𝙰𝚙𝚘𝚌𝚊𝚕𝚒𝚙𝚜𝚎 • 𝚃𝚆𝙳

Finn Whittmore... O Diabo!

Pov: Alice Hale.

Tanta coisa aconteceu nos últimos três anos. Boa parte dessas coisas, bem, não foram tão boas quanto eu gostaria que tivessem sido.

As vezes me pego pensando no quão diferente teriam sido as coisas se Mike nunca tivesse aparecido. Se ele tivesse morrido anos atras. E sempre chego a conclusão de que algumas coisas tem que acontecer.

As vezes eu sinto que Carl esconde algo de mim. Algo que aconteceu entre esses três anos. E no fundo todos nós teremos nossos segredos. Como eu também tenho os meus.

O filho que eu perdi não é a unica coisa que eu escondo de Carl. Tem certas coisas que eu simplesmente não posso contar. Ou simplesmente não consigo. E foi naquela tarde que eu percebi que talvez se eu tivesse contado a Carl sobre ele nada daquilo tivesse acontecido.

O dia tinha começado como os outros, estávamos dando nosso melhor, bolando planos e mais planos contra Mike. E tínhamos que fazer tudo em segredo.

Steven estava me evitando outra vez. Depois que descobriu que eu estava fazendo planos contra Mike sem ele, ele ficou furioso. Mas ele é apenas uma criança, ainda. 15 anos, e nenhum juízo.

Uma parte dele se sentia culpado pelo que ouve com nossa mãe, mas já havia se passado tanto tempo...

Depois de algumas horas discutindo com Alec, Isabelle entra na sala. Fico surpresa ao ver que ela usava uma blusa de manga comprida branca, uma calça jeans e um coturno preto. Nada de salto. E ela parecia tão... Baixinha.

-Cade a Isabelle, e o que você fez com ela?-digo assim que ela entra e a mesma ri.

-Qual é, esse e meu pijama.-ela diz e eu dou risada. -Brincadeira, só estava querendo... Sei la, mudar.

-E o que achou da mudança? E que mudança.-diz Alec.

-Horrível. Eu não nasci pra essas roupas que cobrem o corpo todo, muito menos pra usar sapatos sem ser de salto! E ficar com trança no cabelo? Que horror!-ela diz fazendo uma careta e Alec cai na gargalhada.

-Aconteceu algo que eu não sei?-digo ao ver o olhar que Alec da pra irmã. Ela suspira Alec segura a risada.

-Perdi uma aposta.-ela diz.-Por isso a mudança.

-O que apostaram dessa vez?-digo me lembrando da última aposta que eles fizeram. Alec tinha apostado que Isabelle não comseguia ir a uma festa sem ficar bêbada, e se ela conseguisse, Alec teria que dar um beijo em uma garota. E se ela não conseguisse, Isabelle teria que passar duas horas aguentando Michael, o garoto irritande apaixonado por ela.

E bem, nessas apostas, Alec sempre ganhava. Não tinha jeito.

-Bom, eu apostei que Isabelle não conseguiria dizer ao Niklaus que ja viu garotos melhores que ele. E ela não conseguiu.

-Claro que não, melhor que ele não existe!-ela diz e suspira.

Nesse momento Tyler entra ali.

-Podemos conversar, Alice?-ele pergunta. Alec me olha com um olhar que dizia "Não ouse". Suspiro.

-Tudo bem.-digo e me levanto. Alec bufa alto, e Isabelle o da um cutucão.

                   Saio da sala com Tyler, e fecho a porta atrás de mim.

-O que você que, Tyler?-pergunto cruzando os braços. Ele começa a estalar os dedos, e ele só faz isso quando esta nervoso.

-Quando eu sumi com Maia, nós conhecemos um cara chamado Finn.-ele diz e eu o encaro.

-E o que eu tenho a ver com isso, Tyler?-digo e ele bufa.

-Ele te conhece, Alice. Finn Whittmore. Não conhece esse nome? Por que, bem, ele conhece o seu.- ele diz e sinto meu corpo congelar. Não era aquele tipo de congelamento de frio. Mas sim aquele do mais puro medo.-Alice?

                Não, não, isso não podia estar acontecendo. Ele estava morto! Eu vi um Walker morde-lo.

                Começo a me sentir enjoada. Minha visão fica embaçada, e o mundo começa a girar. De repente tudo apaga, e a última coisa que me lembro foi de sentir Tyler me segurar antes que meu corpo atingisse o chão.

[...]

-Alice, Alice. Você realmente achou que eu ia deixar você e seus amigos ficarem aqui na minha comunidade sem receber nada em troca? Ah, qual é. O que devo fazer com você depois de você ter atacado minha filha?-diz Finn passando a faca sob minha garganta. As cordas que apertavam minhas mãos não deixavam com que eu conseguisse fugir dali.

-Sua filha me atacou primeiro!

-Nós te demos um lar, e tudo o que te pedimos foi pra dar um fim nesse seu filho que você carrega. Alguém mais sabe? Seus amigos sabem que está grávida?

             Sinto as lágrimas descerem pela minha bochecha. Eu tinha descoberto a pouco tempo que estava grávida. E também tinha descoberto que nessa comunidade eles eram contra a gravidez.

-ME RESPONDA!-ele grita com o rosto perto do meu, seu hálito quente no meu rosto.

-Não. Eles não sabem.

-Ótimo. Então podemos acabar com isso agora que ninguém nunca saberá. Não faço por mal, Alice, mas pense no qual mal essa criança iria viver em pleno apocalipse. Você devia ter tido um pouco mais de responsabilidade. Vai ser melhor pra ele ou ela nunca nascer.

-Não, POR FAVOR!

-Sinto muito.

                Ele pega a arma, aponta pra minha barriga e atira.

[...]

             Abro os olhos e a luz branca da enfermaria faz com que eu os feche outra vez. Minha cabeça estava explodindo, e tudo o que eu mais queria era que aquela conversa com Tyler nunca tivesse existido.

-Ei.-diz Carl se levantando e vindo até mim.-Como você está?

-Bem, eu acho.- digo. A expressão dele muda, como se tivesse lembrado de alguma coisa.

-Quem é Finn, Alice?-ele diz.

-Carl...

-E como assim você estava grávida?-ele diz sério. Muito sério.-Quando ia me contar? Quando ia me contar que...

-Carl, eu... Eu não sei.

-Você não ia contar, não é?

-Quem te contou isso?-pergunto. A única pessoa que sabia era Maggie, e eu sabia que ela nunca contaria nada.

-Tyler. Mas não por que você contou a ele, mas sim porque esse tal de Finn o contou. Quando você vai começar a me contar as coisas, Alice? Sempre vou ter que descobrir pelos outros?

-Carl, olha...

-Não diz nada. Era pra eu... Ter um filho. E por que te mandei embora ele morreu.

-Não, não é bem assim -digo tentando me levantar, mas Carl me impede.

-Você ao menos devia ter me contado.-ele sussurra e se vira pra sair dali.

-Carl...-ele sai do quarto.-CARL!- e bate à porta.
  
            Afundo minha cabeça no travesseiro e choro tudo o que não chorei pela morte do meu filho. Ah, mas eu ia me vingar Finn, pode ter certeza que você vai pagar por tudo o que fez.