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Anahí: eu posso muito bem levá-las sozinha, uma de cada vez. - Balançou os ombros, não se dando por vencida. - Já perdi as contas de quantas vezes já te disse que posso carregar minhas próprias coisas.

Alfonso: não pode não - neguei. - Não quando você carrega o mundo na bagagem e o meu filho na barriga. Vamos, as chaves. Onde estão?

Revirando os olhos, mas com o resquício de um sorrisinho no canto dos lábios, ela encontrou o molho dentro da pequena bolsa a tira colo - a única parte da bagagem que eu havia permitido que ela levasse.

Anahí: você não vai estar comigo o tempo todo - comentou desdenhosa enquanto girava a chave na fechadura e abria a porta. - Uma hora eu vou ter que levantar algo mais pesado que um garfo.

Alfonso: não enquanto eu puder evitar.

Abrindo espaço, ela me deixou entrar.

Anahí: você é chato.

Larguei as malas perto da porta e a encarei.

Alfonso: e você é teimosa - sorri, me aproximando.

Anahí: não sou não - resmungou, acompanhando minha aproximação com o olhar. - Só não gosto de me sentir uma inútil.

Alfonso: você não é uma inútil.

Anahí: você não me deixa nem carregar uma ridícula mala - queixou-se, dramática. - É claro que sou uma inútil.

Charme. Tudo não passava de charme, e eu já percebia aquilo de longe. Talvez até de olhos fechados.

Alfonso: você carrega o meu filho, quer tarefa mais importante que essa?

Com um pequeno sorriso manhoso, ela deixou que eu enlaçasse sua cintura. Puxando-a para perto, roubei alguns selinhos demorados. Ela riu, tentando se esquivar, quando meus lábios correram para seu pescoço e orelha. Fechei a porta com um dos pés e arrastei-a para lá, sem cessar os carinhos e beijos.

Anahí: isso faz cócegas, para - riu outra vez quando rocei a barba por fazer em seu pescoço. - Não, Poncho. Sério!

Acompanhando sua risada, voltei a colar nossos lábios, num beijo, daquela vez, intenso. Ela enlaçou meu pescoço, suspendendo-se na ponta dos pés e grudando o corpo no meu. Logo o ar de risada desapareceu, e o desejo começou a dar as caras.

Anahí era deliciosa. Seu gosto, seu cheiro... tudo. E aquele poder sobrenatural que ela exercia sobre meu corpo ainda me levaria a loucura.

― Eu certamente não gostaria de interromper esse momento de pura luxuria, mas acho que vocês não gostariam de platéia quando as roupas começassem a voar pela sala, não é mesmo?

Com um pequeno grito abafado, Anahí me empurrou para longe.

-

Por Anahi

A adrenalina fez um giro completo por minhas veias enquanto meu coração batia alucinado, dando a impressão de que iria saltar pela boca a qualquer momento. Boca, aliás, que eu tapei involuntariamente devido ao susto.

Olhei para a dona da voz, alguns passos mais a frente, e praguejei.

Dulce.

Uma Dulce sorridente até o último fio de cabelo, diga-se de passagem.

Apertei os olhos, tentando controlar as batidas do coração.

Anahí: o que é que você está fazendo aqui?

O Pecado Mora Ao LadoOnde histórias criam vida. Descubra agora