade ainda se mantinha um pouco em pé. Por mais que quisesse de fato dar pelo menos um tapa na cara daquele maldito.
Ele estava lá, com sua mais ridícula cara de Jones apaixonado aos dias atuais...e pensar que isso o mudaria tanto, mas de um jeito desagradável.
Leônidas e Rosália haviam se afastado um pouco da reunião para conversarem a sós. Imagino que Rosa escutava poucas e boas do bruto homem.
Quanto ao resto do "bando" Akira e Yuri estavam bem tranquilos diante da situação, assim como Sean que não parecia se importa com as impressões deixadas.
Erickson no canto da porta permanecia a encara Jones que estava exatamente a minha frente me encarando.
— Algum problema? — o questionei.
Jones suspirou e mesmo que recoso-me respondeu :
— Por que você veio...?
— Não te devo uma explicação. — fui direto, — Estou fazendo apenas o que eu quero. Podemos resolver isso logo ?
Dando as costas a ele, esperei por um curto tempo Leônidas e Rosália terminarem ( por mais que eu quisesse entra lá e fazer eles ficarem no trabalho.)
Leônidas saiu com seus mais autoritário ar que foi decaindo a medida que eu o encarava seriamente; Rosa que parecia meio diminuída tentava prestar atenção no que Tamiel dizia e isso me incomodou. Entretanto, o casal e eles e eu não irei meter a colher por mais que me importe.
— Podemos começar ou vocês ficaram com esse ar ridículo entre vocês? — questionou Ezel aparecendo atrás de mim. — Por incrível que pareça nos chegamos bem longe nessa "buscar" pela cura do Jones, mas ainda temos um grande obstáculo...a guerra que pode começar a ocorrer entre os anjos escuros e os anjos celestiais da parte Oriental. Logicamente não é nada muito sério, Mas apenas um jeito de diminuir a capacidade de suas áreas.
— Isso não serás problemas lógico. — disse Erickson. — conseguiremos percorrer bastante terreno mesmo nessas condições.
— O velhote ainda está no mesmo lugar ? — perguntou Leônidas
— Ele mora numa antiga aldeia no Leste, perto de uma pequena cachoeira. Não é difícil localizar...
Mas o problema ainda não era este...o que angustiava os homens ali presente era se realmente Jones tinha cura. E se não tivesse...o que fariam?
Jones permanecia quieto prestando atenção em cada detalhe que era apresentado pelos anjos...
Ainda havia alguém á aparecer, mas com sorte ele não seria necessário.
Durante a viagem que eu fiz com Tamiel algo me chamou a atenção quando ele me contava sobre o domínio dos anjos negros....conseguiríamos estar mais seguros com eles. Do que com os anjos celestiais por mais puro que fossemos. Tamiel não era um anjo que pretendia voltar pra casa e sua "malvadez" rotineira...
De fato ele era o tipo de ser excêntrico e irritante que uma pessoa comum não aguentaria por muito tempo conviver, Mas era exatamente por isso que as pessoas se encantam por ele...
E era isso que fazia dele a pessoa que mais confiava naquele momento.
Estava certo o que iria se seguir.
Já não haviam obstáculos racionais para se questionar...a única coisa que ainda se mantinha...era a colossal tensão naquela sala de reuniões.
E dava para se ver que no rosto grosseiro de Leônidas a frase " e depois que encontramos ele ?" Estava estampada. Era uma boa pergunta e ninguém sabia a resposta.
Ninguém exceto os três anjos naquele recinto que se entreolhavam pelo cantos dos olhos esperando que alguém dissesse algo.
— Então amanhã seguiremos direto para o Leste. — disse Jones se levantando e caminhando a saída seguido pelo resto do pessoal como se aquilo não tivesse sido nada a não ser um incômodo.
As ventanias úmidas daquela noite refletiam a aura que cercava aquela casa velha e abandonada. Onde cada qual cômodo se encontrava alguém pensativo...
Os velhos hábitos de se sentar na escadaria e ficar a encara o tempo não se limitavam as casa da família Jones...
Era sufocante. Como uma mão tensionadas sobre meu pescoço quando percebi sua presença ao meu lado, encarando a mesma paisagem do matagal. Não disse uma palavra apenas pois a ficar ao meu lado, insistindo sua presença gigante sobre a minha tão frágil e furiosa.
3:00 da manhã parecia ser 19:00.
O vento úmido refrescava a quentura que seu corpo causava ao meu. Este corpo que não demorou muito e já estava colocado ao meu pelo seu braço que passava pelas minhas costas.
— Você teve uma longa viagem. — foi isso o que saiu de sua boca rosada que abria e fechava como se quisesse dizer mais alguma coisa.
— Sim...eu tive. — respondo me deitando em seu ombro. Aquele ombro que mesmo duro era confortável.
Totalmente tensionado por um leve medo. — Nossa aventura está perto do fim.
O suspiro lavou nossa alma quando se sincronizaram. O calor ameno esquentava nosso corpo e tranquilizava nossa mente. Estava gasto a nossa fita vermelha...mas mesmo na teimosia ainda insistimos em entrelaçar nossos dedos....
Havia algo á paira sobre tudo aquilo...algo que ninguém poderia imaginar...grande o suficiente pra mudar todo um destino...e preocupante pra fazer Tamiel se calar.
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MEU MISTERIOSO CHEFE: JONES. (Concluido)
Mystery / ThrillerNesse vasto mundo negro, onde nem mesmo os demônios estão salvos, será possível conseguir fugir do medo? Eras uma jovem inocente sobre o mundo, assim como todos ao seu redor. Ele um pobre homem condenado pelo desespero de não saber quem é ele mesmo...