Capitulo Vinte e Dois

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Pov: Alice Hale

O impacto de minhas pernas assim que atigem o chão fazem meu corpo fraquejar por um momento, mas consigo me manter de pé.

Olho uma última vez pro muro de Alexandria antes de entrar na floresta. Não, eu não estou indo embora. Só preciso... Confirmar uma coisa.

Toda vez que piso sobre as folhas e galhos secos, faz um pouco de barulho. De fato, se tivesse um Walker por perto, já teria me escutado.

Está fazendo um baita calor, então tiro meu moletom, e o enfio dentro da mochila com água e comida. Não predentia ficar muito tempo aqui fora, mas, nunca se sabe ne. A faca sempre em mãos e a arma sempre por perto.

Não sei quanto tempo vou demorar para achar o que procuro, então preciso economizar meus suprimentos, e a água principalmente, por isso aguento o máximo que consigo sem tocar nela.

Escuto o barulho de mais ou menos 2 Walkers se aproximando. Subo rapidamente em uma árvore que tinha os galhos baixos para que eu conseguisse escalar. Vejo os infelizes passarem, bem em baixo da árvore. Pulo atrás deles, e eles se viram pra mim com suas caras feias.

-Mas vocês são feios, não?-digo. Um deles avança em mim, porém desvio dele e ele cai no chão. O outro tenta me agarrar mas eu cravo minha faca em sua cabeça. O outro Walker, ainda caido no chão, levantava os braços tentando me pegar.

-Adeus, aberração.-digo antes de mata-lo.

Volto a caminhar, cada vez com mais cautela.

Logo anoiteceu e eu ainda não havia feito o que queria. Assim que escuto o barulho de um carro se aproximando, me escondo. Reconheço aquele carro de longe. Eu achei o que estava procurando.

Não muito longe dali, estava o acampamento dos Salvadores.
De longe vejo meu pai brigar com Thomas. De fato ele já teria matado Thomas se não fosse pelo Steven. Meu pai estava pior que antes. Sua cara de louco só piorou nesses meses que eu estive fora.

-VAMOS!- ele berrava. -PROCUREM MAIS OTARIOS PARA ROUBARMOS!

Volto correndo antes que me vejam. Consigo me manter o mais longe de walker possível, e demorou algumas horas para que eu conseguisse chegar de volta a Alexandria.

Assim que apareço nos portões, na manhã seguinte, logo Maggie o abre.

-Oh Meu Deus, Alice!-ela diz ainda me apertando num abraço. - Nunca mais faça isso! Onde estava, afinal?

-Eu vi uma movimentação estranha e resolvi ir ver. Acabei me perdendo. Desculpe.- minto. Ninguém precisava saber que fui atrás do meu pai psicopata.

-Quase me matou de preocupação!-ela diz e sorri.

-Glenn e Noah já voltaram?-digo e o sorriso dela se desfaz. Maggie não conseguia esconder nada. Eu sabia que algo de errado estava ai.

-Sim, Glenn voltou e está bem.-ela diz meio triste.

-Então por que está triste?

-Alice... Vamos lá pra casa de Rick, acho que Glenn quem deve te contar isso. Estão todos lá.

Assim que entro na casa de Rick, vejo todos menos Noah e Tara.

-Cadê a Tara?-pergunto, temendo perguntar o que eu realmente queria saber: onde estava Noah?

-Na ala hospitalar.-responde Eugene, e eu fico mais tranquila em saber que ela está viva, e isso me deixou mais tranquila. Noah devia estar bem também.

-E o Noah?-pergunto. Todos abaixam a cabeça e eu soube; soube naquele exato momento. Sinto as lágrimas em meus olhos. Eu precisava ouvir. -Falem alguma coisa!

-Sinto muito, Alice.-diz Rick. -Noah morreu.

-O que?-digo ainda sem acreditar. Não, não, não. -Como...? O QUE?- Minha ficha ainda não caiu. E quando enfim me toco que nunca mais verei Noah, nunca mais falarei com ele... Começo a chorar. Carl vem me abraçar; E eu recuso esse abraço; Não, não queria ser tocada por ninguém agora. Por que eu acabo de perder meu melhor amigo. Minhas lágrimas caem, e meu choro é a única coisa que fica no ar por muitos, muotos minutos.

[...]

Todos vão embora da casa de Rick, menos eu. Fiquei brincando com Judith, o que me ajudou a me alegrar um pouco. Judy era mesmo uma criança iluminada, capaz de alegrar até a alma mais triste.

Quando Judy acaba dormindo, a coloco em seu berço e me levanto para ir embora.

-Rick? Vou embora.-digo.

-Está melhor, Alice?-pergunta ele, visivelmente preocupado.

-Não muito...-digo e sinto meus olhos marejarem.

-Tem certeza que não quer ficar aqui? Talvez Judy possa te alegrar. Ou você podia conversar com Carl e...-assim que ele percebe o que disse, se cala. -Desculpe. Eu esqueci que vocês...

-Tudo bem, Rick. Carl ainda é meu amigo, certo? Eu vou lá falar tchau pra ele.-digo e subo as escadas. Bato na porta de Carl, que estava aberta.

-Ah... Eu vou indo.-digo e essa era a primeira vez que falava com ele em dias. Carl se levanta num pulo e vem até mim.

-Está melhor?-ele pergunta levantando a mão para tocar minha bochecha, mas eu me afasto.

-Mais ou menos.-digo. Forço um sorriso. -Mas vai passar. Tudo passa.

-Até o amor?-ele murmura.

-Quando o coração cansa de ser machucando, sim, passa.-digo.

-Alice...

-Shiu, Carl. Não piore as coisas pra mim.

-Eu te amo, Alice.

-Suas palavras são em vão nesse momento, Carl. Não posso viver com você sabendo que você e Enid sentem algo um pelo outro.

-Esta viajando...

-Tudo bem, Carl, mesmo. Podemos ser amigos.

-Mas eu não quero ser só seu amigo.

-Nem sempre temos tudo o que queremos.-Digo e vou embora.

𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora