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Passava pouco do meio dia quando consegui me livrar das conversas fiadas de tios e primos em meio ao preparo do churrasco e ir até Anahí. Procurei-a pela área da piscina, mas não a encontrei na espreguiçadeira em que a havia visto alguns minutos atrás. Vinquei a testa. Fugindo de prováveis futuras conversas com meios sorrisos, passei pelos familiares que se divertiam e conversavam à beira da piscina. E então a vi. No gramado dos fundos da casa, ela se balançava lentamente no balanço antigo onde Maite costumava brincar quando era mais nova.

Ela não percebeu minha chegada até que eu estivesse praticamente ao seu lado. E então, sorriu.

Alfonso: o que está fazendo aqui? - perguntei, sentando na cadeirinha livre ao seu lado.

Anahí: eu sempre quis ter um desses quando era pequena - deu de ombros, desencostando a cabeça da corda lateral que sustentava o balanço. - Não consegui resistir - sorriu. - E você, foi dispensado de seus serviços de mestre cuca?

Alfonso: eu mesmo me dispensei. Vim ver se você não estava com fome.

Anahí: não estou.

Alfonso: mas já está tarde - com uma das mãos, puxei o balanço dela, virando-o para mim. - Meu filho deve estar.

Involuntariamente, levei a mão livre até sua barriga.

Anahí: não, ele não está - sorriu. - E nem pense que vai conseguir me empanturrar de comida hoje, Alfonso, porque não vai.

Alfonso: você precisa comer - tentei, condescendente.

Anahí: depois.

Alfonso: promete?

Um meio sorriso contrariado surgiu em seus lábios.

Anahí: prometo.

Alfonso: ok, então - sorri, puxando seu balanço para mais perto. - Assim está melhor.

Avançando um pouco, beijei seus lábios. Ela correspondeu devagar, com uma calma gostosa e tranquila. Afastou-se com um pequeno sorriso, retirando o cabelo do rosto.

Alfonso: já que você não quer comer agora, por que não vamos um pouco para a piscina?

Anahí: não - negou de pronto. - Não quero.

Alfonso: por quê? A água deve estar ótima.

Seu suspiro pesaroso foi a minha resposta.

Alfonso: quê?

Anahí: eu estou gorda, Poncho - lamuriou-se, e a surpresa fez com que eu quase não conseguisse conter a risada diante de suas palavras. - Eu estou enorme!

Alfonso: não é verdade - contradisse, sem conseguir segurar, no entanto, o sorriso divertido. - Você está ótima.

Anahí: e você mente muito mal - balançou a cabeça, levemente aborrecida. - Eu não posso entrar na piscina assim, com essa barriga gigante.

Alfonso: é claro que você pode. Que besteira, Anahí!

Anahí: não posso não - disse, o olhar perdendo-se sobre meu ombro. Olhei para trás e vi que ela observava a piscina, de onde Melissa tinha acabado de sair e sacolejava o corpo provocante e naturalmente. - Ah, não posso mesmo!

Alfonso: hum - murmurei, voltando a olhá-la. - Então eu posso ir sozinho, não é?

Ela deu de ombros, mas arqueou as sobrancelhas, contrariada.

O Pecado Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora