Quando voltei a ver Anahí, ela já estava no quarto, meio deitada, meio sentada, com Noah no colo. Fiquei parado por um tempo incontável, olhando-os ali, completamente à parte do mundo. Ela não notou minha presença, nem mesmo quando me aproximei.
Alfonso: preciso providenciar um babador?
Ela levantou os olhos e me encarou com um sorriso maravilhado preso aos lábios.
Anahí: ele é perfeito, Poncho.
Alfonso: ele é - concordei, sorrindo. - Já disse que parece com a mãe - abaixei, dando um beijo em sua testa. - Olha - mostrei meu dedo, envolto pelos dedinhos pequenos e finos.
Anahí: é muito pequeno - sorriu, acariciando seus dedinhos. - Olha os olhos, amor. São da cor dos seus!
Alfonso: são? Não dá pra ver direito ainda, Annie - ri. - Acho que você quer tanto que ele se pareça comigo que fica imaginando coisas.
Anahí: claro, meu mini Poncho - deu de ombros, sorridente. - Você já segurou?
Alfonso: não.
Anahí: pega!
Olhei-a, meio receoso. Depois olhei Noah, minúsculo e frágil em seu colo. Não, aquela não era uma boa ideia.
Alfonso: não acho que seja uma boa ideia, anjo. Ele é muito pequeno, tenho medo de pegar errado e machucá-lo.
Anahí: ah, Poncho, qual é! - riu. - Segura, é só pegar com jeitinho.
Alfonso: jeitinho que eu provavelmente não devo ter - murmurei, mas estendi as mãos, completamente desajeitado. Ele resmungou, mas calou-se logo que o apoiei em meu peito. - É molinho. Que nervoso!
Anahí riu, mas não disse nada. Percebi que me olhava atenta, enquanto eu andava de um lado para o outro com Noah no colo.
Alfonso: ele mamou?
Ela assentiu com um gesto de cabeça.
Anahí: achei que não fosse conseguir, Poncho! Ele não queria pegar de jeito nenhum, eu não sabia como fazer... foi uma bagunça! - E ralhou: - Você tinha que ter estado aqui!
Alfonso: não me deixaram entrar antes - retruquei baixo, rindo de sua zanga. - Mas deu tudo certo, não é?
Anahí: depois de algumas tentativas angustiantes, sim - dramatizou. - Avisou seus pais?
Alfonso: ainda não. Maite, Dulce e Christopher estão aí.
Anahí: e por que não entraram?
Alfonso: porque Dulce não deixou. Disse que eu tinha que entrar primeiro, pra que nós tivéssemos um momento à sós com Noah.
Anahí: sério? - riu. - Tinha que ser a Dulce.
Eu sorri e Noah começou a choramingar. Como se estivesse segurando uma batata quente, devolvi-o apressado à ela, que o pegou, revirando os olhos divertida.
Anahí: se toda vez que ele reclamar ou ameaçar chorar você o jogar pra cima de mim, estamos bem feitos!
Alfonso: não vai ser assim sempre - sentei ao seu lado, na cama. - Eu só preciso me acostumar.
Anahí: e eu não tenho esse tempo pra me adaptar, não é?
Alfonso: você é a mãe, anjo. Tem toda aquela história de instinto materno envolvido. Mães não precisam se adaptar, elas já sabem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Pecado Mora Ao Lado
Roman d'amourAlfonso sempre foi um playbozinho quando adolescente; no colégio, o mais popular, o mais bonito, o menos acessível, aquele com quem as meninas dariam tudo para serem vistas em companhia. Aquele que brincava com tudo e com todas; aquele que fazia apo...