Capítulo Vinte e Nove

5.9K 603 195
                                    

Dois meses depois.

Pov:Carl Grimes.

Alice não apareceu no dia seguinte, nem na semana seguinte, nem no mês seguinte; todos chegaram a conclusão que ela está morta. Mas eu sei que ela não está, eu sinto que ela não está. Só espero que ela esteja bem. Por pior que seja ela ter ido embora desta maneira, ela deve ter seus motivos para ter feito isso. E tenho quase certeza que Daryl sabe de algo sobre isso, mas ele se nega a todo custo dizer. Já tentei de tudo, mas ele não me diz. Talvez tenha contado ao meu pai, mas deste vai ser ainda maos difícil arrancar alguma informação.

Já reconstruimos o muro e o reforçamos. Deixamos as coisas melhores aqui em Alexandria, e muita coisa andou mudando por aqui.

Bom, e eu? Estou me recuperando. Já me acotumei com um olho só. É estranho na maioria das vezes. O pior é trocar o curativo. Aquilo me incomoda... As pessoas verem como fiquei. Não consigo me olhar no espelho. Fico imaginando o que Alice acharia de mim assim, desse jeito. De qualquer modo, ela não está aqui.

Vejo meu pai sair e logo em seguida Michonne. É minha oportunidade. Saio em disparada atrás da minha dupla. Entro na casa de Enid sem nem bater na porta. Ela não vai se importar. Eu acho.

-Enid?

-Oi!-ela diz aparecendo do além e me dando um susto, o que fez ela dar uma risada. -Ta muito assustadinho ne?
-Vamos?

-Onde?

-Lá fora.

-Ta, espera, vou pegar minha mochila.

Pov: Alice Hale.

Esses últimos meses foram insuportáveis. Negan matando pessoas, saqueando comunidades. Lydia me perseguindo, toda hora me vigiando, o que torna mais e mais difícil que eu faça algo. Eu sem ter notícias de Alexandria, preocupasa com Maggie, Enid, Michonne, Glenn, Rick. Principalmente com Carl...

Me levanto da cama e vou para o banheiro. Solto um bocejo. Escovo meus dentes e penteio meu cabelo, que agora está bem mais comprido.

Coloco uma camisa xadrez e uma calça justa. Coloco minha arma no coldre e a faca no cinto.

       No corredor, acabo encontrando com Lydia. Reviro os olhos. Essa garota não cansava de me perseguir não?

-O que acha de eu contar ao seu papai sobre seus amiguinhos?-ela diz e sorri. A empurro contra a parede. Chega. Não aguento mais as ameaças e chantagens de Lydia.

-Mais uma vez que você vier me chantagear, Lyds, sabe o que vou fazer? Vou cortar sua língua fora. Ai quero ver ir lá falar algo pro seu amado líder.-falo com meu rosto meu próximo do dela, meu braço pressionando sua garganta cada vez mais a medida que vou falando. A solto e ela arfa em busca de ar. Viro de costas, já imaginando que ela tentaria algo. E realmente ela tenta me atacar por trás, mas com um movimento rápido me viro e seguro seu braço direito e o puxo para suas costas, a empurrando de volta na parede e pressionando seu rosto ali.

-Sua desgraçada, me solta!-ela diz.

-Então pare de encher o meu saco!- digo e a largo. Ela se vira pra mim, me lançando um último olhar mortal antes de sair fugida.

Saio dali em busca de meu pai. Já que eu queria sair, precisava comunicar o grandioso líder de merda desta comunidade horrorosa.

-Negan?-digo ao entrar em sua sala.

-Diga, Alice.-ele diz sem nem olhar pra mim. Ele limpava cuidadosamente sua preciosa Lucille, que estava coberta de sangue e pedaços de carne humana.

-Vou dar uma saída.-digo desviando o olhar do taco.

-Esta bem, Thomas vai com seu grupo em Hilltop. Eles deixam você na floresta, fazendo sei lá o que, e depois você volta sozinha. Aliás, o que quer fazer lá?

-Não que seja da sua conta, mas eu quero matar uns infectados por ai pra me lembrar do que é sobreviver. - digo e o vejo sorrir. O convenci, ótimo. -Me arranja um facão e uma arma.

-Está bem. Thomas vai providenciar isso. - ele diz e sorri. 

[...]

Estava andando tinha uma hora e eu sabia exatamente onde queria chegar. Sim, queria ver o pessoal de Alexandria, nem que fosse de longe. Foi então que ouvi duas vozes conversando. Me escondo.

-Mas então, é biscoito ou bolacha?-dizia uma voz masculina. Era Carl. Eu conheceria sua voz de longe. Meu coração dispara e eu impeço meu desejo de sair de trás daquela árvore e ir até ele. Ele estava vivo! E estava bem.

-É bolacha. - disse a voz de Enid. Meu coração acelera ainda mais.

-Não, é biscoito.

-Bolacha.

-Biscoito.

Os dois riem, a risada casa vez mais perto. Sinto meu coração acelerar, é como se ele estivesse ido parar na garganta! O que eu faria se eles me vissem ali? Droga!

Arrisco olhar para eles, saber se estavam ou não perto. Os dois estavam de costas pra mim, o que ke deixa aliviada, sentados encostados em um tronco caido.

-Você acha que vamos achar ela?-pergunta Enid.

-Nós temos que acha-la, Enid.

-E se ela estiver morta?

-Ela está viva-diz Carl. Era de mim. Óbvio que era de mim.

Sinto as lágrimas cairem. Droga, não posso ficar vulnerável. Alice, foca!

-Sabe, Carl, nós já procuramos ela em todos os lugares possíveis.-diz Enid e ela sabia que não era verdade. Ela conhecia meu passado e conhecia o meu pai.

-Está insinuando que ela esta morta?

-Não. Alice é esperta, sei que está viva. Mas onde ela pode estar? Será que se juntou a um novo grupo? Espero que esteja bem.-Enid sabia que eu estava com os Salvadores. Claro que sabia! Ela não era tola.

-Se ela foi embora, deve ter tido seus motivos...

-Você não sente falta dela?

-Sim. Todos os dias desde que partiu.

        Com lágrimas em meus olhos, vou me afastando dali, andando rumo a comunidade dos Salvadores. Preciso achar o caminho de volta ao "inferno" que é onde estou morando. Mesmo que eu queria correr de volta para meu verdadeiro lar: Alexandria.

          Eu sinto sua falta, Carl.

𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳Onde histórias criam vida. Descubra agora