Estávamos em casa. A boa e velha casa onde tudo isso começou. Mas era também o dia que iríamos dar continuidade a próxima etapa. Que se por bondade divina seja última e sem problemas.
Estava a frente do corpo dormente de minha amada, acariciando seu belo rosto meio irritado, — pois sim, ela até dormindo consegue se irritar comigo.
Algo em meu coração batia violentamente como um presságio q algo grande iria acontecer, mas ignorando parti com meus companheiro até o destino final.
***
Jones já havia ido a algumas horas em direção ao aeroporto quando os risos estremeceram o casarão.
Eram os risos envolvidos de malícia e alegria de Rosália e Tamiel, que acompanhados dos outros integrantes da casa conversavam a beliscares de um vinho velho.
Estava mais que claro a mente de todos os que se sucederia a momentos em diante daquele breve acaso.
Nada conseguia escapar das paredes da mansão, e tudo fugia da boca saliente do anjo de asas negras.
Sem pressa e bem suave, os passos calmos e firmes eram ouvidos por toda casa a medida que todos se aproximavam do certo quarto.
Os ruídos não ousavam returberar pelos corredores, os cachorros não ousavam latir e apenas o vento calmo pela janela era possível se ouvir quando batia nos vidros das grandes janelas.
Tamiel sorria perversamente como uma criança maldita que prepara uma travessura das boas. Ao mesmo tempo, seus olhos não conseguiam esconder o brando sentimento branco e rosado pela garota que agora protegia.
— Quais as chances disso dar certo ? — perguntava Rosália se aproximando do anjo ainda parado admirando a jovem moça.
— Jones tem habilidade com seus poderes, mas quem você acha que ensinou a ele ? — respondeu o anjo se vangloriando.
Rapidamente se virando novamente para Elanna adormecida, Tamiel cerrou as sobrancelhas e erguendo levemente a sua mão são corpo de Elanna, escureceu-se em trevas profundas como um grande vulto negro que se espalhava pelo lugar.
O silêncio voltou a reinar.
Logo após alguns minutos e as trevas abaixarem, Tamiel voltou a sua forma humanoide e tensa.
Suspirou fundo e com uma voz grossa ordenou:
— Levanta já dai!
Ninguém compreendia nada até que de repente com um suspiro fundo e uma cara mais fechada ainda, Elanna despertava num longo bocejo.
— Vejo que está melhor do que eu imaginava — disse Tamiel sorrindo alegremente e ajudando Elanna a se levantar.
O ar pesou em instantes.
Rosália não conseguia proferir nenhuma palavra pois sabia perfeitamente o momento em que estava e em que situação.
— Senhori...— Isabela tentou dizer algo, mas rapidamente foi parada por Rosália e percebeu o olhar esmagador que a encarava.
Elanna estava furiosa!
A doce menina, que havia dentro de si, havia sido esmagada pela tremenda raiva que sentia.
Tamiel por outro lado estava mais que nunca feliz ao ver o lado sombrio da jovem. Com o sobretudo que vestia a encobriu e a encarou esperando pela pergunta aguardada.
— Onde o Jones está? — e em fim Elanna proferiu.
— Ele já está a caminho da Índia. — respondeu o anjo. — Então minha pequena menina, o que pensas em fazer ?
Elanna não disse mais nada.
Suspirou e se virou para a muda de roupas que permanecia ao pé da cama.
— Bela escolha. — respondeu Tamiel animado, olhando para Rosália positivamente. — Parece que deu certo.
***
O tempo fechava. A viagem até a Índia estava quieta e um tanto atormentada para aqueles que podem ver o oculto.
Jones permanecia a observar tudo o que podia. Enquanto seu fiel braço direito estava pensativo.
A viagem duraria mais algumas horas até seu destino. As índias onde encontraríamos com o resto de nossos parceiros que haviam se espalhando para encontrar informações, seria o ponto de encontro e começo dos reais problemas.
— Erickson. — chamou Leônidas a um canto do jato.
Rapidamente e um tanto discreto fui em direção dele.
Por mais que não parecesse, minha afinidade com Leônidas vinha de um grande passado conturbado que acabou por nos aproximar de algum jeito.
Colocando seu bom e velho whisky matinal, ele parecia de fato incomodado —, estava mais que claro em seu olhar selvagem e grosseiro o que ele pretendia.
Eu não podia escapar de seu olhar torturador e tentar esconder o que se passava em minha mente e em meus sentidos. Afinal, eu devia a ele.
— Sua habilidade pode sentir não é? — foi direto ao assunto.
Como eu pressentia ele havia conseguido notar.
— Parece que não posso escapar do seu radar. — disse suspirando e pegando o copo de sua mão.
— Diferente do meu irmão e de seu caro parceiro infernal, eu posso ficar completamente de olho em você e consigo saber exatamente o que se passa com você. — rispidamente me respondeu.
— Acho que este e o preço. — ri — de fato eu consegui sentir. Chega a ser engraçado já prever o que vai acontecer.
Engraçado, porém arriscado e perigoso.
— O quanto isso vai afetar a missão? — Leônidas não parecia ligar muito para o que seria.
— Talvez ela toda, dependendo do que vira. Mas creio que não seja para todo pior...já que com isso podemos alcançar nosso objetivo mais rápido, porém com mais riscos.
Leônidas suspirou fundo.
— Isso tem algo haver com as meninas, estou certo ? — seus olhos me acertaram.
— Totalmente certo.
Não havia o que fazer. A mente de Tamiel era mais complexa e estrategista do que a minha. Ele conseguia ficar até cinco passos a frente de qualquer pessoa.
Por mais que não tenha interesse nenhum em ficar próximo a ele, Tamiel conseguia também ser a pessoa mais confiável.
Rapidamente Leônidas voltou a seu acento em silêncio.
Jones parecia não perceber nada, pois seis pensamentos estavam longe.
E fascinante o quanto estar apaixonado consegue mudar as pessoas. Até alguns meses atrás, Jones podia ser resumido nas palavras "difícil" "manipulador" "ríspido" "serio" e "focado", mas quem vê ele hoje pensa em outra pessoa.
Mão que eu seja diferente, já que minha parte humana e a mais dominante em meu ser.
***
Elanna não parecia ser a mesma assim como Jones. Mas ao contrário dele, Elanna estava extremamente seria e decidida.
Rosália em segundos estava perto do mesmo estado depois de ouvir as palavras de sua amiga.
— Eu não me importo com o que se passa na mente dele agora. Eu vou para a China.
— Mas e muito perigoso para as duas senhoritas irem praticamente sozinhas para a boca do lobo. — disse Stuart quase ficando maluco.
— Mas ela não vai estar sozinha. — respondeu Tamiel gargalhando e se aproximando do velhinho. — Acha mesmo que eu iria fazer tudo isso e simplesmente deixar a Elanna ir sozinha? Não meu caro velhinho. Até os mais cruéis anjos negros já foram anjos celestiais.
— Então o que pretendes? — perguntou Rosália.
— Confie em mim. Eu já movi os pauzinhos a muito tempo. — respondeu o anjo.
●●●●
A viagem havia finalmente terminado.
Índia, o lar dos meus temperos favoritos e como sempre, movimentada.
Já estávamos no hotel a qual ficaríamos e onde iríamos nos reunir.
Leônidas parecia inquieto e logo que chegou se trancou em seu quarto. Acredito que o fato de não estar com sua querida assistente esteja o incomodando, Mas quem sou eu pra dizer alguma coisa estando no mesmo barco.
Elanna não saiu da minha mente durante toda a viagem. O que raios eu estaria me transformando? Posso sentir que este não sou eu, Mas também não consigo lutar contra isso.
Tamiel havia ficado para resolver umas coisas antes de me acompanhar. Nem me pergunto o que estaria tramando.
Logo no começo da noite seria nossa reunião para nos organizamos.
Ezel que já estava a muito tempo fora atrás de informações, pelo parecer iria me matar ao descobrir o que eu acabei fazendo. Tudo dependerá do que ele descobriu e com sorte talvez mudemos o plano para algo mais direto e sem rodeios. Igualmente em missão, Meus outros parceiros nessa louca meta.
Enquanto a hora passava, tentava me acalmar para me concentra totalmente no ponto chave de tudo. De fato era maçante o peso de cada problema que aparecia.
Para piorar, minha luta interna acontecia cada vez mais forte.
Uma mistura de medo com culpa, e sentimentos que não conseguia descrever, mas podia ter total certeza de sua negatividade.
Para ser mais direto: algo no meu ser pingava como uma torneira da morte. Não consigo ter paz em nenhum sentido para dizer que vou mesmo voltar para a Elanna e dizer a ela que estava curado e pode ter um final feliz.
Era como se meu peito tivesse um pássaro enjaulado, só que a porta da jaula está aberta e ele escolhe se sai ou não. O que eu sinto sendo este pássaro não consegue decidir. Tem medo do final e prefere aguarda.
Logo peguei no sono.
18:20
— Arkadius!! — gritou Ezel depois de descobrir. — Acho bom você me da um bom motivo para não mata lo agora.
Como havia previsto, não demoraria muito para ser arremessado contra a parede. Ezel conseguia igualar em afrontamento com Tamiel, mas por sorte ele mão estava tão irritado quanto pensei e assim que Leônidas e Erickson disseram o motivo, Ezel acalmou se um pouco.
— Você poderia ter resolvido isso de outras maneiras. — disse o anjo voltando a se sentar.
— Se conhecesse tão bem a Elanna saberia que não. — respondi o afrontando. — Isso também não foi tão fácil para mim.
— Mas de qualquer maneira elas estão bem protegidas em casa. — terminou Leônidas para que pudéssemos dar continuidade.
...
Por alguns bons minutos conseguia prever cada passo de acordo com as informações que Yuri, Akira e Sean me davam.
Tudo ia nos conformes da ideia básica de despistar os anjos negros jogando os anjos celestiais para dentro da zona de seu domínio provocando uma distração para que pudéssemos chegar até o velhote que possivelmente tiraria essa maldição de mim. Que por acaso já havia sido localizado.
Mas algo acabou por desestabilizar meus pensamentos.
— Os anjos negros por mais que deem importância a vocês, não irão conseguir de qualquer forma nos atrapalhar. — disse Ezel.
— Por que você diz isso ?
— Porque nosso problema não ira ser os anjos negros ou os anjos celestiais, mas sim uma batalha que vai acontecer nos domínios deles. Durante nossa missão, uma revoada partirá para conter o espaço do domínio dos anjos negros e diminui-lo. Ou seja, será como cruzar o Oriente médio sem armas e quase totalmente abertos para ataques.
A reunião foi tomada pelo silêncio.
— O número de inimigos alimentada em até 50%. — disse pensando alto.
— Pela maneira como estão as coisas, ficará mais difícil se esconder por ambas as partes. — continuou Sean.
— Porém! Eles teriam coisas mais importantes para se preocuparem e sua atenção a nos estaria com um rombo gigantesco o que nos da vantagem. — respondeu Akira mais otimista.
— Visto teoricamente desse ponto, conseguiríamos até ir direto para nosso objetivo. — disse Leônidas. — Os riscos existem, mas talvez conseguimos agarrar o prêmio de uma só vez.
Eu não estava afim de pensar muito e se pensava era por pira obrigação de não correr riscos desnecessários.
A ideia de Leônidas estava tentadora demais para se passar em branco. De qualquer maneira nossa situação estava tão difícil quanto boa.
— Então faremos como Leônidas disse. — decidi
— As chances de darem certo são mais altas e sem contar que a perda de tempo que pode ocorrer por usarmos o plano de seguir por rotas diversas se aproximando de vagar pode resultar em um perigo maior.
— Então posso comprar as passagens aéreas agora. — disse Erickson saindo do local.
— Faremos o resto do percurso em terra. Então sugiro que estejam preparados para eventuais problemas. — Leônidas terminou.
Logo que todos saíram, apenas Ezel, Leônidas, Erickson e eu permanecemos no lugar. Algo havia deixado as coisas tensas, mesmo que nada ainda fora dito.
Pode sentir a seriedade nos olhos verdes de Leônidas e nos suspiros de Erickson. Algo havia ocorrido.
— Se não se importam eu prefiro que não haja enrolação. — me irritei.
Leônidas me encarou com um olhar preocuposo, mas logo que olhou para Ezel ele se transformou em irritados olhares.
Imediatamente algo em meu coração podia sentir pelo menos a respeito do que era e não pude conter o nervosismo.
— Elanna escapou. — Leônidas respondeu direto e grosso. — Ela e Rosália escaparam da mansão.
— O que ? — estava embasbacado.
— A Elanna está vindo, de alguma maneira. — respondeu Ezel olhando pra janela numa mistura de despreocupado com irritado.
— Mas eu coloquei ela pra dormi? Como ela...
— Como você acha ? — Ezel me encarou. — Será que não é óbvio o suficiente
— Tamiel. Mas o que ele iria querer com isso?
— O anjo e seu. Você quem deveria saber. — Leônidas sentando se na cadeira continuou. — O problema é que não fazemos ideia do que se passa. E meio lógico que eles estão vindo para cá, porém não sabemos de que maneira, e onde estarão.
— Stuart e as meninas vai nos disseram muito para que pudéssemos ter uma ideia de como intercepta las. Acredito que Tamiel tenha tramado tudo visto a maneira como eles descreveram a situação. — assim que Erickson disse um rubor percorreu seu corpo e o medo levemente estava estampado.
— E como está a situação? — ousei perguntar.
— Elanna está extremamente irritada. — ele respondeu.
Isso não me surpreende porém havia algo mais.
— Parece que ela quer ajudar você Jones, mas pela maneira como ela aparentemente está e pelo jeito de Tamiel...tem algo acontecendo.
— Ela poderia ter ficado quieta em casa junto da Rosália...meu Deus porque aquela idiota não me escuta e para de seguir a mulher do Arkadius por todos os lados...— disse Leônidas baixinho. — Esses três estão tramando algo. Elanna e inteligente e Tamiel e um ser que não pode ter total confiança.
— Tamiel trabalha rápido. Ele pelo jeito deve saber exatamente tudo o que está acontecendo a tempos. — disse Ezel — Mas considerando pelo que Stuart disse, ele mão pretende deixar que nada aconteça as meninas. Só nos resta aguarda.
— De qualquer maneira e impossível rastrear o Tamiel. — disse Erickson.
Aquela sensação de antes. A de ter algo errado estava crescendo.
O que raios estaria passando na cabeça de Elanna fazendo isso.
Isso apertava meu coração.
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MEU MISTERIOSO CHEFE: JONES. (Concluido)
Mystery / ThrillerNesse vasto mundo negro, onde nem mesmo os demônios estão salvos, será possível conseguir fugir do medo? Eras uma jovem inocente sobre o mundo, assim como todos ao seu redor. Ele um pobre homem condenado pelo desespero de não saber quem é ele mesmo...