Capitulo Sete

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Sinto falta da minha mãe. Sinto tanta falta dela que chega até a doer. Me sinto fraca, sozinha. A dor que sinto no coração é maior do que a dor do tiro.

Eu teria dado minha vida só pra passar mais alguns minutos com ela. Sinto tanta saudades dela e da mulher incrível que ela era.

Quando escuto passos se aproximando, me cubro com o cobertor e finjo estar dormindo. Seco rapidamente as lágrimas em meu rosto.

Mal me dei conta do tempo que passei deitada na cama, pensando no passado, e acabei não indo jantar. Estava sem apetite, de qualquer jeito.

Os passos se aproximam e entram no quarto. Era o Grimes. Escuto ele subir no beliche se deitar. Já havia escurecido, e provavelmente ele já estava preparado para dormir.

-Não vai jantar Hale?-ele diz.

-Não.-digo e depois fungo. Droga. Carl não me podia ver chorar, não podia me ver nesse estado!

-Hale, você está... Chorando?-ele pergunta.

-Na-não.- guarguejo tentando esconder meu rosto no meio do cobertor. Droga, eu sou uma péssima mentirosa.

Ele desce do beliche e agacha ao meu lado. Me viro pra parede. Não queria ouvir as humilhações de Carl, não tinha forças para discussões ou ouvi-lo me zombar.

-Ei- ele diz e tenta me virar, mas o afasto de mim.-O que houve?

-Nada Grimes, me deixa. - por que ele se importava com o como eu estava? Ele me odiava!

-Alice...-ele diz me chamando pelo meu primeiro nome, o que era raridade. Ouvir ele me chamar calmamente e sem acidez na voz fez com que eu ficasse ainda mais emotiva.

-Carl, por favor me deixa...- digo num suspiro encarando ele.

-Você me chamou pelo nome? Caramba, você não ta bem mesmo.-ele diz e da um sorriso fraco.

-Sinto falta da minha familia, ok? Sinto falta da minha mãe.- digo baixinho.

-Nós somos sua familia agora.-ele diz se sentando ao meu lado e me abraçando. Carl é tão bipolar... Mas não questiono, não tinha mais vontade de faze-lo. Simplesmente o abraço de volta, chorando tudo o que tinha para chorar. Choro até cair no sono em seus braços.

[...]

Acordo de manhã ainda abraçada a Carl. Pode parecer estranho mas não quero solta-lo. Me sentia tão bem dentrl de seu abraço, mesmo que daqui há alguns minutos tudo voltasse ao normal entre nós.

Coloco a cabeça em seu ombro inalando seu cheiro. Ele cheirava a sabonete de baunilha. Qual seria o cheiro do cabelo dele? Espera, o que?

Me levanto rapidamente pra tirar essas ideias da cabeça, e acabo acordando Carl sem querer.

-Ta tudo bem?-ele pergunta esfregando os olhos para acordar melhor.

-Sim. -digo. -Eu só... preciso ir ao banheiro, é, é isso.

Sai dali antes que Carl pudesse dizer algo e fui pro banheiro. Lavo meu rostk e escovo os dentes e logo volto pra cela.

Carl estava com um pacote laminado nas mãos e me olha logo que entro.

-O que é isso aqui?-diz ele levantando o meu pacote de salgadinho.

-Me devolve!-digo indo pra cima dele. Ele ri.

Ele levanta o braço com o salgadinho, e vai indo pra trás, até que eu faço ele perder o equilíbrio e cair de costas no chão, porém, não satisfeito em cair sozinho, ele me levou junto com ele. Caio sobre seu peito, apoiando meus braços no chão, ficando cara a cara com Carl.

Ele tem olhos tão bonitos...

-Eu...Ah....-ele começa a dizer meio sem graça, porém somos atrapalhados por alguém.

-Alice, eu...- era Maggie. Ela para de falar assim que nós ve daquele jeito. -To atrapalhando?-ela diz e sorri.

-Não!-dissemos ao mesmo tempo e nos levantamos o mais rápido possivel.

-Eu só... Ha -começa Carl sem saber ao certo o que dizer.

-Nós.. Hum... -tento dizer algo mais nada sai. Por que não conseguia falar? Não estavamos fazendo nada de errado!

-Caimos. É, caimos...-diz Carl.

-Sei, cairam ne.-ela diz sorrindo. -Alice, posso falar com você?

-Claro!- digo ainda constrangida por essa situação. No fim das contas acabo esquecendo o pacote de salgadinho.

Saio da cela, não sem antes lançar um olhar tipo" você me paga" pro Grimes, o que fez ele rir.

-O que foi aquilo lá na cela?-pergunta Maggie rindo.

-Só caimos.

-Caíram sei... Enfim, vamos conversar.- e então Maggie e eu começamos a conversar de assuntos aleatórios.  Eu amava aquela mulher.

[...]

-Eu e Glenn ficamos a primeira vez em uma farmácia e...-ela começa.

-INFORMAÇÃO DE MAIS!-Digo e ela ri.

-E então, fale de você e Carl.

-O que? Que eu saiba nunca ficamos, ainda mais em uma farmacia.- digo sorrindo e ela ri.

-Engraçadinha. - diz dando um tapa de leve em minha perna.

-Quero dizer... Ele me odeia.- digo e dou de ombros.

-Carl não te odeia. Ele só... Demostra seus sentimento de uma forma agressiva....? - ela diz ainda meio incerta.

-Pode ser. Mas acho que não combinamos. Quer dizer, talvez como amigos.

-Discordo. Super shippo vocês dois. Formariam um casal tão fofo e tão engraçado!

-Maggie!

-O que? É verdade! Mas e você? O odeia?

-Eu não o odeio. Mas, ah não sei, ele é muito bipolar! Não consigo acompanhar as mudanças de humor dele, Mag. Uma hora ele me ama, na outra ele me odeia! - digo revirando os olhos.

-Você também é. É como se... Se tratassem mal pra chamar atenção um do outro tipo você trata ele mal quando ele te trata bem, e vice versa.
É meio confuso mas faz sentido.

-Não faz sentido nenhum, Maggie.-digo e ela ri.

-Você sente algo por ele?- pergunta Maggie.

Eu? Sentir algo por Carl Grimes? Ha, jamais!

𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora